Síntese Livro: Educação, Escola e Docência
Por: Mariê Barreto • 12/9/2019 • Resenha • 2.443 Palavras (10 Páginas) • 400 Visualizações
Mariê Barth Barreto
Síntese do Livro: “Educação, Escola e Docência: novos tempos, novas atitudes.”
Mário Sergio Cortella
Novo Hamburgo
2019
Mariê Barth Barreto
Síntese do Livro: “Educação, Escola e Docência: novos tempos, novas atitudes.”
Mário Sergio Cortella
Trabalho apresentado à disciplina de Estágio do Curso Normal em Nível Médio, do Instituto Ivoti. Professora Supervisora: Jussara Griebeler.
Novo Hamburgo
2019
- Introdução
Neste livro, Mario Sergio Cortella traz à tona muitos paradigmas e assuntos relacionados ao atual cenário da educação brasileira, propondo rupturas na rigidez que aplaca esse contexto. Apesar de que senti, por vezes, uma linha de raciocínio voltada às circunstâncias das escolas particulares, o autor consegue reerguer e questionar muitas das discussões que acabam ficando para trás.
A forma como o autor se dirige ao leitor é amigável e consciente de muitas das dificuldades vividas por professores, e, no último capítulo, quando expressa seus conceitos sobre o que é “ser docente”, nos sentimos abraçados, esperançosos de que os educadores não estão sozinhos e só conseguirão seguir em frente por um caminho cooperativo, dinâmico e humano.
- Justificativa
Escolhi esse livro, primeiramente por já ter trabalho ele. Nas aulas da professora Helena Hoppe, no terceiro ano do curso normal (2018) abordamos os temas trazidos por esse livro. Desde então me tornei uma amante dos textos de Cortella, sempre tendo uma linha de pensamento muito parecida com a dele.
Depois disso, me lembrei que ele aborda em seus capítulos temas que, hoje em dia, fazem parte do cotidiano de muitas instituições e de muitos docentes. Cortella aborda temas como cautela, desafios, mudanças, tecnologia, humildade pedagógica, competência coletiva, conflitos de gerações, impaciência, entre outros tantos.
Recordei-me, lendo o livro, de muitos episódios que eu vivenciei em minhas práticas. Sendo eles tanto por parte de docentes, quanto por parte das famílias. Porém atualmente, escolhi esse livro, pensando no modo como ele aborda a tecnologia e a geração do agora. O autor nos traz pontos positivos dos nossos educandos, como a instantaneidade e o senso de urgência, engloba ao mesmo tempo a falta de paciência que os alunos apresentam.
Fatores esses, que atualmente dentro da sala, são muito visíveis, visto que os discentes não se contentam mais em ficarem sentados resolvendo histórias matemáticas ou fazendo e pintando desenhos. A geração que cresce atualmente, exige, do profissional educador, recursos e métodos que faça com que eles sintam-se instigados, motivados, atraídos por algo que tenha dentro da sala de aula.
- Desenvolvimento
A obra Educação, Escola e Docência, faz uma análise da atual visão do que é de fato, ser educador no século XXI, chamando à atenção dos docentes para repensar e refazer suas práticas, isto é, nos novos tempos, novas atitudes, não se permitindo dar continuidade às mesmas práticas de décadas passadas.
No capítulo 1 o autor faz uma reflexão sobre o descompasso da escola no que diz respeito à cautela e ao ímpeto. Mostrando o quanto é difícil equacionar ambos; mas que é possível, desde que o ímpeto possa ser freado pela cautela, mas, que a cautela não culmine em imobilização diante da emergência de agir com rapidez, principalmente frente às novas tecnologias. Cortella expõe situações problemáticas que as escolas, em um modo geral, vivem hoje: os diversos momentos graves, os conflitos das gerações, as "queixas pedagógicas" vindas dos docentes e mais tantos desafios que vêm à tona assombrando a carreira dos atuais professores.
O dinamismo social, a emergência de novos e múltiplos paradigmas exige por parte de educadores um grande esforço para não pautar-se pelo passado, já que segundo o autor, o “passado é referência, não é direção” (CORTELLA, 2014, p.10)
Aos momentos graves, o autor sugere que sejam vistos como momentos grávidos, ou seja, apesar da gravidade a situação pode ser útil para o avanço, para o progresso. Momentos grávidos servem para aprendermos, como mostra a citação a seguir.
Esses momentos graves significam, como sempre na história humana, a possibilidade de momentos grávidos. Sim, momentos graves também são momentos grávidos! Afinal de contas, toda situação grave contém uma gravidez, ou seja, a possibilidade de dar à luz a uma nova situação. Só que, em educação, muita gente enxerga só a gravidade do momento e não vê a gravidez que ele contém. (CORTELLA, 2014, p.10-11)
Ainda no capítulo 1 o filósofo também nos traz os conceitos de Paciência histórica, Paciência pedagógica e Paciência afetiva que segundo ele, eram conceitos bastantes insistidos pelo seu orientador e amigo Paulo Freire. A paciência histórica é uma habilidade de "saber ver o momento em que as coisas acontecem e observar se estão suficientemente maduras para serem mexidas". A paciência pedagógica significa “a capacidade de observar que as pessoas têm processos distintos de aprendizagem e de ensino, que os alunos, os colegas de profissão vivem momentos diferentes". Já a paciência afetiva é “a capacidade de amorosidade que precisa o tempo todo cobrir qualquer ato pedagógico, de maneira que não se incorra na agressividade ou na ruptura do padrão de autonomia e liberdade que alguém carrega. Paciência afetiva é olhar a outra pessoa como outra pessoa e não como alguém estranho".
Apesar de parecer meio clichê e cansar, às vezes, os ouvidos de alguns profissionais da educação, estas palavras ainda devem ser ditas pois realmente é muito necessário que os educadores da atualidade tenham estas "paciências" em mente durante o trabalho.
No segundo capítulo, Mario Sergio dá um sentido figurado interessante aos professores. Ele mostra a figura do Professor Arrogante: aquele profissional que se coloca seguro demais, já sabe de tudo, conhece os melhores métodos, resistente à intervenções e formações no seu trabalho e que o que dá de errado em suas aulas são os alunos de agora porque os de antigamente não eram desta forma. Ele explica também a importância da Humildade pedagógica, ou seja, se entendemos que Educação é uma ciência humana e que lida com conhecimento, e, o conhecimento histórico-social está sempre propício a mudar, e nosso dever enquanto professores é saber que nossa formação nunca estará completa.
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