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Periodos Literarios - Artigo

Por:   •  2/11/2016  •  Artigo  •  1.596 Palavras (7 Páginas)  •  1.286 Visualizações

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Amanda Sartori Souza

O percurso histórico da literatura através da visão da autora

Lígia Cademartori

                                                                             

Belo Horizonte

2016

O PERCURSO HISTÓRICO DA LITERATURA ATRAVÉS DA VISÃO DA AUTORA

LÍGIA CADEMARTORI

Amanda Sartori Souza[1]

O artista não tem inclinações éticas.
Uma inclinação ética em um artista
é um maneirismo imperdoável de estilo.
(WILDE, Oscar.  O retrato de
Dorian Gray,  
1890, página 5)

Resumo: O artigo em questão tem a pretensão de apresentar algumas concepções dos períodos literários durante toda a história da literatura, com o objetivo de ilustrar de que maneira o tema é polêmico e controverso. Para tanto é preciso compreender que mudanças sociais afetaram diretamente as perspectivas do público e os artistas na produção de suas obras.  

A literatura existe dentro de determinadas épocas e traz consigo traços e influencias desses períodos. É assim com as pessoas de modo geral, com os artistas não seria diferente. Mas nem por isso podemos falar em períodos uniformizados. Cada período carrega variadas características. Assim como cada sujeito social possui formas diferentes de agir e pensar. Homens não possuem a mesma linha de pensamentos das mulheres, bem como jovens e idosos, e até mesmo crianças e adultos. “Cada grupo social, dividido vertical (classes sociais) e horizontalmente (idade, sexo, profissão), tem seu cânone estético, ou seja, código de preceitos de arte, como um de seus traços mais característicos.” (CADEMARTORI, 1990, p. 5).

Convém ter-se presente, porém, que as normas de um determinado grupo irão preponderar, invariavelmente, sobre as de outros de uma mesma época, e essa preponderância fará com que o conjunto de normas que consiga se impor passe à história como o estilo daquele momento. (CADEMARTORI, 1990, p. 6)

Dessa forma podemos notar que nenhum período tem um formato fechado para todas as suas representações. Mas a literatura precisou ser organizada em fases para agraciar um formato mais didático para entendimento de cada característica e autor. “Assim, “período”, “movimento”, “escola”, “fase literária” são termos de circulação frequente, e manifestam a tentativa de ordenação dos fenômenos literários no tempo.” (CADEMARTORI, 1990, p. 6). Neste trabalho, tendo em vista a amplitude da discussão, optamos por apresentar os Movimentos Literários em suas especificidades tendo como base a obra de Lígia Cademartori “Períodos Literários”.

Inicialmente o texto aborda as Cantigas Medievais, que apresentam-se como uma das primeiras manifestações de literatura. Inicialmente produzidas pelos monastérios mudaram os rumos da literatura quando passaram a ser produzidas por cavalheiros amantes da literatura na Idade Média. Quando deixou de ser uma arte exclusiva das igrejas houve alteração em seu conteúdo e público-leitor. Como bem diz Cademartori “O surgimento do cavaleiro como poeta constitui um marco tão expressivo e uma novidade tão significativa no cenário medieval que este momento pode ser considerado como decisivo para a história da literatura.”. (1990, p.10)  

A Igreja deixou de ser a única detentora da produção literária e isso trouxe novos sentimentos para as cantigas. Elas passaram a ter outros temas. “Com a poesia cavalheiresca, inicia-se o culto consciente do amor, o destaque à sua importância, a crença de que o sentimento amoroso seja fonte de bondade e de beleza” (CADEMARTORI, 1990, p. 10). Vale ressaltar que aqui não é referente apenas ao amor entre o homem e a mulher, outras manifestações de amor também se faziam presentes.

A poesia cavalheiresca se caracteriza pelo fato de que nela, o amor, mesmo tendo um aspecto espiritual, conserva seu caráter sensual e seu apelo erótico. Outras peculiaridades dessa poesia em relação ao tema amoroso são a ternura e a intimidade do sentimento, a ansiedade e a devoção à amada, e a idéia de que a felicidade depende do amor. (CADEMARTORI, 1990, p.11)

Conforme exposto no trecho acima citado, o caráter erótico jamais explorado de forma tão explícita passou a ser propagado como uma nova concepção literária de amor. As posições do sujeito apaixonado que se declarava para a mulher amada tomou novo rumo. “Numa época em que a mulher ocupava socialmente um lugar de total dependência, o homem, na manifestação poética, reprimia seu orgulho e sua impetuosidade para mendigar-lhe o direito de confessar o seu amor.”. (CADEMARTORI, 1990, p. 11 e 12). A mulher deixou de ser a única a declarar amor para se tornar objeto de declarações afetuosas.

Segundo Cadermatori (1990):

A poesia cortês medieval é uma poesia convencional: a amada é dotada sempre das mesmas características, e festejada de uma única maneira, dando a impressão de que o objeto da cantiga não é uma mulher determinada, com traços individuais, mas uma imagem ideal, ou seja, um modelo literário referido de modo uniforme, como se todas as composições fossem obra de um mesmo poeta. Antes de ser a manifestação do amor a uma mulher determinada, o idealismo do amor cortês, sem disfarçar seu sensualismo, constitui-se numa rebelião contra o mandamento religioso da continência, numa época em que a Igreja detinha o grande poder repressor, conclamando os homens para a negação de seu corpo e de qualquer prazer que não fosse espiritual. (CADEMARTORI, 1990, p. 12)

As cantigas eram produzidas de variadas formas e por conta disso tiveram subclassificações, em: cantigas d’amor, cantigas d’amigo e cantigas de escárnio e maldizer. Determinadas em cada uma delas a depender do objeto central da temática literária produzida.

Ainda na Idade Média, a medida que a sociedade se sentiu mais livre dos  modelos autoritários impostos pela Igreja e gozou de uma maior liberdade de produção. O divino deixou de ser o foco das produções e o homem passou a ser cultuado. “Esse antropocentrismo, oposto ao teocentrismo medieval, caracteriza o Renascimento, identificado pela valorização da razão, pelo culto aos valores da Antiguidade Clássica e pelo humanismo.” (CADEMARTORI, 1990, p. 16)

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