A CRIANÇA SURDA TEM O DIREITO DE CRESCER BILINGUE
Por: Mayaraarl • 22/1/2019 • Trabalho acadêmico • 3.383 Palavras (14 Páginas) • 230 Visualizações
A CRIANÇA SURDA TEM O DIREITO DE CRESCER BILÍNGUE
RESUMO
Este trabalho tem por finalidade refletir sobre as dificuldades que as crianças surdas apresentam para conseguir crescer bilíngue e a importância de obterem mais de um meio de comunicação. Será feito uma análise de como estas crianças são inclusas no ambiente escolar e como elas se desenvolvem através do estudo de Libras. Também será apresentado a importância do professor e do interlocutor em sala de aula, assim como, a inclusão da criança surda na sociedade em geral e como a família deve estar presente na vida dessas crianças. A lei existente sobre a Língua Brasileira de Sinais é pouco conhecida principalmente por pais de crianças com deficiência auditiva e isso faz com que muitos não procurem seus diretos para que seu filho (a) tenham uma educação inclusiva.
PALAVRAS-CHAVE: criança; deficiente auditivo; bilíngue;
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa pretende apresentar a importância inclusiva de crianças surdo no contexto de direito de crescer bilíngue.
Este tema tem por base, o fato de todos terem direito a uma boa educação independente de sua deficiência. Para a criança surda, tal como para a ouvinte, o desenvolvimento de suas capacidades linguísticas, emocionais e sociais são fundamentais para seu crescimento como pessoa. No decorrer deste trabalho, estaremos apresentando alguns tópicos importantes que devemos saber para trabalhar com essas crianças e mediar para que elas interajam com as demais.
Sabemos que, hoje, nas escolas da rede pública ou privada o acesso delas são mais frequentes. E é por esses motivos é que nossos estudos se direcionarão ao direito das crianças surdas em crescer bilíngue.
O sistema educacional deve formá-las e prepará-las para uma sociedade, como cidadãos capazes de interagir com o meio social e optar mediante à sociedade a qual nós fazemos.
Como a escola pode contribuir com a formação das crianças surdas em seu crescimento bilíngue de maneira com que eles se tornem cidadãos capazes de interagir na sociedade de maneira crítica e construtiva?
O objetivo principal da pesquisa é refletir sobre a importância de a criança crescer bilíngue, através da análise de leis para prepara-la para o convívio social e para um futuro profissional, onde possam valer de seus direitos como cidadãos.
A declaração de Salamanca (1994), documento elaborado na Conferência Mundial sobre Educação Especial, é muito importante pois direciona os direitos de igualdade das pessoas surdas.
O decreto nº 5626 de 22 de dezembro de 2005, regulariza a lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002 que reconhece a Língua Brasileira de Sinais como forma de comunicação e expressão e regulamenta os diretos das pessoas portadoras de deficiência auditiva.
Já a Lei nº 12.319, de 01 de setembro de 2010 regulamenta a profissão de Tradutor e intérprete da Língua Brasileira de Sinais.
No decorrer deste trabalho, será apresentado as dificuldades que as crianças surdas encontram para participarem do sistema educacional, o quanto o estudo de Libras ajuda-as em seu desenvolvimento, a declaração de Salamanca, as leis existentes sobre a Língua Brasileira de Sinais, a importância do tradutor e intérprete. Nas considerações finais, será exposto a conclusão deste tema tão importante e polêmico.
As dificuldades da inclusão dos surdos no sistema educacional ao longo do tempo
Há muito tempo, a tentativa de inclusão dos surdos no sistema educacional não consegue ser feita com êxito.
Desde a antiguidade, pelo mundo a fora, as pessoas com deficiência eram desrespeitadas, excluídas e muitas vezes até mortas por serem “anormais”. Além disso, os surdos, especificamente, eram assimilados a marginais, porém os monges beneditos os inseriam em atividades manuais, mas não em intelectuais, pois eles eram vistos como cidadãos não produtivos.
A partir do século XVI, pedagogos e filósofos começaram a debater sobre a integração social dos surdos, desenvolvendo diferentes estudos, alguns tentando a aprendizagem dos surdos por meio da linguagem de sinais e alfabeto manual surgindo também muitos professores surdos. Porém em 1880, o uso de libras foi banido por 100 anos fazendo com que os surdos fossem obrigados a se adaptarem a educação oitiva sendo forçados a imitá-los e parecerem ouvintes.
Com o avanço da medicina pode-se caracteriza-los em graus de surdez, onde passaram a ser considerados deficientes e recebiam assistência em instituições específicas até estarem aptos ao convívio social.
No século XX, os surdos foram trazidos para o convívio social, passaram a ter direitos, atendimento especializados, classes especiais no interior, instituições de reabilitação nas capitais e projetos de formação de professores, porém continuam as buscas por estratégias de ensino com desejo de ver os sujeitos surdos falando e ouvindo, o que causa o fracasso educacional mais uma vez, pois os alunos ainda eram considerados retardados e acabavam sendo empurrados de uma série para outra.
Hoje, no Brasil, os surdos são identificados como um grupo com características linguística, cultural e cognitivas específicas, sendo considerados diferentes, com classes especiais, salas de recursos e espaços educacionais dentro de escolas regulares, para garantir seu entendimento, porém ainda falta preparação dos professores na faculdade, preparação das escolas e profissionais para lidar com esses alunos.
A declaração de Salamanca defende as escolas e classes para surdos, pois o governo trata-os como os demais alunos, colocando-os em sala de aula com professores sem preparo e com linguagem de ouvintes o que destitui o direito de sua própria língua.
Desenvolvimento da criança surda através do estudo de Libras
Através do estudo de Libras, os alunos com deficiência auditiva conseguirão aprender a ler e escrever em Português ou qualquer outra língua. É a maneira que ele tem de se comunicar com as pessoas.
Toda criança surda tem seu jeito para tentar se comunicar e, para que haja entendimento na comunicação, é necessário que ela estude a língua de sinais e que não seja forçada a desenvolver a fala. Seus pais e familiares podem e devem aprender junto com o filho a língua de sinais para que ambos se desenvolvam juntos e a criança se sinta mais integrado na comunidade.
Não há uma idade inicial para que a criança aprenda Libras, mas quanto mais cedo ela iniciar, melhor será seu desempenho educacional e pessoal. A língua de sinais difere da língua portuguesa, porém ambas tem o mesmo objetivo, fazer com que o aluno compreenda o exposto. O professor tem um papel fundamental no desenvolvimento da criança em relação ao aprendizado da escrita.
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