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RESENHA CRÍTICA DO LIVRO: Capitães da Areia

Por:   •  19/11/2018  •  Resenha  •  738 Palavras (3 Páginas)  •  1.098 Visualizações

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AMADO, Jorge. Capitães da Areia. 92ª edição. Rio de Janeiro: Editora Record, 1988.

Erycsson Sampaio de Souza[1]

RESENHA CRÍTICA DO LIVRO: Capitães da Areia

A obra é um grande clássico da literatura brasileira, escrita por Jorge Amado sendo publicada em 1937. Capitães da Areia usa o cenário baiano do século XX, e narra a história de um grupo de meninos de rua experts em roubar e aplicar golpes na sociedade mais bem abastecida e que se auto denominam capitães da areia devido a localização de seu esconderijo ser num trapiche. A narração acompanha a vida e acontecimentos infanto-juvenis de alguns desses meninos, bem como os motivos que os levaram a se tornarem meninos de rua, e como fazem para realizar seus furtos.

O autor descreve de modo bem elaborado e detalhado, a personalidade de cada personagem nos fazendo desenvolver imagens fortes de cada um deles: Pedro Bala, o líder destemido, que defende com unhas e dentes o seu bando, mas tem muitas dúvidas sobre o futuro; Professor, o único dos meninos alfabetizado e que anseia ser um artista; Pirulito, que vive em constante conflito entre a culpa dos furtos que comete e a fé em sua religião; Sem-Pernas, o deficiente que carrega um grande ódio em seu coração; e Dora, que após perder sua mãe, se junta ao grupo, inicialmente desperta o desejo dos meninos, mas que depois apreendem a vê-la como uma irmã.

Capitães da Areia tem uma história marcante acentuada pela dureza da narrativa. Jorge Amado não poupa palavras para mostrar como é a vida das crianças abandonadas, muitas vezes órfãos, que não recebem apoio do Estado, que são vistos pela sociedade com uma mistura de piedade e ojeriza e que, sem outra saída, juntam-se ao bando para a prática criminosa, a única opção que lhes restou. 

Pode-se dizer que o livro é um verdadeiro romance impactante, por elucidar o crescimento precoce de crianças e ao mesmo tempo determinação, acompanha a evolução destes meninos, sem família e sem educação, mas que anseiam por amor e carinho. Não é de surpreender que nesta busca, descobrem cedo a sexualidade, seja com prostituas, seja com “negrinhas no areal”, seja nos braços um dos outros. Tudo o que querem é o sentimento de pertencimento, e ante o desamparo da sociedade, encontram isto no grupo, que não lhes dá apenas uma identidade, mas também um motivo para viver e lutar. Como qualquer bando, criam suas próprias leis e que têm a lealdade como principal fundamento. 

“O que ele queria era felicidade, era alegria, era fugir de toda aquela miséria, de toda aquela desgraça. Havia, é verdade, a grande liberdade das ruas. Mas havia também o abandono de qualquer carinho, a falta de todas as palavras boas.” (AMADO, 2008, p. 38). 

Embora o autor não apresente um protagonista, quem se destaca é Sem-Pernas. Ele, que nunca teve esperança de um futuro melhor, que teve apenas desprezo da ao seu redor, sem família para amar e ser amado, que passou por tantas injustiças, mesmo sendo apenas uma criança. Embora a maioria daqueles adolescentes viva em situação semelhante, Sem-Pernas nunca conseguiu lidar com tais sentimentos e apenas o ódio, a raiva e o desprezo enchem seu coração. 

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