Resenha - O Diário de Anne Frank
Por: rafaellagsantos • 18/3/2017 • Resenha • 704 Palavras (3 Páginas) • 554 Visualizações
Resenha
SANTOS, Rafaella G.1
O Diário de Anne Frank
FRANK, Anne. O diário de Anne Frank. Trad. Elia Ferreira Edel. São Paulo: Círculo do Livro, s/a. 192 p. (Edição Integral).
Anne Frank foi uma jovem judia nascida em 12 de junho de 1929, na cidade alemã de Frankfurt. Filha de Otto e Edith Frank, Anne era o benjamim da família sendo três anos e meio mais nova que sua irmã Margot. Após a ascensão de Hitler e sua ideologia de supremacia ariana, a perspectiva antissemita tomou grande força na Alemanha, induzido a família Frank mudar-se de seu país natal e estabelecer-se na Holanda. Conquanto, o risco de guerra reverberava por toda Europa, instigando-os a tentativa de emigrar para os Estados Unidos ou Inglaterra, sem sucesso.1
Em 1 de setembro de 1939, declara-se a Segunda Guerra Mundial e anos após, 5 de julho de 1942, a família é surpreendida por uma carta para Margot a convocando para o campo de concentração, obrigando-os assim a mudar para o Anexo Secreto, no qual viveram dois anos junto à família Van Pels e Albert Dussel. Durante este período, Anne fez de Kitty, seu diário, sua maior confidente revelando-a quase todos seus pensamentos dos 13 anos até aos 15, idade que possuia quando sua família foi descoberta pelos nazis.1
O relato de Anne proporcionou para o mundo uma amostra do terror provocado pela dura ditadura de Hitler e pela guerra travada entre o Eixo e os Aliados sob a ótica de uma pré-adolescente que se mostra com uma postura feminina a frente de seu tempo, sempre imaginando-se pelo mundo e não destinada somente as funções que naquela época eram atribuídas as mulheres: a de dona de casa. Devido a este interesse diferente, Anne corriqueiramente travava um embate com sua mãe, expondo em seu diário por tantas vezes seu sentimento indiferente em relação a ela.
Além dos conflitos com sua mãe, Anne evidencia outros entraves com os demais moradores da casa. Todavia, durante as datas comemorativas, todos se reuniam e trocavam presentes mantendo as tradições sempre vivas. Isto afirma a necessidade que os moradores do Anexo Secreto encontraram de manter costumes a fim de mitigar o ócio, evitando o sofrimento antecipado ao imaginar o que sucederia com a guerra, além das diversas formas de invasão que os nazis poderiam fazer em seu esconderijo.
O interesse pelos estudos ressalta a importância que davam para uma boa instrução. No decorrer da vivência no Anexo, Anne, Margot e Peter Van Pels não deixaram os estudos de lado e inclusive realizaram um curso a distância. É notável também o forte hábito de leitura entre todos os moradores do refúgio, justificando a escrita madura de Anne.
Com o passar do tempo, é possível notar o amadurecimento de Anne Frank. Além do desenvolvimento da capacidade de reconhecer um erro e se desculpar por isso. O breve romance com Peter, coloriu o diário no qual numerosos trechos eram destinados para dizer sobre o seu amor pelo rapaz. Um clássico juvenil. O que nos mostra que apesar de todos os acontecimentos catastróficos que mudaram o curso de sua vida, Anne ainda vivia e sonhava, na medida do possível, como uma adolescente com todos seus dilemas.
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