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A EJA E LEITURA

Por:   •  5/12/2018  •  Artigo  •  2.255 Palavras (10 Páginas)  •  175 Visualizações

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  1. Universidade Federal do Paraná[pic 1]

Disciplina: Prática Pedagógica - Estágio em Docência na EJA

Professora: Leziany Silveira Daniel

Educação de Jovens e Adultos e o despertar para a literatura: Breve revisão e análise.[1]

Anelize Schneider Portella

Fernanda Juliani da Silva

Thais Palotino de Oliveira ²

1 JUSTIFICATIVA

O presente trabalho refere-se às análises teóricas das vivências ocorridas na prática pedagógica para a disciplina de Estágio em Docência na EJA, no período de agosto a novembro de 2018, ministrada no curso de Pedagogia da Universidade Federal do Paraná. O campo de estágio escolhido foi a Escola Municipal Professor Kó Yamawaki que está localizada no Bairro Alto, na cidade de Curitiba. Na unidade a EJA foi implementada a partir do ano de 2012, atendendo a fase I que corresponde à organização curricular do Ensino Regular dos Ciclos I e II (1ª a 4ª série), a turma é mista, há alunos que já sabem ler e escrever e alguns com dificuldades em formar palavras. A faixa etária é na maioria mais idosa, mas existem 2 alunos jovens que vieram de classe especial. Não há divisão na sala, todos os alunos sentam-se próximos e acompanham o que a professora está lecionando. No decorrer das observações foram feitos registros diários das vivências ocorridas no estágio e foram formuladas questões, tendo sido várias delas selecionadas para a prática docente e análise neste trabalho. O tema da abordado foi “Tecendo o gosto pela leitura: uma viagem pelas histórias dos alunos da EJA”. Dessa maneira, suas propostas, finalidades e pressupostos serão discutidos e relacionados a algumas problematizações a respeito de sua  proporção e significados. A fim de revisitar a construção histórica da concepção de conceitos fundamentais para o assunto, como o perfil da EJA, literatura e o seu papel na educação e o objetivo principal que foi a formação de leitores na EJA, de forma que possibilite ao leitor um olhar para o passado, uma reflexão sobre os limites e avanços presentes e, por fim, as possibilidades e desafios a serem enfrentados para a garantia do exercício pleno do direito à educação de qualidade.

2 INTRODUÇÃO - UM BREVE HISTÓRICO DO CONCEITO DA EJA

A educação no Brasil desde muito tempo vem buscando propostas e projetos de ensino visando ajudar o aluno, tentando oferecer aos professores melhores condições de ensino e qualificação de trabalho. Embora muitas dessas propostas e projetos acabam esbarrando em falta de políticas de governo que ofereçam realmente trabalhos de comprometimento com a educação e sociedade. Quando se pensa em educação é importante destacar que ela precisa rapidamente de transformações e investimentos que proporcionem um ensino de qualidade para atender os anseios dos alunos, em especial na modalidade educacional de jovens e adultos, que tem se desenvolvido no Brasil há alguns anos, mas com uma realidade ainda muito precária. Para o melhor desenvolvimento da EJA

cabe a institucionalização de um sistema educacional público de Educação Básica de jovens e adultos, como política pública de Estado e não apenas de governo, assumindo a gestão democrática, contemplando a diversidade de sujeitos aprendizes, proporcionando a conjugação de políticas públicas setoriais e fortalecendo sua vocação como instrumento para a educação ao longo da vida. (Art 2º, BRASIL, 2010)

A educação é um processo contínuo e de direito de todos. Contudo, um dos grandes problemas existente no contexto histórico escolar brasileiro é a inclusão de pessoas que por sua condição de vida ou problemas de diversos gêneros foram excluídas do contexto educacional. Essa exclusão acontece com jovens e adultos analfabetos, que por uma série de problemas e dificuldades, não foram alfabetizadas no período idade em concordância com a série.

A EJA apresenta muitos desafios, principalmente por ser uma alternativa para minimizar o problema de exclusão social. A Educação de Jovens e Adultos se configura como uma modalidade da educação básica destinada aos sujeitos que se encontram numa faixa etária superior à considerada própria para o estudo no ensino regular.

Essa modalidade reflete uma filosofia específica sobre aprendizagem e ensino com base no pressuposto de que os adultos podem e querem aprender, que são capazes e dispostos a assumir a responsabilidade por sua aprendizagem e que a própria aprendizagem deve responder às suas necessidades. Um dos precursores em favor da alfabetização de jovens e adultos foi Paulo Freire que sempre lutou pelo fim da educação elitista, Freire tinha como objetivo uma educação democrática e libertadora, ele parte da realidade e da vivência dos educandos.

O método Paulo Freire pretendia superar a distância entre teoria e prática: no processo, quando o homem descobre que sua prática supõe um saber, conclui que conhecer é interferir na realidade. Freire permitia que as pessoas se percebessem como sujeito da história, onde alfabetizar é, em última instância, ensinar o uso da palavra.

Na época do regime militar, surge um movimento de alfabetização de jovens e adultos, na tentativa de erradicar o analfabetismo, chamado MOBRAL, esse método tinha como foco o ato de ler e escrever, mas não utilizava o diálogo como a de Freire e não se preocupava com a formação crítica dos educandos.

A necessidade de aumentar a base eleitoral favoreceu o aumento das escolas de EJA, pois o voto era apenas para homens alfabetizados. Na década de 40 o governo lançou a primeira campanha de Educação de adultos, tal campanha propunha alfabetizar os analfabetos em três meses; dentre educadores, políticos e sociedade em geral, houve muitas críticas e também elogios a esta campanha, assim a EJA passou a ter uma estrutura mínima de atendimento. Com o fim desta primeira campanha, Freire foi o responsável em organizar e desenvolver um programa nacional  de alfabetização de  adultos, porém com o golpe militar o trabalho de Freire foi visto como ameaça ao regime, voltando ao método MOBRAL.

O ensino supletivo foi implantado com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, LDB 5692/71. Nesta Lei um capítulo foi dedicado especificamente para a EJA. Em 1974 o MEC propôs a implantação dos CES (Centros de Estudos Supletivos), tais centros tinham influências tecnicistas devido à situação política do país naquele momento.

Em 1985, o MOBRAL deu lugar à Fundação EDUCAR que apoiava tecnicamente e financeiramente as iniciativas de alfabetização existentes. Nos anos 80 aconteceram muitas pesquisas sobre a língua escrita que de certa forma refletiam na EJA, com a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil 1988, em seu artigo 208, inciso I, a educação básica, obrigatória e gratuita é assegurada inclusive para os que a ela não tiveram acesso na idade própria.

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