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A ESCOLA E O MUNDO DO ALUNO

Por:   •  28/1/2016  •  Resenha  •  1.356 Palavras (6 Páginas)  •  416 Visualizações

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AMANDA LEMOS NOSSA FAUSTINO

FERNANDO DE SOUZA GONÇALVES

(A ESCOLA E O MUNDO DO ALUNO)

 

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PARACAMBI

2016

O livro A Escola e o Mundo do Aluno trata da construção social do aluno e do papel institucional da escola, no que tangencia a relação da escola púbica com o mundo de seus alunos.

No capítulo 17 desta publicação mostra a relação escola-família nas classes mais populares, mais especificamente as das periferias do Rio de Janeiro, os aspectos da escola frente às desigualdades sociais, principalmente com os alunos de classe baixa.

Em Uma Relação Entre Culturas, o autor  frisa a teoria de transmissão de capital cultural, um conceito de Bourdieu, no que trata da legitimação da linguagem usada no meio acadêmico ser diferente da linguagem utilizada pela população das classes populares em casa, tornando o código sociolinguístico adotado nas escolas favorável a uma população letrada, que vem de “berço” enquanto aos demais seguem restritos a uma situação de inferioridade.

        O que acaba por se tornar relevante é a classe social a qual pertence o indivíduo e não os saberes adquiridos em sua vida acadêmica, pois por mais que um aluno de uma casta social não hegemônica se esforce isso não passará de uma boa vontade cultural vazia, no entanto jamais será compatível o capital cultural de uma classe considerada superior frente á uma classe menos favorecida, devido à herança cultural e do poder aquisitivo proveniente das respectivas famílias.

        De acordo com o autor, quando a distancia cultural em relação á cultura escolar é grande, a entrada para a escola é um choque cultural, uma violência simbólica, pois o aluno não tem condições de interpretar a mensagem transmitida por seu professor, e este entrave resulta numa fala de interesse, isso sem contar que ao ingressar na escola, por não corresponder ao código linguístico exigido, o aluno descobre que ele e sua família falam de forma errada, “grosseira”, e são tidos por ignorantes perante a sociedade.

        No âmbito escola-família, as famílias são consideradas formalmente como iguais embora, sejam muito diferentes no âmbito cultural, a escola então discrimina ao tratar essas famílias como iguais, pois essa estratégia serve para perpetuar a legitimação de uma cultura privilegiada. Em se funcionamento a escola favorece os favorecidos e desfavorece os desfavorecidos.

        Ao que diferencia as famílias no âmbito cultural, não está somente voltado para os diplomas que conferem um saber legitimado para as famílias de status privilegiado ou ao fator da linguagem se aproximar da cultura legítima exigida nas escolas, está intimamente ligado ao valor que essas famílias conferem à importância da escolarização. Isso se evidencia com a participação atuante dos pais na vida escolar dos alunos participando das reuniões e influenciando nos estudos, auxiliando com os trabalhos escolares e dialogando sobre como foi o dia de seu filho na escola.

        Estudos mostram que a classe média está mais bem preparada para lidar com a instituição escolar devido ao maior investimento na educação dos filhos, a situação de igualdade ou de superioridade dos membros dessa família em relação aos docentes, um poderoso capital social, ao domínio da linguagem socialmente legitimada e da legislação, também ao fato de participarem ativamente da vida do educando.

        Em contrapartida nas classes populares, o aluno é visto dentro da escola como a sombra de seus pais, é como diz o ditado “filho de peixe, peixinho é”, uma visão generalizada dos docentes em relação ao futuro daquele que não se adaptam ao padrão cultural hegemônico.

        Vemos que nas escolas os alunos vindos de classes populares têm mais respeito ao professor que os alunos de classe média, isso porque seus pais tem maior respeito pela instituição e pelos professores, em contrapartida os alunos de classe média não tem o mesmo respeito, pois neste caso, o professor pertence a uma classe considerada inferior frente á classe á qual pertence os seus pais.

        Ao tópico que fala sobre escolas, favelas e mediação sociocultural, vemos que professores e alunos estão em diferentes esferas culturais dentro da escola, pois falta a esses alunos uma estrutura familiar que lhes reserve alguma herança cultural, e essa herança é deixada pelo legado de outros que se tornam mais populares a seu meio de convívio, muitas vezes o traficante é visto como figura de liderança e isso desestrutura muitas famílias. Nos relatos de professores no próprio livro nos mostra, que o professor tem que ser tudo, pai, amigo, irmão e professor, porque os alunos não têm referências e se sentem seguros na instituição escolar, que representa um mundo bem diferente de seu mundo habitual. Logo vemos alunos com baixa autoestima, desacreditados da vida e de si mesmos.

        Muitos docentes com um olhar centrado apenas na escola, estando esta numa periferia, gera um contraste, pois seu olhar está de fora da situação á qual se encontram os alunos, mostrando-nos polos distintos, pois são duas realidades diferentes, a do educador e do educando, mascadas por ideologias distintas.

        Dentre tantas dificuldades acerca da linguagem utilizada nas escolas, deveria o professor ser o mediador, promovendo uma ponte entre a cultura escolar exigida e seus alunos. Porém o processo de formação de professores tem dificuldade de formar docentes que saibam lidar com a diversidade e as diferenças que caracterizam os sistemas educativos de massa.

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