Relatorio
Ensaios: Relatorio. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: rafaela2013 • 19/6/2013 • 2.470 Palavras (10 Páginas) • 1.216 Visualizações
A importância do Contexto na Construção da Ideia: Uma análise da música Funeral de um Lavrador
Resumo:
O presente artigo visa realizar uma análise semântica da música Funeral de um Lavrador, evidenciando os aspectos pragmáticos como a intertextualidade, intencionalidade, aceitabilidade, informatividade, situacionalidade (contexto social), semânticos (coesão) e formais (coerência). A música Funeral de um Lavrador (letra em anexo) é uma composição dos brasileiros: João Cabral de Melo Neto e Chico Buarque de Hollanda em 1966 tem grande importância no contexto político-social do Brasil e suas contribuições para a transformação da sociedade brasileira perduram até os dias atuais. Uma composição musical traz em sua letra pensamentos de uma época, ideologias e características da cultura de uma sociedade e, como um texto, é formada por elementos pragmáticos que informam e criam uma situação em sua composição. Com o estudo deste artigo, podemos ter uma visão mais ampla acerca dos elementos linguísticos que compõe tanto a letra da música em questão quanto de qualquer outra produção textual.
Palavras-chave: Texto, textualidade, coesão e coerência.
1. Introdução
Este artigo tem por objetivo abordar os aspectos pragmáticos, semânticos e formais existentes na música Funeral de um Lavrador, de Chico Buarque, inspirada na obra Morte e Vida Severina (texto em anexo), de João Cabral de Melo Neto.
Todo texto apresenta em sua composição aspectos inerentes à língua falada, que se fazem necessários para que nós possamos compreender bem o seu objetivo principal: a comunicação.
A escolha dessa composição justifica-se por entendermos que a música, como qualquer outro texto, busca de alguma forma transmitir informações ao receptor, principalmente as músicas que foram compostas entre as décadas de 60 e 80, que geralmente evidenciam a situação social, política e a valorização cultural da época e por João Cabral de Melo Neto e Chico Buarque de Holanda são compositores que despertaram polêmica pela sua maneira direta de atacar o governo. A música sempre foi utilizada para expressar pensamentos e ideologias e muitas vezes utilizada por manifestantes em seus protestos e reivindicações. Diante da riqueza de elementos que constitui a letra de uma música, achamos pertinente a utilização desse gênero textual em nossa análise.
Este artigo tem fundamental relevância para nós autoras, e demais leitores, visto que é de suma importância que saibamos nos expressar de forma objetiva tanto em nossa vida acadêmica, como em nosso dia-a-dia, pois assim saberemos nos comunicar e eliminar as possibilidades de que o outro (receptor) não nos entenda, ou interprete de forma equivocada aquilo que estamos querendo transmitir.
2. Fundamentação Teórica
Neste artigo o embasamento teórico foi feito de acordo com a percepção e definição dos conceitos analisados a partir da perspectiva de renomados gramáticos.
Entende-se por texto uma unidade de linguagem que tem a finalidade de informar os receptores sobre algo.
Segundo Costa Val :
“Pode-se definir texto ou discurso como ocorrência linguística falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa, semântica e formal.”
Segundo Marcuschi :
“O texto não é apenas um sistema formal e sim uma realização linguística a que chamamos de evento comunicativo e que preenche condições não meramente formais. Um texto é uma proposta de sentido e ele só se completa com a participação do leitor/ouvinte.”
A textualidade refere-se às características que fazem com que o conjunto de frases faça sentido e seja classificado como produção textual. Os fatores de textualidade são pragmáticos, semânticos e formais.
Conforme Costa Val:
“Chama-se textualidade ao conjunto de características que fazem com que o texto seja um texto, e não apenas uma sequência de frases.”
No que diz respeito à textualidade, para que haja uma compreensão plena a respeito do que é tratado no texto, faz-se necessário que sua elaboração respeite os critérios pragmáticos, semânticos (coerência) e formais (coesão).
A pragmática tem a função de passar a informação de forma clara através da comunicação considerando os fatores socioculturais em que o texto foi desenvolvido. Divide-se em intertextualidade, intencionalidade, aceitabilidade, informatividade, situacionalidade.
Segundo Costa Val:
“Intencionalidade: busca satisfazer os objetivos que tem em mente numa determinada situação comunicativa: informar, impressionar, alarmar, convencer, pedir, ofender, etc.”
“Aceitabilidade: Conjunto de ocorrências de um texto coerente, capaz de levar o leitor a adquirir conhecimentos ou a cooperar com os objetivos do produtor. A aceitabilidade depende da autenticidade – qualidade, veracidade.”
“Informatividade: Trata da quantidade de informação que seja suficiente para que seja compreendido com o sentido que o redator pretende. O nível de informação ideal é o que se alternam ocorrências de processamento imediato, que falem do conhecido, mas que trazem informação.”
“Intertextualidade: Concerne aos fatores que fazem a utilização de um texto dependente de outro(s) texto(s). Inúmeros textos só fazem sentido quando entendidos em relação a outros textos que funcionam como contexto, pois um discurso constrói-se através de um já-dito em relação a outros textos, que funcionam como seu contexto.”
“Situacionalidade: Diz respeito aos elementos responsáveis pela pertinência e relevância - importância da informação – do texto quanto ao contexto em que ocorre. É a adequação do texto à situação sociocomunicativa. O contexto pode, realmente, definir o sentido do discurso e, normalmente, orienta tanto a produção quanto a recepção.”
Referente aos critérios semânticos, analisamos a coerência que é o fator que faz com que o texto faça sentido. Para tanto é necessário que haja um entendimento do texto faz-se necessário que haja um conhecimento de mundo compatível entre o autor e o receptor.
Segundo
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