Letramento e Alfabetização: As muitas facetas
Por: Nara Zanesco • 16/6/2016 • Resenha • 685 Palavras (3 Páginas) • 2.354 Visualizações
Tainara de Carvalho Zanesco R.A. 14677249
Leitura e Produção de Textos em Língua Portuguesa C
Resenha sobre o texto “Letramento e Alfabetização: as muitas facetas” de Magda Soares.
No artigo “Letramento e Alfabetização: as muitas facetas”, Magda Soares busca contrapô-lo a seu texto publicado quase 20 anos atrás, “As muitas facetas da alfabetização”, indicando como alguns pontos específicos ainda são atuais e outros problemas da alfabetização não foram resolvidos até hoje, apresentando então a proposta de reinvenção da alfabetização, com base na retomada de conceitos e problemas, invenção da palavra e do conceito de letramento.
Ao longo dos anos, com as alterações no conceito de alfabetização em outros países, podemos identificar uma progressiva extensão de tal conceito, com o qual observamos que é caracterizado como aquele que sabe escrever o próprio nome. Passou-se, mais tarde, a uma nova concepção do termo, considerando alfabetizado quem é capaz de ler e escrever um bilhete simples, exercendo a prática de leitura e escrita. Essa evolução tem sido frequentemente apresentada pelo Censo, em relação ao nível de alfabetização funcional da população, após alguns anos de aprendizado o indivíduo estará apto a fazer uso da leitura e escrita. Assim, verificamos uma extensão do conceito de alfabetização, letramento e capacidade de leitura e escrita.
Soares fala sobre a influência da mídia na divulgação das mudanças e dos dados sobre a alfabetização, como são definidos e apontados os desqualificados (semianalfabetos, iletrados, analfabetos funcionais) e como a mídia auxilia a divulgar esses dados, expondo, assim, um conceito de alfabetização que se aproxima do conceito de letramento.
A autora aponta ainda como a alfabetização e letramento são identificados, muitas vezes, como algo conjunto, definindo isso como uma concepção equivocada, pois não considera a especificidade desse. A invenção do letramento se dá de um modo diferente do que se observa em outros países, que discutem tal processo de forma independente da alfabetização, enquanto, no Brasil, é feita uma fusão dos dois procedimentos, com ênfase no letramento.
A “desinvenção’ da alfabetização” é, como Soares define, a nova situação da educação em escolas brasileiras, por meio da perda da especificidade da alfabetização, devido ao fracasso do ensino da língua escrita. A autora aponta que, antes, o fracasso era constatado por meio de avaliações internas, como exemplo, são citadas as reprovas e repetências e, atualmente, revela-se por provas externas instituídas pelo governo. Estas apontam um nível péssimo no desempenho da leitura e interpretação de texto, denunciando alto índice de alunos não alfabetizados e semialfabetizados, e outros resultados insatisfatórios em relação à capacidade de leitura e escrita do aluno, os quais podem ser constatados tanto no ensino fundamental, quanto no ensino médio.
Isso se teria dado, segundo a autora, pela mudança no tempo escolar, pela adesão de ciclos e pela progressão continuada, os quais prejudicam o aluno ao ignorar as dificuldades e o desmerecimento da real necessidade da alfabetização. São identificados também vários métodos para definir como um aluno pode ser alfabetizado, tais como os paradigmas behaviorista, cognitivistas e sociocultural, os quais ao longo dos anos evoluíram e foram substituídos uns pelos outros, melhorando o aprendizado, formando uma consciência fonológica e fonêmica, codificação e decodificação da língua escrita.
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