PLANO REFLEXIVO DA CLASSE SOBRE CONTEÚDO, TRABALHANDO EM DISCIPLINAS DE LITERATURAS DE LÍNGUA PORTUGUESA
Projeto de pesquisa: PLANO REFLEXIVO DA CLASSE SOBRE CONTEÚDO, TRABALHANDO EM DISCIPLINAS DE LITERATURAS DE LÍNGUA PORTUGUESA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: augustobn • 18/11/2014 • Projeto de pesquisa • 4.286 Palavras (18 Páginas) • 612 Visualizações
FACULDADE ANHANGUERA EDUCACIONAL – POLO DE CAXIAS DO SUL/RS
CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS
DISCIPLINA: LITERATURAS DE LÍNGUA PORTUGUESA
AUGUSTO BOUÇAS NASCIMENTO RA: 6787422267
FRANCIELE PESSOA DA SILVA RA: 6580332923
RUBIA TATIANE GONÇALVES MACIEL RA- 1299533184
Atividade prática supervisionada a ser apresentada para avaliação na disciplina de Literaturas de Língua Portuguesa, sob a supervisão da Professora Tutora Andréia Michelon Gobbi.
PLANO DE AULA REFLEXIVO SOBRE A PARTIR DOS CONTEÚDOS TRABALHADOS NA DISCIPLINA DE LITERATURAS DE LÍNGUA PORTUGUESA
Caxias do Sul/RS, 06 novembro de 2014.
INTRODUÇÃO
Este trabalho objetiva na produção de um plano de aula com o intuito de que o aluno compreenda a relacionar eventos históricos e políticos da escola literária em questão, bem como a terem o conhecimento contextual de cada período da literatura portuguesa. Também objetiva para a importância da compreensão do sentido que se pretende nas produções artísticas das épocas tratadas nos respectivos períodos, dada a sua importância para a contribuição na sociedade atual.
No mais, esperamos que prestigiem os estudos propostos para um amplo conhecimento a cerca das literaturas portuguesas presentes, muitas vezes, em nosso cotidiano.
RESENHA SOBRE AS CARACTERÍSTICAS HISTÓRICAS, CONTEXTUAIS, SEMÂNTICAS E ESTÉTICAS DOS AUTORES. (JOSUÉ GUIMARÃES e )
Escola Literária Escolhida: Realismo Maravilhoso
O realismo maravilhoso pode ser confundido com o realismo mágico ou até mesmo com o fantástico, no entanto, é uma tendência narrativa que começou a aflorar a partir do século XX em toda a América Latina.
Um dos expoentes deste movimento foi o gaúcho Josué Guimarães, que escreveu diversas obras, dentre elas destaca-se “Os Tambores Silenciosos”, que é uma obra que contesta o autoritarismo militar e que foi publicado em 1977.
Para entender a obra de Josué Guimarães é importante entender que o escritor era um conhecedor do contexto político brasileiro e utilizou-se desse conhecimento para
desenvolver suas obras literárias, tendo iniciado sua carreira como jornalista, e como tal ficou visado pelos setores de controle no período da ditadura civil-militar, chegando ao
ponto de se refugiar sob pseudônimo de Samuel Ortiz. (PESAVENTO, 2003).
Para se compreender a Literatura, precisamos ter em mente de que esta é resultado do momento histórico e cultural de um povo.
Os Tambores Silenciosos é uma das obras mais conhecidas de Josué Guimarães e está ambientada em uma semana na qual se realizavam os preparativos para o desfile de Sete de Setembro de 1936. A história acontece em Lagoa Branca, uma cidade fictícia do interior do Rio Grande do Sul, com personagens marcantes como o prefeito ditador (João Cândido), o grupo de bajuladores, mulheres infiéis, policiais violentos, e as irmãs Pilar, sete solteironas que observam toda a cidade através de um binóculo herdado do pai.
As irmãs Pilar representam a consciência crítica da cidade, ao mesmo tempo em que, a mais nova delas, Maria da Glória, constrói pássaros negros que invadem a cidade no dia do aniversário da Independência do Brasil, provocando o aniquilamento da ditadura, o escritor explica, na sua narrativa, atitudes repressivas do período da ditadura civil-militar do Brasil denuncia as atrocidades das décadas de 60 e 70.
A censura, neste período, foi bem rigorosa, inclusive para a imprensa, conforme podemos perceber já na primeira página da narrativa “Os Tambores Silenciosos:
– O trem acaba de chegar, disse Maria Celeste para as irmãs. –Seu Valério já deu
De mão nos amarrados do Correio do Povo e do Diário de Notícias e o sabujo do Paulinho Cassales trata de carregar os jornais para o Ford da prefeitura e assim ninguém mais lê jornal nesta terra e, além disso, lá se foi o nosso rádio Polyson da Crosley [...] (GUIMARÃES, 2011: 9).
A citação acima refere que os jornais eram interditados na chegada da cidade: a população não lhes tinha acesso. O prefeito exercia poder de decidir quem poderia ou não ler jornal, o que nos revela a mistura do público com o privado, como evidenciado pela historiografia. Nesse período, foi difícil traçar a linha demarcatória entre público e privado, visto que o poder era quem determinava as escolhas.
No início da obra, aparece a figura do capitão de polícia, Ernesto Salgado, que em diálogo com prefeito, Coronel João Cândido, solicita autorização para, no dia seguinte, “enviar o personagem Paulinho na “Atheneu” e se achasse livrescos do Partido Comunista, então era “cadeia grossa.”
Esta parte muito se assemelha ao período histórico, nos dando a impressão de estarmos lendo História: registro da caça aos comunistas. Mas é ficção, com uma narração que nos permite enxergar com os olhos da imaginação Lagoa Branca, suas casas, a livraria, a prefeitura. Trata-se de uma descrição típica das cidades do interior do Rio Grande do Sul.
A obra também retrata como a oposição ao governo procura burlar a repressão e ter acesso a itens proibidos.
Outro aspecto comum que ocorria nos anos de “chumbo” da ditadura civil-militar era a demissão de muitos professores que mostravam indícios de oposição ao governo. Em Os Tambores Silenciosos, Guimarães menciona este fato em uma conversa entre o prefeito e o professor Ulisses:
[...] o senhor fica lá pelo seu colégio dando lições aos jovens, eles precisam, eu fico aqui pela prefeitura criando uma vida nova para esta minha gente, inclusive para o senhor. [...] o senhor não é obrigado a colaborar, mas se achar que este não é o caminho, sou forçado a defender o meu povo, coloco o senhor num trem, amanhã ou depois, vai escolher uma outra cidade para lecionar [...] (GUIMARÃES, 2011: 22-23).
Até mesmo os órgãos públicos como os correios
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