OBJETIVOS DO ENSINO GRAMATICAL E O PAPEL DA ESCOLA
Por: IsabelaBelinha • 12/4/2015 • Tese • 2.575 Palavras (11 Páginas) • 317 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO
Graduação Letras Português/ Inglês
OBJETIVOS DO ENSINO GRAMATICAL E O PAPEL DA ESCOLA
Isabela Cristina de Brito – 1142546
Trabalho de aproveitamento para a disciplina FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA LÍNGUA INGLESA, orientado pela Prof.ª. RENATA H P PUCCI GOBBI E SILVA.
Rio Claro - 2014
ATIVIDADE NO PORTIFÓLIO – 4ª SEMANA
Com base nas leituras propostas, responda às questões a seguir:
(Está sendo utilizado uma breve explicação do texto de leitura para a explicação dos exercícios.)
- Uma importante mudança no ensino gramatical foi tomar o texto como objeto central de estudo. Assim, explique os conceitos de:
- A gramática do Texto:
Gramática do Texto e Linguística Textual nomeiam o estudo do texto em unidade linguística. A Linguística textual constitui em uma orientação na análise de textos, focalizando no processo comunicativo entre o autor, o leitor e o texto em um definido contexto, analisando linguisticamente.
A gramática tradicional, normativa e prescrita, analisa a estrutura da frase. Sendo assim, a Gramática do Texto tem como objeto de estudo as unidades superiores à frase, assim, entendendo que não é todo conjunto de frases que pode ser indicado como texto.
A gramática textual abrange a apuração dos fatores que fazem com que um texto seja um texto. A intenção dela é idealizar uma reflexão linguística, voltando para recurso coesivos e argumentativos, para o desempenho das formas linguísticas dos textos, uso dos auxílios marcados na leitura e para as atividades em produção de textos e, exercícios gramaticais. Decorrendo nesta questão uma alteração não estudada em finalidade própria. O que se vê julgado na gramática do texto é a desunião entre texto e discurso, o texto apenas pode ser entendido a partir do uso real de comunicação.
A linguística textual agrupa em seus estudos entendimentos de textualidade, contexto e interação. Então vemos que, os estudiosos da língua criaram uma teoria do texto que estuda o funcionamento produção e compreensão dos textos.
A definição do texto começa a ser visto dentro de um contexto, acolhendo o conjunto da produção, elaboração e interpretação do texto. Visando o texto como um processo de construção de explicações, vemos que os interlocutores possuem ideias acumuladas pela sua vivência, como conhecimento linguístico, do mundo e de sua interação nele, seu contexto sociocultural.
Os estudos da gramática do texto trazem implicações do método para o ensino gramatical, sobretudo nas atividades de argumentos sobre a língua. É buscado um ensino de apresentação do contexto da língua em que os conhecimentos gramaticais e textuais sejam unificados. Ajudando os professores em sala de aula no seu dia a dia, deve-se arquitetar um conhecimento prático.
O ensino da Língua Portuguesa tem sido organizado habitualmente em leitura, produção de textos e gramáticas. Muitos livros didáticos tentam, de certa forma, ajudar nas reflexões linguísticas e gramáticas textuais, com recursos coesivos e argumentativos.
Portanto, realizar um estudo com base no texto continua sendo muito difícil sendo que existe um modelo tradicional de ensino gramatical bem estruturado. Nesta questão o que deve ser feito é construir um novo modelo e não a “cópia” de um existente.
- A Gramática no Texto:
O autor Cereja nos diz que “Ensinar gramática no texto é uma necessidade para se avançar na construção do sentido, da visão crítica, da formação da cidadania.” Analisando essa afirmação, vemos que existem muitas perguntas para se entender o que é gramática no texto ou como se ensinar gramaticalmente por base em um texto. O mesmo autor nos chama a atenção em dizer que “o conceito de gramática no texto vigente nas escolas ser bem diferente do entendimento que a Linguística textual toma por objeto.”
Os professores utilizam textos em sala de aula como pretexto para o ensino gramatical, não utilizando com sentido, mas sim para o uso de estrutura como exemplos. O autor sequencia realizando um estudo metalinguístico que desvaloriza a leitura e a interpretação. Novamente citamos que as etapas leitura, interpretação e gramática, acontecem sem ser feita uma união entre as mesmas. Como exemplo, o texto citado logo a seguir faz com que entendamos como acontece os estudo gramaticais de costume e como seria o estudo na Gramática do texto.
Infância
Carlos Drummond de Andrade
Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé,
Comprida história que não acaba mais.
No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.
Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
- Psiu... Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro... que fundo!
Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé
No entendimento do professor, a primeira possibilidade, ele solicitaria que o aluno grifasse os verbos e nomeando seu tempo verbal, uso do texto como pretexto. Ele pode também solicitar que o aluno analise morfologicamente as formas verbais (conjugação, modo, tempo, pessoa ou número). O texto é utilizado apenas no ensino das formas verbais e da diferenciação se dois tempos verbais. Essa proposta se desliga do sentido do texto que é o que o poeta quis passar para seu leitor e os recursos que ele utilizou.
A gramática então, é composta como algo neutro, sem ligação com o sentido do texto e mesmo sendo tirados alguns exemplos , não seria mais do que a gramática tradicional do dia a dia do professor e aluno. E neste entendimento, vemos vários exemplos em muitos livros didáticos mas de forma a se encontrar apenas gramática normativa, com exercícios semânticos e pragmáticos. Por um outro ângulo da gramática no texto, vemos o incomum do texto, a reinvenção das cenas vivenciadas no cotidiano de sua infância, por isso a colocação da maioria dos verbos no pretérito Imperfeito do indicativo. O poeta nos encaminha para um mundo alegre no tempo.
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