Uma proposta para o ensino de gramática
Por: oliveiranaiara • 2/7/2015 • Resenha • 653 Palavras (3 Páginas) • 338 Visualizações
Segundo o autor ao ensinarmos gramática queremos que o aluno domine a língua, para ter uma competência comunicativa nessa língua, que é o objetivo prioritário de ensino de língua materna. E para que isso ocorra, ao ensinar gramática trabalhar-se-á sempre com quatro formas de focalizá-la no ensino: uma gramática de uso, reflexiva, teórica e normativa.
A gramática de uso pode e deve ser trabalhada a partir das produções orais e/ou escritas de alunos e de outros produtores de textos de todos os tipos (inclusive os literários, mas não só eles). O autor aborda atividades de gramática de uso por meio de exercícios estruturais para os adjetivos, para levar o aluno a perceber o paradigma dos adjetivos, ou seja, a existência de uma classe de palavras, e que pode também apresentar outros atributos e/ou características. Esse tipo de atividades tem como objetivo automatizar o uso da língua e de forma sistemática e não fragmentada e fortuita como aparece nos livros didáticos. Nessa perspectiva, pode-se trabalhar também, os tipos básicos de variação linguística. Essas atividades de gramática de uso, expostas pelo autor, colocam à disposição do aluno os diversos recursos da língua que funciona como pistas e instruções de sentido na constituição dos textos e de uma maneira mais direta dentro do funcionamento comunicativo dos textos.
Nas atividades de gramática reflexiva, o autor propõe atividades que focalizam essencialmente os efeitos de sentido que os elementos linguísticos podem produzir na interlocução, já que fundamentalmente o objetivo é desenvolver a capacidade de compreensão e expressão dos alunos. As atividades podem assumir as formas que a capacidade de criação do professor encontrar, mas devem sempre fazer o aluno pensar na razão de se usar determinado recurso em determinada situação para produzir determinado efeito de sentido. Isso vai fazer com que o aluno utilize com mais segurança e precisão os recursos da língua ao produzir seus textos, e tenha sua capacidade de leitura bastante ampliada e aperfeiçoada, para julgar o que diz um produtor de um texto, ao usar certos recursos determinados da língua e não outros.
O autor aborda que, ao trabalhar com teoria gramatical, nas aulas de Língua Portuguesa, é preciso está aberto e atento à evolução dos conhecimentos sobre a língua, procurando ter sobre eles uma visão crítica e uma vontade de selecionar aquilo que pode auxiliar o seu trabalho. Quanto às atividades o autor cita Perini (1988), a melhor estratégia é dar um panorama geral do que seja a língua, como é estruturada e como funciona, fazendo uma descrição em linhas gerais e depois partir para o estudo mais detalhado de alguns pontos. De acordo com Travaglia (2006), para ensinar a pensar sobre a língua, para desenvolver a capacidade de análise e consequentemente desenvolver a capacidade de pensar os fatos linguísticos ou não, talvez seja mais produtivo levar o aluno a praticar a reflexão e análise de pontos da língua em vez de apresentar resultados prontos de estudos linguísticos.
Segundo o autor, é preciso ensinar a gramática normativa, porque representa desenvolver a competência comunicativa do aluno, de forma que ele seja capaz de utilizar adequadamente também a variedade padrão culta da língua, que é uma variedade importante por seu papel e status social, inclusive de veículo, no modo escrito, de toda a produção cultural. Porém, ao ensinar as regras da gramática normativa é preciso cuidado com as normas que se ensina e como isto é feito, para não levar a comportamentos e atitudes totalmente inaceitáveis com relação ao uso da língua. A proposta é, portanto, que a variedade da escola seja não só a norma culta, mas também o trabalho com as variedades adequadas a situações em que a norma culta não será a mais conveniente, e principalmente, de formar pessoas com competência linguísticas significativa para suas vidas.
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