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A Desconstrução do Preconceito Linguístico

Por:   •  15/9/2018  •  Resenha  •  2.682 Palavras (11 Páginas)  •  342 Visualizações

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Cap 3 – A desconstrução do preconceito linguístico

        

  1. Reconhecimento da crise

O autor já inicia o capitulo falando da crise do ensino da língua portuguesa. Muitos professores alertados por diversas formas já não recorrem a gramatica normativa mas ainda fata materiais didáticos para substituir ou apenas complementar  as gramaticas tradicionais. Muitos defendem as variedades urbanas de prestigio é que devem constituir o objeto de aprendizagem em sala de aula, Mas como se faz isso?

As formas prestigiadas de falar por diversas razões (política, econômica, social e cultural) é algo reservado para poucas pessoas no nosso país. Isso também acontece com educação, alimentação, saúde, a habitação, transporte e acesso a novas tecnologias etc.

Marcos Bagno identifica três problemas básicos  a esse respeito:

Primeiro, e mais obvio é o alto índice injustificável  de analfabeto que existe no Brasil. Estatística do IBGE, falavam de 12,4% de analfabetos em 2001, algo em torno de 24 milhões de pessoas com mais de 15 anos de idade( mais de duas vezes a população de Portugal).ainda somado a ou alto número dê adolescentes e adultos que não cursaram o ensino médio, que só atende a metade o do publico que deveria estar nesse nível de escolaridade. O alto nível de analfabetos funcionais, pessoas que frequentaram a escoa por um período escasso para desenvolver completamente as habilidades de leitura e redação. Pesquisas de 2003 apontam que somente 25% dos brasileiros conseguem compreender as informações de um texto: Um quarto da população, algo em torno de cinquenta milhões de pessoas, o equivale as populações da Argentina do Paraguai e Uruguai juntas!

        A média de escolarização no Brasil é 3,9 anos, baixíssima para um pais classificado como “emergente” , a falta de qualificação de mão de obra leva a uma situação incoerente: Um alto numero de pessoas desempregadas e sobram vagas de emprego para cargos que exigem um nível de formação um pouco mais alto que a media. O Brasil ocupa o 93º lugar no índice de escolaridade de 175 países  da lista ONU, ficando atrás de países como Etiópia e Índia. Tudo isso num pais que a constituição diz que : “a educação é  dever do estado”!

        Por últimos o autor ainda ressalta que num pais com tanto analfabetos plenos e funcionais lamentar a decadência e da “língua culta” é no mínimo uma atitude cínica.

Segundo, por razões culturais e históricas as pessoas plenamente alfabetizadas não desenvolvem suas habilidades linguísticas, ou seja, não desenvolvem o letramento, ler e, sobretudo escrever não faz parte da cultura das nossas classes mais escolarizadas. O ensino tradicional em vez de incentivar  o uso das habilidades linguísticas  para se expressar livremente para depois corrigir sua fala ou escrita, o interrompe para corrigi-lo e  a consequência inevitável é a criação de sentimento de incapacidade no sujeito em questão .

Um estudo do instituto Akatu para consumo consciente revelou, em 2006, que as prioridades estão invertidas, os investimentos com educação tanto das classes altas quanto as das classes mais baixas .A classe alta não gasta  mais de 5% do seu orçamento (incluindo mensalidades escolares e livros)  e nas classes mais baixas 1% do orçamento, nesse ultimo caso as famílias dizem que :”não tem dinheiro para educação” mas gastam o equivalente a três livros por mês em cigarros.

        O terceiro dilema relativo à norma-padrão (que de forma enganosa e imprecisa de “norma culta”) não corresponde a efetivamente a língua efetivamente usada pelas as pessoas cultas do nosso país nos dias de hoje, mas sim a um ideal linguístico inspirado no português de Portugal.

        É necessário empreender a identificação e descrição da verdadeira língua falada e escrita pelas as classes privilegiadas do Brasil. Essa tarefe já esta sendo feita, infelizmente de difícil acesso as à maioria das pessoas como já que encontrasse exposto em livros e teses com uma linguagem extremamente técnica.

        È preciso escrever uma gramatica da língua urbana de prestigio brasileira em termos simples(mas não simplista) para que sirva de ferramenta útil e pratica para professores, alunos e falantes em geral.  Sem essa gramatica que nos representa continuaremos à mercê da gramatica normativa tradicional que erradamente  chamada de norma culta.

Mudança de atitude

Nessa parte do texto Marco Bagno, nos leva a pensar que devemos mudar agora nossas atitudes. Não deixando que nossa língua seja comprimida, devemos mudar agora nossas atitudes e fazer valer a nossa língua mãe. Devemos tomar consciência de que outras línguas existem em nosso vasto país e que elas não estão erradas. A atitude está em deixar que o dito “ português imposto pela norma culta seja o único correto”. Temos que ter uma nova postura com relação a norma culta e saber trabalhar com ela quanto a sua utilização.

O professor ao utilizar a norma culta, deve explicar a diferenciação que existe entre seu emprego a as diferentes línguas regionalizadas. O professor não deve se abster exclusivamente no que os livros tradicionais nos dizem, e sim explicar o “porque” do que eles dizem.

Não adianta impor regras para determinados conteúdos que serão abordados, sem explicá-los de maneira clara, o seu real sentido e significado.

O professor deve sempre estar se atualizando, através de leituras novas, congressos, pesquisas científicas. Segundo Bagno, o professor deve produzir e não apenas reproduzir, o conhecimento da gramática, ou seja, ele pode produzir seu próprio conhecimento. Pode o professor dessas forma criar novas maneiras para que o aluno entenda sem decorar regras e normas, produzindo seu próprio conhecimento.

A língua está sempre em permanente transformação. A linguística é uma ciência por isso está sempre se modificando, no sentido de que novas construções sobre a língua vão surgindo, ou seja, este trabalho está sempre em andamento. Ex: Novas regras da norma culta.

O que é ensinar português?

Para responder essa questão, é preciso analisar os métodos tradicionais de ensino da língua no Brasil. Existe um verdadeiro desatino quando se faz com que o aluno decore as classes das palavras, decore tipos de orações, sujeitos, objetos, etc. Dando a entender que, assim ele saberá utilizar a norma culta, ou seja, se torne competente para isso.

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