A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR
Por: nagila2424 • 6/5/2015 • Trabalho acadêmico • 1.152 Palavras (5 Páginas) • 567 Visualizações
AVALIACAO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR
CIPRIANO C. LUCKESI
O livro Avaliação da Aprendizagem Escolar, do educador Cipriano C. Luckesi, (184 páginas, editora Cortez, 18ª edição /2006)reúne nove artigos escritos pelo autor, professor do Programa de Pós Graduação da Faculdade de Educação da Universidade Federal da BA(UFBA), entre os anos de1976 e 1994, que abordam de forma crítica a avaliação da aprendizagem escolar utilizando ferramentas de análise de diferentes áreas do conhecimento como a Filosofia, a Sociologia, a Política e a Psicologia, numa tentativa interdisciplinar de compreender a sua fenomenologia e de propor caminhos de ação.
A obra destina-se a educadores, alunos dos cursos de Pedagogia, Licenciaturas e Formação do Magistério.
Na introdução, Luckesi comenta a cronologia dos textos, apontando a ênfase de cada um, bem como situar o leitor no contexto de cada produção relatando sua trajetória pelo tema da avaliação, mostrando o caminho que trilhou.
No primeiro capítulo “Avaliação da aprendizagem escolar: apontamentos sobre a pedagogia do exame’’, discute-se os interesses dos agentes educacionais sobre sistema de promoção ou não dos estudantes. O capítulo apresenta tópicos de análises que abordam temas como: atenção na promoção; sem se importar com as notas obtidas; atenção nas provas; atenção dos pais na promoção; os estabelecimentos de ensino centrados nos resultados de provas e exames; o sistema social que se contenta com notas obtidas nos exames.
Conclui–se então nesse capítulo, que os sistemas de exames, com suas notas e manipulações, polarizam todos. Isso resulta no fato dos professores elaborarem provas para provarem os alunos e não para auxiliar na aprendizagem. E também no usa da avaliação de aprendizagem como disciplinamento social dos alunos. Percebemos assim, que a avaliação tornou-se um mecanismo de controle que justifica por si mesmo no sistema educacional, cuja concepção pouca consideração tem sido levado em conta. Os resultados numéricos é que tem sido debatidos, assim, para Luckesi, a nota passa a dominar tudo, sendo em sua função que se vive o cotidiano escolar(op.cit.28).
No segundo capítulo “Avaliação Educacional Escolar: para além do autoritarismo’’ para o autor, a avaliação educacional e da aprendizagem são meios e não e fins em si mesmos. E que a avaliação não se da num vazio conceitual. Ele critica o exercício da avaliação de forma ingênua e inconsciente[...]como se ela não estivesse a serviço de um modelo teórico de sociedade e de educação, como se ela fosse uma atividade neutra.”(op. Cit. P.28).Esse capítulo se desenvolve situando a avaliação dentro dos modelos pedagógicos para a conservação e transformação; analisando a fenomenologia da atual prática de avaliação escolar e aponta para o entendimento da educação como instrumento de transferência da prática social; e conclui que um educador não poderá agir inconsciente e irrefletidamente. Cada passo de sua ação deverá estar marcado por uma decisão clara e explícita do que está fazendo e para onde possivelmente está encaminhando os resultados de sua ação. Isso porque, avaliação, nesse contexto não poderá ser uma ação mecânica. (op. cit. p. 46).
No terceiro capítulo “Prática Escolar: do erro como fonte de castigo ao erro como fonte de virtude” para Luckesi a questão do castigo na prática escolar está bastante articulada com a questão da avaliação da aprendizagem. Sendo uma forma sutil criada pelo professor para criar um clima de tensão e ansiedade entre os alunos por meio de ameaças verbais que na maioria das vezes tem a avaliação como objeto de “tortura” psicológica. Para ele, o clima de culpa, castigo, medo tem sido um dos elementos da configuração da prática docente, impedindo que a escola e a sala de aula sejam um ambiente de alegria e satisfação. Por essa razão, analisa o autor, os alunos rapidamente se enfastiam desse ambiente e de tudo que nele ocorre. Ainda podemos analisar as razões do uso do castigo; a noção do erro; o uso do erro como fonte virtude; e traça um paralelo entre o erro e a avaliação da aprendizagem escolar. Luckesi não faz apologia do erro e do insucesso, mas os considera como fontes necessárias para o crescimento: “trampolins para o salto em direção a uma vida consciente sadia e feliz” (op. Cit. p.59).
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