Resenha do texto “A new view of language acquisition” – Patricia K. Kuhl
Por: joaoantonis • 13/6/2019 • Resenha • 2.076 Palavras (9 Páginas) • 275 Visualizações
Nome: JOÃO ANTUNES RIBEIRO Nº 10759707 FONFON com Waldemar Ferreira | Horário: Terça 10h00 RESENHA P/ ENTREGA NO DIA 21/05/2019 |
Resenha do texto “A new view of language acquisition” – Patricia K. Kuhl
O presente estudo apresenta uma nova perspectiva sobre a aquisição da linguagem. Ele mostra que as crianças mapeiam através da percepção aspectos fundamentais do ambiente da linguagem nos primeiros anos de vida antes delas começarem a falar. Ainda fala que a experiência linguística altera a percepção de fala das crianças, moldando a percepção no serviço da linguagem.
Foi no início do século passado em diante que os estudos sobre a aquisição da linguagem avançaram consideravelmente acerca do estado inicial dos mecanismos que originam a linguagem. Mas recentemente, algumas estratégias reveladas de aprendizado adotadas por um falante em desenvolvimento são inéditas e inesperadas. As teorias históricas não as preveem.
Os resultados dessa nova pesquisa levaram para essa nova perspectiva da aquisição da linguagem, isso devido ao estado inicial de conhecimento linguístico das crianças e sua extraordinária capacidade de aprendizagem através do ambiente linguístico da qual ela convive.
Para abordar esse tema, o objetivo do artigo é ilustrar o trabalho e apresentar 6 princípios que modelam essa nova perspectiva.
O artigo comenta sobre as teorias anteriores. Ele expõe e compara duas teorias, a primeira que iniciou os debates sobre o princípio da linguagem, desenvolvido por B. F. Skinner, e a que se opõem a essa, a de Chomsky.
A primeira perspectiva diz que o mecanismo de aprendizagem da criança é o mesmo que de qualquer animal, a linguagem que ela aprende depende do ambiente em sua volta. As crianças aprendem a falar da mesma forma como um rato aprende a apertar um botão no laboratório, através de recompensas.
Noam Chomsky revela uma teoria bastante contrastante. Ele diz que esse mecanismo de linguagem tinha pouca relação com as habilidades da fala. Ele fala sobre a faculdade da linguagem, o conhecimento inato universal da gramática e fonética.
Os componentes críticos da teoria da aquisição da linguagem foram bastante discutidos entre os teóricos. O estado inicial do conhecimento; os mecanismos responsáveis pela mudança de desenvolvimento; o papel do input linguístico. Skinner fala que nenhum conhecimento inato era necessário, e o desenvolvimento era causado por recompensas e o input linguístico não faria diferença na afloração da língua na criança. Por outro lado, Chomsky fala que o conhecimento linguístico inato da criança era uma crença fundamental: maturação do módulo da língua e desencadeamento do input linguístico.
Os novos estudos discordam totalmente de Skinner e concordam em partes com Chomsky. A nova perspectiva demandou fazer alguns experimentos com as crianças. Analisar a frequência (Hz) na fala da criança revela sua visão das unidades fonéticas do discurso, e sua capacidade de identificação das palavras oriundas de sinais não verbais durante um discurso falado. Apesar de discordar de Skinner, o novo entendimento também discorda da ideia que a aquisição da linguagem envolve um processo seletivo onde o input linguístico opera opções específicas inatas. A nova concepção sugere que os bebês engatam em um novo processo de aprendizagem na qual o input linguístico é mapeado detalhadamente no cérebro deles. E daí são evidenciados os 6 princípios dessa concepção.
Primeiro Princípio: a percepção inicial analisa o discurso corretamente, e é universal embora não tenha um léxico específico e nem uma espécie específica.
As crianças durante seu processo de aquisição têm a capacidade de segmentar o discurso, identificar as partes dele no nível fonético. Essa habilidade não é encontrada nos computadores, e é uma habilidade universal para os seres humanos, mas isso vai depender da língua. Temos fronteiras fonéticas nas línguas, como pro exemplo entre o Japonês e o Inglês - um japonês adulto não consegue distinguir os sons /r/ e /l/.
Essa percepção levou a indagação dos cientistas sobre a capacidade de uma criança conseguir distinguir essas fronteiras fonéticas, e os estudos mostram que sim. Essas habilidades de distinção são consideradas inatas. Biologicamente falando, todo ser humano tem mecanismos neurológicos que reage a discrepâncias fonéticas. Isso também é revelado no mundo animal. Eles possuem percepção categórica similar ao do ser humano.
Por fim, essa distinção fonética da criança é inata e não aprendida do discurso de seu ambiente; mas a diferenciação nas unidades da fala não é um conhecimento inato dessas unidades em si, mas sim uma apenas capacidade de detecção. Ademais, as unidades fonéticas usadas nas línguas faladas ao redor do mundo foram escolhidas de acordo com a influência do ambiente sobre o mecanismo de processamento da percepção da escuta.
O desenvolvimento não é baseado na seleção
Nesta parte, o autor discute a teoria selecionista do modelo de percepção dos nascidos. A noção fala que o input linguístico aciona uma seleção do subgrupo das unidades fonéticas, devido a uma especificação neurológica inata. E a experiência linguística produzia manutenção ou perda dessa capacidade. Infantes estimulados pelo ambiente linguístico mantinha, enquanto o oposto não. Inicialmente alguns estudos apoiaram essa noção mas na sequência perceberam que havia algo errado, entretanto não conseguiram refutá-la.
O fato que os ouvintes não perdem totalmente a habilidade de distinguir as diferenças entre as diferentes línguas não altera a crença original dessa perspectiva selecionista - o papel da experiência linguística é de manter ou diminuir a atividade de detectores neurais específicos inatos. Para refutar essa noção, os estudos devem demonstrar que as crianças em desenvolvimento são engajadas em um outro tipo de processo de aprendizado enquanto experienciando ambiente linguístico. Um processo que fundamentalmente não remova partes de sua natureza. E novos estudos demonstram isso.
As estratégias de aprendizagem das crianças mapeiam o input linguístico
Muitas teorias que traziam novas noções acabavam sendo esquecidas devido a teoria de Skinner. Todavia, atualmente novos modelos enriqueceram o debate dentro do campo da linguagem e conseguiram refutar a teoria fundamental de Skinner.
As descobertas demonstraram que as crianças por simplesmente ouvirem a língua adquirem informações sofisticadas sobre suas propriedades.
Tem-se três tipos importantes de novo tipo de aprendizagem. O primeiro fala que os infantes detectam padrões no input linguístico. Segundo, eles se beneficiam das propriedades estatísticas do input, possibilitando eles de detectar e usar informação distribucional e probabilística contida em um ambiente linguístico para identificar unidades de ordem maiores. E por último, a percepção do aprendente muda, ou melhor, é influenciada pela experiência de percepção da linguagem. è importante notar que nenhum falante de qualquer língua percebe a realidade acústica, pois em cada caso, a percepção é alterada no serviço da linguagem.
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