RESENHA: PRECONCEITO LINGUÍSTICO
Por: Maxwell Martins • 6/2/2018 • Resenha • 802 Palavras (4 Páginas) • 1.409 Visualizações
RESENHA PRECONCEITO LINGUÍSTICO: o que é, como se faz
BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz, 49. Ed.São Paulo: Loyola, 2007
No livro Preconceito linguístico Marcos Bagno trata a língua como um ser político, e utiliza de 8 mitos relacionados a língua portuguesa para desconstruir um ideal de que o brasileiro não é um bom usuário de sua própria língua. Bagno vai fazer duras críticas a gramática normativa e seus disseminadores, mostrando ao leitor como a camada social mais rica do país e que utilizam a dita norma culta, transformando-a em um instrumento de segregação social.
O livro tem sua divisão em IV capítulos e um anexo, sendo eles: I – A mitologia do preconceito lingüístico; II – O círculo vicioso do preconceito lingüístico; III – A desconstrução do preconceito lingüístico; e IV – O preconceito contra a lingüística e os lingüistas. O anexo que se encontra no final do livro refere-se a carta que o autor envio a Veja. Ao longo de 185 páginas o autor nos leva de forma de fácil compreensão ao mar de ignorância que é a situação atual do Brasil em relação ao preconceito linguístico.
“A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente”
É inegável que no Brasil tem um diversidade e versatilidade enorme em questão das variantes do português falado nesse imenso território em que vivemos, decorrente ou não do tamanho do nosso território ou pela falta de acesso que o brasileiro tem a um educação de qualidade. Decorrente desse ideal de que a língua portuguesa possui uma “homogeneidade lingüística”, os falantes do português não-padrão serão considerados pelo autor como os sem-língua, pois essa língua não-padrão é considerada inválida e por conta disso essas pessoas sofrem preconceito de variadas formas.
É certo afirmar que, um dos mais sérios preconceitos acometidos contra essas pessoas e logo levando a discriminação social vem do poder público, pois todos os documentos oficiais do governo são escritos na dita norma culta, um exemplo é a constituição, é inegável que apenas uma parcela minoritária da população brasileira domina a língua padrão, pois sem um acesso democrático e de boa qualidade ao acesso a língua padrão, essas pessoas consideradas sem-língua, não terão condições algumas de reivindicar quaisquer direitos básicos que a constituição garante a elas.
“Português é muito difícil”
Certamente esse mito decorre da gramática normativa tradicional, em que o brasileiro tem que aprender, decorar e fixar regras gramaticais que para ele não significam nada. Bagno vai dizer que: Saber uma língua, no sentido científico do verbo saber, significa conhecer intuitivamente e empregar com naturalidade as regras básicas de funcionamento dela.” (p. 37). Tal afirmação a ponta que se o foco da educação você para usabilidade da língua no dia dia, essa afirmação não existiria mais.
Bagno em seu livro vai apontar como o preconceito linguístico é perpetuado em nosso dia a dia através de um ciclo vicioso, em que se conciste 3 elementos: gramática tradicional, os métodos tradicionais de ensino e os livros didáticos, segundo ele o ciclo se forma da seguinte maneira: A gramática tradicional inspira a prática de ensino, que por sua vez provoca o surgimento da indústria do livro didático, cujos autores — fechando o círculo — recorrem à gramática tradicional como fonte de concepções e teorias sobre a língua. [pg. 73]. O autor também vai citar um quarto elemento complementar ao ciclo e que dentre os quatros esse é o maior disseminador de que a gramática normativa é a forma única e inata para se usar como base para a língua portuguesa falada.
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