Roland Barthes - SZ
Por: luisf_abreu • 3/10/2016 • Pesquisas Acadêmicas • 286 Palavras (2 Páginas) • 571 Visualizações
BARTHES, Roland. S/Z. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992.
Esta diferença [do texto] não consiste, evidentemente, em uma qualidade plena, irredutível (segundo uma visão mítica da criação literária), ela não é aquilo que marca a individualidade de cada texto, aquilo que o nomeia, o assina, o rubrica, o termina; é, ao contrário, uma diferença que não cessa e que se articula no infinito dos textos, das linguagens, dos sistemas: uma diferença à qual cada texto retorna.
P. 37
A favor da conotação, apesar de tudo
P. 41
Assim, negar universalmente a conotação é abolir o valor diferencial dos textos, recusar-se a definir o instrumento específico (simultaneamento poético e crítico) dos textos legíveis, é igualar o texto limitado ao texto-limite, é privar-se de um instrumento topológico.
P. 41-2
É, pois, necessário salvar a conotação de seu duplo processo e guardá-la como a marca nomeável, computável, de um certo plural do texto.
P. 42
Semiologicamente, toda conotação é o início de um código (que nunca será reconstituído), a articulação de uma voz que está tecida com o texto. Dinamicamente, é uma subjugação a que o texto é submetido, é a possibilidade desta subjugação (o sentido é uma força).
P. 42
Funcionalmente, a conotação, gerando por princípio o duplo sentido, altera a pureza da comunicação: é um “ruído”, voluntário, cuidadosamente elaborado, introduzido no diálogo fictício entre o autor e o leitor, enfim, uma contracomunicação.
P. 43
“Dos dois sistemas, denotativo e conotativo, um volta e se revela: o sistema da denotação; a denotação não é o primeiro dos sentidos, mas, finge sê-lo; sob esta ilusão, não é mais do que a última das conotações (aquela que parece simultaneamente iniciar e encerrar a leitura), o mito superior graças ao qual o texto finge voltar à natureza da linguagem, à linguagem como natureza”
P. 43
...