Letramento
Por: Kátia Vaz • 22/4/2015 • Trabalho acadêmico • 2.021 Palavras (9 Páginas) • 265 Visualizações
1.INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma das etapas iniciais da fase de alfabetização.
Devemos lembrar que antes de mais nada estamos lidando com um ser vivo, uma criança que agora está acrescentando ao seu processo intelectual o aprendizado da palavra escrita.
Sendo assim, é preciso respeitar o desenvolvimento psicológico e intelectual de cada criança, pois sabe-se que cada indivíduo tem seu próprio ritmo de aprendizado, divergindo entre si como seres pensantes que são. E nisso, não há certo ou errado, existe apenas um processo individual, uma trilha a seguir que cedo ou tarde cada pequenino deverá passar por ela. Esse processo inicial chama-se fase pré-silábica.
2.NÍVEL PRÉ-SILÁBICO
Nesse primeiro nível, a criança começa a perceber que a escrita representa aquilo que falamos. De início, a reprodução da escrita se desenvolve através de rabiscos e desenhos, como se imitassem adultos, quando escrevem (já que as crianças naturalmente os imitam).Posteriormente,ela começa a reconhecer algumas letras, começando pelas que formam seu nome e aos poucos começa a desenvolver-se na tentativa de escrever várias palavras diferentes. Tem noção de que as letras juntas formam palavras, porém não se preocupa com a ordem as quais estão posicionadas.
Etapa Icônica: A representação icônica (com imagens) funciona como expressão de pensamento através de desenhos para representar aquilo que gostaria de ser dito. A criança ainda não tem noção da escrita e por isso, desenhar é o mesmo que escrever.
Etapa Não-Icônica: A criança inicia o processo de escrita, mas ainda não reconhece as letras do alfabeto e seu valor sonoro. A representação Não-Icônica (sem imagens) é produzida através de rabiscos e garatuja.
3.COMO DETECTAR?
Logo no início é fundamental realizar uma avaliação diagnóstica (ou sondagem da escrita) para detectar o que as crianças já sabem ou aprenderam desde o início do ano letivo.
Podendo ser classificadas em:
Pré-silábica: nessa fase, a criança não traça o papel com a intenção de realizar o registro sonoro do que foi proposto para a escrita, alem de ser subdividida em dois níveis:
Nível 1 - Ela mostra baixa capacidade de identificar a diferença entre a grafia de uma palavra e outra, por isso costuma escrever palavras de acordo com o tamanho do que está representando. Seus traços são parecidos entre si e, muitas vezes, nem ela consegue identificar o que escreveu - leitura instável. Muitas vezes a criança acaba usando desenhos para representar o que está querendo ser escrito, isso é um sinal de insegurança por não saber qual letra usar. Essa dificuldade acontece porque ela ainda não compreendeu a função da escrita e ainda a confunde com desenhos.
b) Nível 2 - Embora já saiba que há uma quantidade mínima de caracteres e que seu emprego é necessário para a escrita, a criança ainda tenta criar diferenciações entre os grafismos produzidos, a partir do arranjo das letras que conhece (por poucas que sejam), mas sua escrita continua não analisável.
Outra característica desta fase é o "realismo nominal", expressão utilizada por Piaget para designar a impossibilidade de conceber a palavra e o objeto a que se refere como duas realidades distintas. Assim, a criança irá escrever palavras de acordo com o tamanho daquilo na vida real e por não saber exatamente as letras daquela determinada palavra, colocará as próprias letras do seu nome, por exemplo: “trem” e “formiga”, “trem” é grande, então ao escrever isso colocará mais letras do que “formiga”, pois formiga é menor que o trem.
4. ATIVIDADE PARA AVANÇAR
Nessa primeira etapa, conhecida como pré-silábica a criança encontra inúmeras dificuldades no seu avanço rumo à alfabetização, já sabemos que nessa fase ela procura representar sua escrita por meio de figuras, rabiscos, objetos e até desenhos, apesar de demonstrar vontade de escrever, ainda não sabe como fazê-lo.
Ela ainda não compreende a relação que há entre o falar e o escrever, nós, professores precisamos então dar funcionalidade a sua escrita, devemos auxiliar essa criança a avançar em seu aprendizado.
Existem diversas maneiras de fazer isso, usando criatividade e sobretudo respeitando a etapa intelectual em que se encontra a criança podemos criar situações dinâmicas e envolventes usando o universo infantil, e, entendendo também que essa criança não está de modo algum num retrocesso intelectual, ao contrário, esse indivíduo está numa etapa completamente normal em seu aprendizado, esse conceito é o confirmado pelas autoras Ana Teberósky e Emília Ferreiro no livro “psicogênese de língua escrita”, no qual as autoras relatam inúmeras situações em sala com crianças na fase pré- silábica.
5. COMO ABORDAR O ALUNO PRÉ SILÁBICO
Ao identificar os alunos em nível pré silábico é necessário tomar algumas providências em relação a isso, abordá-los sobre suas dificuldades para que, assim, esses alunos possam finalmente progredir no processo de alfabetização.
O professor deve dar atenção individual a todos os seus alunos, principalmente aos que apresentam algum tipo de dificuldade. Devem-se observar as relações da criança com os outros alunos da sala e da escola e também a maneira como ele se relaciona com o meio, no caso, a escola. É importante também observar se as dificuldades do aluno relacionam-se apenas com a escola. Muitas vezes as crianças trazem suas dificuldades de aprendizagem de suas casas e de suas relações familiares. Por vezes esses problemas são provenientes do descaso da família com a educação das crianças.
Observar os erros que os alunos cometem é de extrema importância para o educador. Através dessa observação, o professor terá acesso às dificuldades de seus alunos e, a partir disso, poderá criar novas metodologias para ensinar este aluno. Nesses casos, o professor é o mediador do conhecimento, portanto, deve ter uma visão total das dificuldades do aluno, da sua visão de escola e do que o aluno está querendo dizer quando comete um erro.
Essa fase de observação é muito importante, porque pode evidenciar quaisquer outros problemas que a criança tenha. Por vezes, a criança não passa da fase pré silábica não por ter dificuldade de aprender, mas por ter algum problema psicomotor e essa é uma das melhores fases para identificar este fator, que requer atenção máxima do educador.
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