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SOCIEDADE E EDUCAÇÃO EM MAX WEBER

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Por:   •  17/9/2014  •  3.649 Palavras (15 Páginas)  •  479 Visualizações

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SOCIEDADE E EDUCAÇÃO EM MAX WEBER

Ana Célia Furtado Orsano de Sousa – Mestrado em Educação/UFPI

Marcelino de Oliveira Fonteles – Mestrado em Educação/UFPI

Oscarina Maria da Silva – NIEPSEF/UFPI

Weber não elaborou de forma sistemática uma teoria pedagógica ou

uma teoria da educação. Porém é possível selecionar, a partir de algumas de

suas categorias, elementos que podem contribuir para uma compreensão,

tanto do processo pedagógico, quanto do sistema educacional e de suas

expectativas dentro da sociedade capitalista.

Veremos inicialmente elementos de sua abordagem que vamos eleger para os

aspectos pedagógicos. Particularmente no que concerne a sua distinção entre

as duas vocações: o Político e o Cientista e à sua concepção compreensiva de

interpretação da realidade social.

Em seguida trataremos da relação entre a racionalidade do modo capitalista, o

mercado, suas exigências de especializações, sua crescente burocratização, a

impessoalidade e as conseqüências deste modo para a educação e a

sociedade, sem esquecermos a racionalidade em relação a valores, onde o

indivíduo se conduz baseado conscientemente em valores que lhe são caros e

que norteiam, também, sua atividade educacional e suas ações em seu meio

sócia.

RACIONALIDADE, DESENCANTAMENTO E PEDAGOGIA

No que respeita à pedagogia, Weber faz uma distinção clara entre o

político e o cientista, deixando os julgamentos de valor para o primeiro e os

julgamentos de fato para o segundo.

Essa questão vai conduzi-lo em suas investigações à percepção do

processo de racionalização, de desencantamento do mundo moderno. Isto

significa a eliminação da magia como técnica de salvação do mundo e sua

substituição pelo processo de racionalidade, que considera tudo no mundo

como sendo regido por leis que a ciência pode conhecer e a técnica ou

especialização científica dominar. Essa concepção despreza a intervenção do

‘sobrenatural’ no processo de evolução da sociedade, mas, segundo Weber,

deixa o mundo sem um sentido. Ou seja, o desencantamento do mundo, a

racionalidade, desvenda o mundo mas lhe toma o sentido.

Mesmo considerando, através de seus estudos de compreensão da

realidade, que o processo de racionalização desencanta o mundo e subtrai o

sentido mágico do mesmo, Weber vai afirmar que não convém ao cientista

social e ao professor, que deve se comportar como cientista, qualquer

motivação ideológica. Cabe ao verdadeiro educador primar pela objetividade do

conhecimento nas ciências e evitar posicionamentos valorativos. Isto no que se

refere ao processo educativo formal. Weber considera imprescindível uma

estreita separação entre o saber empírico e o juízo de valor.

É preciso distinguir o conhecimento do “ser” do “dever ser”. Pois um

e outro não coincidem. O ser social produz e deve produzir juízos de valor a

partir de uma concepção de mundo. Porém a ciência experimental nunca

poderá ter como tarefa a descoberta de normas e ideais de caráter imperativo,

de onde pudessem deduzir-se algumas receitas para a práxis. Não se precisa

porém furtar-se aos juízos de valor. E a crítica não pode deter-se nos mesmos.

Sabemos que a análise reflexiva que diga respeito aos elementos

últimos da atividade humana, está em princípio, ligada as categorias dos “fins e

dos meios”.

E para qualquer estudo cientifico da sociedade, é importante a

questão da conveniência dos meios face aos fins dados. E nisso perpassam

valores. Porém deve-se agir com a maior objetividade possível, para evitar

proselitismo e doutrinamento.

Esta questão é complexa para as ciências sociais, já que todo fim

carrega valores, ou seja, é subjetivo. Portanto entrar no mérito do melhor e

mais adequado meio que conduz a determinado fim, e se este é ou não

adequado à situação histórica referida, pressupõe a humildade do limite, da

impossibilidade de se avaliar objetivamente tal questão, já que tanto meios

como fins estão completamente permeados pelos valores culturais de cada

pessoa ou grupo e dos interesses em jogo.

Mas Weber afirma que,

...dentro dos respectivos limites do saber, somos capazes de

determinar quais os meios adequados ou não para nos conduzir ao

fim proposto, podemos também calcular as possibilidades de

alcançar, em geral, determinado fim com o auxílio de determinados

meios ao nosso alcance. E, por conseguinte, com base na situação

histórica, podemos criticar

...

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