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Resenha Crítica

Por:   •  2/5/2024  •  Resenha  •  1.206 Palavras (5 Páginas)  •  86 Visualizações

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PECHÊUX, MICHEL. SEMÂNTICA E DISCURSO: UMA CRÍTICA À AFIRMAÇÃO DO ÓBVIO; TRADUÇÃO ENI PULCINELLI ORLANDI, ET ALL. CAMPINAS: EDITORA DA UNICAMP, 1988.

Amanda Lima

Maria das Dores Andrade de Barros

Michel Pêcheux iniciou seus estudos na escola Normal Superior de Paris e lecionou Filosofia em meados de 1963. Em 1966, ele foi para o Laboratório de Psicologia no Centre National de La Recherche Scientifique (CNRS) onde se deparou com outros estudiosos que o influenciarão na construção da Análise do Discurso foram eles: Michel Plon e Paul Henry. A partir de referências de G Canguilhen e L. Althusser, Pechêux incide sobre a história da epistemologia e a filosofia do conhecimento empírico. Dados estudos realizados analisando aspectos linguísticos na (des)construção do discurso ressignificado historicamente no contexto em que se insere sob os efeitos da Lógica e Retórica.

São quatro Partes que integram esta obra, com suas respectivas notas explicativas. Da ênfase ao estudo histórico-social, e apresenta-nos um pequeno resumo ao final da primeira parte. Logo após a conclusão nos traz anexos, além da bibliografia relevante ao seu escrito de trezentas e dezesseis páginas em tradução brasileira por  Eni Pulcinelli Orlandi entre outros tradutores (1988).

Em seu trabalho indagar assuntos não tão contemplados pela Linguística durante a história, pois segundo ele esta silencia aquilo que lhe é inconveniente. Além disso, questiona as Ciências Sociais que de acordo com sua análise servem de base para os estudos (extra)linguísticos.

 A semântica assimilasse as disciplinas semiótica e semiologia ressalvando seus respectivos aspectos que distinguem no âmbito das Ciências da Linguagem. A semiologia permeia características sociais do signo linguístico, já a semiótica o sentido. Entre elas assume-se o ponto de contato de natureza linguística e extralinguística.

Neste livro Pechêux envereda-se pela filosofia da linguagem embasando à teoria do discurso a partir dos processos discursivos nas ciências e na prática política, exemplificando os mecanismos da determinação histórica de significação. Pode-se compreender a significação e simbologia entre relação de poder assim (con)textualizadas,  embasadas nas definições e conceitos decorrentes do discurso e sua ideologia.

Atentemos à priori a situação da Linguística ante a Filosofia sob formas variáveis citadas pelo autor:

  1. A tendência formalista-logicista, hoje essencialmente organizada na escola Chomskyana, enquanto desenvolvimento crítico do estruturalismo linguístico através das teorias “gerativas”. Essa tendência pôde encontrar um aval filosófico nos trabalhos da escola de Port Royal.
  2. A tendência histórica, formada desde o século XIX enquanto linguística histórica (F. Brunot, A. Meillet), desembocado hoje em teorias da variação e da mudança linguística (geo-, etno-, sócio-linguistica).
  3. Enfim uma última tendência, que se poderia chamar “linguística da fala” (ou da enunciação, da “performace”, da “mensagem”, do texto, do “discurso”, etc), em que se reativam certas preocupações da Retórica e da Poética, através da crítica do primado linguístico da comunicação. Essa tendência desemboca em uma linguística do estilo como desvio, transgressão, ruptura, etc., e sobre uma linguística do diálogo como jogo de confrontação. (Pêcheux, p. 21)

Outros dois pontos essenciais considerados pelo autor em relação ao formalismo em Linguística que não podem ser esquecidos são: a língua não é histórica precisamente na medida em que ela é um sistema ou estrutura. Ou ainda, é na medida em que a língua é um sistema, uma estrutura, que ela constitui o objeto teórico da Linguística.

No primeiro capítulo aborda-se a apreciação sobre o desenvolvimento histórico da relação entre a teoria do conhecimento e retórica, face ao problema da determinação baseado inicialmente na Lógica de Port Royal trazendo a posição clássica da intervenção filosófico-lógica referenciada e comentada pelo estadunidense Noam Chomsky. E, também por escritos correlacionados à fenomenologia.

O segundo item nos remete ao realismo metafísico e empirismo lógico em duas formas de exploração regressiva das ciências pelo idealismo. Abrange perspectivas advindas do realismo cartesiano, do empirismo e do subjetivismo em resposta a problemática entre a Teoria do Conhecimento e a Retórica.

No segundo capítulo trata-se da Filosofia da linguagem à Teoria do Discurso este assunto também subdividido em itens: o primeiro permeia entre a língua e a ideologia nos campos da Semântica, da Lógica e da Retórica exemplificando o caráter materialista da Linguística como prática científica. Já o segundo enlaça a determinação, formação do nome e encaixe.

No terceiro item, vimos a articulação de enunciados, implicação de propriedades e efeito de sustentação evidencia conceitos e funções sobre o sentido e o objeto exposto por Frege.

Ainda no quarto item observamos as relações entre a Lógica por um lado quantificador universal/existencial, função, predicado/argumentos, implicação e silogismo dentre outros aspectos, e a Linguística, de outro a Linguística evidenciando o nome próprio/nome comum, artigos definidos/indefinidos além de outros correlacionados às modalidades discursivas ao texto (Pêcheux, p. 123).

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