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A Contribuição Da Psicopedagogia À Educação Inclusiva

Por:   •  23/3/2023  •  Artigo  •  5.535 Palavras (23 Páginas)  •  74 Visualizações

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A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA À EDUCAÇÃO INCLUSIVA

RESUMO

O desafio pedagógico que a inclusão apresenta a todos é muito mais amplo do que aquilo que se revela no interior da escola regular. Por esse motivo, objetivou-se apresentar um estudo que analisasse o processo de inclusão escolar das crianças com deficiências, bem como a atuação do psicopedagogo diante desse processo. Por saber que o psicopedagogo institucional ao trabalhar no estabelecimento escolar pode dar assistência orientando os educadores, prevenindo quanto às dificuldades de aprendizagem, desenvolvendo um trabalho voltado para a psicopedagogia educacional com os alunos que apresentam necessidades e dificuldades e essa forma pode contribuir com a melhoria das condições do processo de ensino aprendizagem. Nesse contexto o presente trabalho se desenvolveu por meio da pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa, salienta a importância de se construir e por em prática no ambiente escolar uma pedagogia que consiga ser comum ou válida para todos os alunos da classe escolar, porém capaz de atender os alunos cujas situações pessoas e características de aprendizagens requeiram uma pedagogia diferenciada.

Palavras-Chave: Inclusão Escolar. Educação Inclusiva. Psicopedagogia Institucional.

  1. INTRODUÇÃO

A educação especial é uma modalidade de ensino, bem como uma área de conhecimento que objetiva desenvolver práticas e estratégias pedagógicas direcionadas aos alunos portadores de necessidades educacionais especiais.

A chamada sociedade inclusiva desestabiliza concepções e estruturas sociais cristalizadas e denuncia atitudes de preconceito e marginalização a grupos minoritários, como é o caso de pessoas com deficiência (FERNANDES, 2006, p. 16).

Entretanto, nem sempre foi assim, desde as mais antigas civilizações até o século XVI a sociedade em geral não se preocupava em oferecer qualquer tipo de atendimento às pessoas que se ‘diferenciavam’ das demais.

O que se sabe é que as pessoas que nasciam com alguma deficiência eram condenadas ao isolamento ou então à morte, conforme se constata em um trecho de um manuscrito de governantes espartanos, na antiguidade:

Nós matamos os cães danados e touros ferozes, degolamos ovelhas doentes, asfixiamos os recém-nascidos mal constituídos; mesmo as crianças se forem débeis ou anormais, nós as afogamos, não se trata de ódio, mas da razão que nos convida a separar das sãs aquelas que podem corrompê-las (Sêneca, Sobre a Ira, I, XV in: CARVALHO, 1997, p.14).

Podem ser encontradas várias descrições históricas que relatam como era comum o ato de desprezar crianças e largá-las em montanhas e florestas ou jogá-las de penhascos ou nos rios, por ser considerada uma ameaça à manutenção da sociedade da época em virtude das limitações e das imperfeições que apresentavam.

Conforme Fernandes (2006), na Idade Média devido ao fortalecimento da Igreja Católica e o advento do cristianismo esse quadro de extermínio, passa a ser questionado, modificando-se, portanto, as concepções no que se refere aos princípios e valores morais estabelecidos pela sociedade. Já no século XVI, que ficou conhecido como o ‘período da segregação’ as pessoas consideradas ‘anormais’ eram mantidas em instituições que objetivavam enclausurar as pessoas que não se encaixavam nos padrões de normalidade (FERNANDES, 2006).

Bianchetti (1998) afirma que a partir do século XVI houve poucas mudanças quanto ao atendimento às pessoas com deficiência. Nos séculos XVIII e XIX em toda a Europa e nos países que foram colonizados pelos europeus são criadas várias instituições com caráter filantrópico e assistencial, destacando-se o trabalho manual que servia como treinamento industrial.

As instituições funcionavam como ASILOS, já que abrigavam e alimentavam os internos; como ESCOLAS, oferecendo instrução básica na leitura, escrita e cálculos; OFICINAS DE PRODUÇÃO, pois as pessoas com deficiências constituíam mão-de-obra barata no processo inicial de industrialização (FERNANDES, 2006, p. 24).

Nesse contexto, são criadas no Brasil as primeiras instituições especializadas com as mesmas práticas e os mesmos objetivos europeus, tendo forte apelo assistencial. Sabe-se que a inclusão escolar é um tema de grande importância para a educação e para a contribuição no desenvolvimento da criança ao ter sido adotado a inserção do individuo com deficiência nas escolas regulares.

Tendo em vista que a educação inclusiva na área da deficiência intelectual é o desafio que se descortina para a escola do novo milênio, o presente trabalho que se desenvolveu por meio da pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa, objetiva analisar o processo de inclusão escolar das crianças com deficiências, uma vez que é por meio desta que se pode compreender a concepção sobre a inclusão escolar das crianças com necessidades especiais, bem como analisar o trabalho do educador no processo de adaptação e de inclusão escolar.

Assim, será visto nesse breve estudo a concepção, bem como a ótica dos estudiosos e dos pensadores sobre a inclusão escolar e como as políticas públicas tratam desse tema. É observado ainda como a psicopedagogia pode contribuir no sentido da educação inclusiva e como o psicopedagogo através de suas práticas pode facilitar essa inclusão no estabelecimento escolar.

Diante disso, fundamenta-se, portanto, a importância deste artigo, entendendo que o mesmo proporciona resultados significativos, no sentido de oportunizar uma visão ampla do objeto de estudo, além de produzir conhecimentos e contribuir para a formação da realidade estudada.

  1. INCLUSÃO ESCOLAR: Uma Nova Ótica Sobre a Criança Com Deficiência

Sabe-se que a educação é responsável pela socialização, processo que possibilita uma pessoa conviver com qualidade na sociedade; tal processo viabiliza a integração do individuo com o meio. Foi pensando na inserção de portadores de necessidades educacionais que o encontro em Salamanca na Espanha, foi reafirmou o direito de todas as pessoas à educação, conforme a Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948, e ainda ratificou o empenho da comunidade internacional em cumprir o estabelecido na conferência mundial sobre Educação para todos.

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