Função Emotiva - A Cultura do Estupro
Por: Thiago Pirillo • 28/10/2017 • Artigo • 449 Palavras (2 Páginas) • 287 Visualizações
A Cultura do Estupro
Função Emotiva
Ultimamente, eu tenho me deparado em diversos noticiários casos de abuso sexual envolvendo menores de idade, senhoras e mães de família, mais uma vez a cultura do estupro fazendo parte da nossa realidade. É impressionante como esses crimes causaram imensa insurreição, alvoroço e mobilização nas redes sociais, devido a perversidade cometida nos crimes executados. Como se não bastasse à violência física ainda há a psicológica e moral que a violência sexual ou sua mera tentativa podem vir a trazer para essas pessoas.
Pude perceber diversos tipos de reações: desde mulheres e homens compartilhando sua repulsa e aflição em redes sociais até manifestações e notas de repúdio de diversos institutos e ONGs. A anomalia com que os casos de violência sexual se alastram, desperta inúmeras emoções, como aversão, ira e repulsa, e me leva questionar a índole humana.Contudo, a morosidade com que todos os outros casos de violência sexual são tratados nos mostra que a brutalidadede ações contra a mulher é enxergada, no Brasil, como algo corriqueiro, ou seja, comum.
Diante disso, me deparo com inúmeros padrões de conduta, fé e tradições que colocam as mulheres como dependentes dos homens e, dessa forma, tornam quase que natural o abuso contra a mulher, permitindo, assim, um certo tipo de tolerância com esse modelo violência.
A causa dessa agressão de gênero sobre a integridade física e mental das mulheres tem o sentido de coibir, de aproveitar, cumprir e até mesmo aceitar os seus direitos adquiridos, algo hoje de imensa importância e fundamental nos dias atuais. Todos esses tipos de violência colaboram para manter essa estrutura opressora que põe a mulher em de joelhos perante a situação de desigualdade em relação aos homens em todos os campos da vida.
Há um enorme sentimento no sentido de culpar as vítimas de estupro, e isso acontece de forma recorrente em diversos casos. Com isso, tenta-se inverter o crime tornando a vítima em réu do crime, pois a mesma precisa se enquadrar em pré-requisitos estipulados por uma sociedade conservadora e machista para que possa ter direito à proteção.
Contudo eu noto e me revolto me atendo que o machismo precisa ser encarado enquanto sua origem social. É preciso criar medidas e mecanismos que venham abolir de vez todas as bases que permeiam essa estrutura que denominamos de sociedade patriarcal. E isso só acontecerá se esse mal for combatido ferozmente os padrões de “mau comportamento”, crenças e costumes que agregam esse tipo de culturalização “sexual”. Não se pode negar as diversas vitórias no campo legislativo em direção a proteção das mulheres. A questão é que, parte dessas conquistas não têm demonstrado resultados práticos no embate à cultura do estupro, que permanece em meio às entranhas da sociedade brasileira.
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