A Educação Bilíngue
Por: jajalomeu • 8/5/2015 • Trabalho acadêmico • 2.198 Palavras (9 Páginas) • 407 Visualizações
UNIFRAN CRUZEIRO DO SUL
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Muriaé-MG
2014
EDUCAÇÃO BILINGUE PARA SURDOS: DESAFIO À INCLUSÃO
Quanto à comunicação, quanto ao aprendizado da modalidade escrita do português como segunda língua. Inclusão dos alunos no atendimento educacional.
1- INTRODUÇÃO
Considera-se no momento atual três tendências educacionais para a surdez: o oralismo, a comunicação total e a mobilidade bilíngue.
O oralismo nega diferença entre os surdos e ouvintes, tendo como objetivo principal a capacitação do surdo para a utilização de línguas da comunidade ouvinte na modalidade oral, considerada única possibilidade linguística.
A comunicação oral utiliza recurso possível para a comunicação, incluindo todas as características dos modos linguísticos, como gestos, língua de sinais, fala e leitura, escrita, alfabeto normal, leitura escrita.
A comunicação total foi desenvolvida em meados de 1960, após o fracasso do oralismo puro em muitos sujeitos surdos. Procurou-se juntar o oralismo com a LIBRAS como alternativa para a comunicação.
A modalidade bilíngue tem como objetivo acessar os sujeitos surdos duas línguas no contexto escolar: LIBRAS e língua oficial do país, onde pode ser na modalidade escrita e oral.
Este trabalho tem como objetivo identificar os surdos no ensino escolar comum com possibilidade de aprendizagem em duas línguas: LIBRAS e língua portuguesa. O aluno surdo deverá utilizar os recursos de que precisa para superar os obstáculos encontrados no processo educacional (hipótese). Procurou-se atender o objetivo proposto através de uma pesquisa bibliográfica e os ensinamentos em sala de aula: incluir o aluno com surdez em sala de aula do ensino comum para aprendizagem das duas línguas: LIBRAS e Língua Portuguesa (oral e escrita).
2 EDUCAÇÃO BILINGUE PARA SURDOS: DESAFIO À INCLUSÃO
2.1 Quanto à comunicação
Na comunicação, deve-se identificar as características da pessoa com surdez, onde deverá ser usado todo o recurso possível para a comunicação. Os surdos foram excluídos da sociedade, por não terem como se defender, pois não possuíam uma linguagem reconhecida e respeitada que proporcionasse a valorização e comunicação e expressão. Lopes (2007, p. 12) reafirma que
nos séculos XVI, XVII e XVIII, os surdos eram vistos como incapazes de comunicação e, portanto, incapazes de pensamento – condições atribuídas ao humano. O acesso a relação comunicativa com o outro, pela descrença em sua capacidade humana, era-lhe negado. É fácil compreendermos que daí resultou o entendimento de que a condição de animalidade colocada para os surdos relegava-os a posição de anormalidade.
A comunicação total não atingiu a necessidade das pessoas surdas porque não existia o enfoque da identidade surda. O objetivo era somente a comunicação. Nela, o surdo, baseava-se no oralismo. A comunicação total inclui todos os modos linguísticos, como gestos criados pelos alunos, LIBRAS, leitura orofacial, alfabeto normal, assim como a leitura e escrita.
Para Denton (1976apud Freeman, Carbin, Boese, 1999, p. 171):
[...]A Comunicação Total incorpora o desenvolvimento de quaisquer restos de audição para a melhoria das habilidades de fala ou de leitura orofacial, através de uso constante, por um longo período de tempo, de aparelhos auditivos individuais e/ou sistemas de alta fidelidade para amplificação em grupo.
A partir das considerações sobre comunicação total houve uma mudança no processo de aprendizagem dos surdos, com o aparecimento do bilinguismo, que passa a ser utilizado e respeitado, considerado como língua materna.
2.2 Quanto ao aprendizado da modalidade escrita do Português como segunda língua
A educação de surdos no Brasil deve ser bilíngue: LIBRAS e língua portuguesa, segundo o Decreto 5.626/2005 que garante o acesso à educação por meio da língua de sinais e o ensino da língua portuguesa escrita como segunda língua.
De acordo com Fernandes (2004), o aprendizado da língua portuguesa para o aluno surdo acontece como se esta fosse a língua estrangeira, pelo fato de ter um impedimento auditivo, visto que esse processo se desenvolverá num ambiente artificial com metodologias próprias de ensino, dificultando a compreensão do conhecimento transmitido na língua ouvinte.
Aconselha-se que as duas línguas LIBRAS e a oral ou escrita Portuguêsdevem ser ensinadas e usadas em momentos diferentes, para que não haja interferência no desenvolvimento e processo de conhecimento de cada uma dela.
2.3 A inclusão de aluno surdo no atendimento especializado
O atendimento educacional especializado (AEE) para pessoas com surdez viabiliza o acesso do aluno aos ensinamentos da educação e aprendizagem em duas línguas: em LIBRAS, considerada a língua materna (língua natural dos surdos) e em língua portuguesa (língua oficial do país do aluno).
A LIBRAS não poderá substituir a modalidade da língua portuguesa. Ela é considerada a forma de comunicação e expressão em que o sistema linguístico de natureza visual-motora com estrutura gramatical própria, constituindo um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos da comunicação de pessoas surdas no Brasil (Lei n. 10.436/2002).
Na inclusão educacional os surdos precisam ter a garantia do seu acesso à LIBRAS desde a infância, o contato com a comunidade surda, a presença de intérpretes de língua de sinais para a interação com os ouvintes.
CONCLUSÃO
O desenvolvimento do aluno na aquisição da língua portuguesa dependerá do conhecimento adquirido em LIBRAS, pois é a partir da língua materna que será feita primeiramente a leitura de mundo, para mais tarde fazer a leitura da palavra em língua portuguesa, facilitando o acesso à escrita e à leitura. LIBRAS é considerada uma língua materna das comunidades surdas, pois consegue comunicar-se entre si e receber a herança cultural dessas comunidades. É uma língua, porque possui estruturas gramaticais próprias, possibilitando assim o desenvolvimento da inteligência, sendo assim, o surdo consegue os conhecimentos da comunicação ouvinte. Ela é completa e transmite sentimentos, sinais, ideais. Não é considerada uma língua universal. O surdo aprenderá a língua portuguesa oral e escrita como for inserido ao processo normal de ensino e aprendizagem, ou seja, na alfabetização, apresentando metodologias específicas com professores especializados. Torna-se importante que toda a comunidade escolar faça o uso da aprendizagem da LIBRAS para poder atender os alunos nas suas dificuldades em sala de aula ou fora dela.
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