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Gramática normativa

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Por:   •  16/7/2014  •  Seminário  •  603 Palavras (3 Páginas)  •  394 Visualizações

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Esta poesia concreta de Augusto de Campos retrata que podemos mudar e transformar o que quisermos. Contudo, quando tentamos relacionar esta poesia ao ensino de Língua materna (Portuguesa) nos deparamos com a ausência de avanços no ensino que ainda utiliza as antigas e antiquadas concepções da gramática normativa. Para fins de definição, Possenti em seu livro “Por que (não) ensinar gramática nas escolas”, conceitua sobre a gramática normativa:

“... conjunto de regras que devem ser seguidas — é a mais conhecida do professor de primeiro e segundo graus, porque é em geral a definição que se adota nas gramáticas pedagógicas e nos livros didáticos. Com efeito, como se pode ler com bastante frequência nas apresenta­ções feitas por seus autores, esses compêndios se destinam a fazer com que seus leitores aprendam a "falar e escrever corretamente"’’.

Essa gramática normativa é muito conhecida dos alunos e ex-alunos, principalmente nos ensinos de morfologia e sintaxe. Partiremos para as relexões sobre esses dois níveis da Linguística.

Morfologia é o estudo da estrutura, da formação e da classificação das palavras. O ensino de morfologia unificado está ao normativismo, levando o aluno à decoração de qual classe gramatical pertence tal palavra, sem nenhuma reflexão crítica sobre o seu funcionamento. Observe a situação abaixo como exemplo:

1 O verde está na moda.

2 Meu vestido é verde.

Em uma aula de morfologia, a professora utiliza o exemplo 2 (dois) para o estudo do adjetivo e fala:

- Verde é um adjetivo, pois qualifica o substantivo vestido.

Um aluno dessa professora faz a seguinte pergunta: - Professora, verde sempre será um adjetivo?

- Normalmente será – responde a professora.

Na avaliação de morfologia, a professora utiliza os dois exemplos citados em um exercício para dizer à qual classe gramatical pertencem as palavras grifadas. Logicamente, o aluno escreve na prova que a palavra verde nas duas frases é adjetivo. Na correção da avaliação, o aluno percebe que errou na classificação do exemplo 1 (um) e sem fazer nenhuma reflexão crítica, pergunta para a professora:

- Por que na frase “O verde está na moda”, verde não é um adjetivo?

- Pelo fato, que nesta frase, “verde” é um substantivo.

O aluno não entende a razão de que em um caso verde é um substantivo e em outro é um adjetivo.

Esta situação é comum entre os alunos, pois as aulas de morfologia são transformadas em aulas de decoração sem se fazer as reflexões que as palavras, principalmente as de inventário aberto, pode mudar sua classificação a partir do contexto em que são inseridas.

Perini em seu livro “Sofrendo a gramática”, no capítulo 5 “O adjetivo e o ornitorrinco (dilemas da classificação das palavras)”, retrata esse problema de classificação de palavras: semelhante ao Ornotorrinco (animal de difícil classificação por suas especifidades [animal mamífero

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