O Mito como identidade nacional
Por: Eduardo Gonçalves • 30/1/2018 • Dissertação • 1.138 Palavras (5 Páginas) • 332 Visualizações
Reflexão sobre o mito como identidade nacional |
“Mito do milagre de Ourique”; “Mito sebástico”; |
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Introdução
Com este trabalho pretendo apresentar os mitos e fazer uma reflexão pessoal sobre a marca que estes deixaram na identidade nacional.
Mito da lenda de Ourique
“A lenda conta que um pouco antes da Batalha de Ourique, D. Afonso Henriques foi visitado por um velho homem, que o rei já tinha visto em sonhos. O homem fez-lhe uma revelação profética da vitória. Disse-lhe também para, na noite seguinte, sair do acampamento sozinho, logo que ouvisse a sineta da ermida onde o velho vivia. O rei assim fez. Um raio de luz iluminou tudo em seu redor, deixando-o distinguir, aos poucos, o Sinal da Cruz e Jesus Cristo crucificado. Emocionado, ajoelhou-se e ouviu a voz do Senhor que lhe prometeu a vitória naquela e noutras batalhas. No dia seguinte, D. Afonso Henriques venceu a batalha.
Conforme reza a lenda, D. Afonso Henriques decidiu que a bandeira portuguesa passaria a ter cinco escudos, ou quinas, em cruz, representando os cinco reis vencidos e as cinco chagas de cristo.”[pic 5]
Reflexão:
À luz da tão célebre frase de Fernando Pessoa – “O mito é o nada que é tudo” – percebe-se a lógica e o contexto em que o mito surge.
Este mito pretende encorajar todos os que rodeiam Afonso Henriques na sua cruzada contra os Muçulmanos visto que eleva os seu líder – subentenda-se Afonso Henriques - a um patamar divino.
A um patamar divino pois o mito conta que Afonso Henriques derrotou 5 reis mouros. A partir disto começam a surgir diversas perguntas na cabeça de muitos os que ouviram o mito aquando das batalhas.
Uma dessas perguntas e a mais importante é: “Como é possível, estando Afonso Henriques em inferioridade, derrotar 5 reis mouros?”
Para um líder conseguir tal feito surge na cabeça de muitos uma explicação divina, achando, portanto que Afonso Henriques é um protegido de Deus.
Ao elevar a figura de Afonso Henriques a tal patamar, os seus vassalos criam somente em vitórias e sentiam-se também eles protegidos pela graça de Deus nessa cruzada contra os Mouros.
Com base na explicação de José Mattoso, no livro “A Identidade Nacional” teria sido em memória da aparição de Jesus Cristo que Afonso Henriques, depois da batalha, fixou o desenho das armas reais, dando-lhe a forma de uma cruz azul em campo branco, “departindo” a cruz em cinco escudos e “meteo trinta dinheiros em cada um dos escudos, em reverência da morte de Jesus Cristo que foi vendido por 30 dinheiros”. [pic 6]
Este foi um símbolo estabelecido por Afonso Henriques, segundo o mito, e reflete uma marca da identida coletiva portuguesa, pois, ainda hoje, o mantemos como símbolo da bandeira nacional passados todos estes séculos em que as bandeiras se foram modificando.
Ainda baseado no livro de José Mattoso, este mito surge para demonstrar, também, o caráter sagrado de todos os sucessores ao trono de Portugal.
O Mito Sebástico
[pic 7]
D. Sebastião, cognominado como O desejado assume o reino aos 14 anos e, embebido na sua rebeldia juvenil e na sua devoção religiosa, decide partir para Alcácer Quibir para lutar contra os mouros, visto que Portugal estava a perder o controle desta colónia. D. Sebastião acreditava na vitória sobre o povo Muçulmano por causa de todas as vitórias militares dos seus antepassados e pela crença da “proteção divina” sobre o rei e os seu vassalos – herança deixada pelo mito do “milagre de Ourique”. Porém, sem sucesso; O reino português tem uma terrível derrota, perdendo milhares de militares e desaparecendo sem deixar rasto – D. Sebastião.
D. Sebastião, incauto, deixou o reino numa crise de sucessão ao trono. Sendo, Filipe – rei de Espanha – a assumir o trono português. Portugal perdera a independência.
Com esta perda de D. Sebastião surge o mito de que este voltará numa manhã de nevoeiro para salvar Portugal. Era uma crença “messiânica”, acreditava-se no regresso de D. Sebastião como um “salvador”
Houveram várias tentativas por parte do rei Filipe I para acabar nos que acreditavam no sebastianismo sendo o dito corpo de D. Sebastião transladado para o Mosteiro dos Jerónimos , em Lisboa.
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