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A Educação e Letramento

Por:   •  12/11/2019  •  Resenha  •  1.338 Palavras (6 Páginas)  •  177 Visualizações

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MORTATTI, Maria do Rosário Longo. Educação e letramento. São Paulo, UNESP, 2004.

Desde o início do processo de colonização a alfabetização veem passando por ressignificação, abaixo ilustramos mediante um quadro seus diferentes significados em diferentes períodos históricos:

Quadro 1 - Alfabetização

Ano Significado Dimensão

1549 Criação escolas de ler, escrever e contar. Com a finalidade de catequizar, instruir e civilizar os índios. Mais tarde se estendeu aos mestiços, filhos de colonos e órfãos vindos de Portugal.

1553 Transcrição e gramaticalização da língua tupi, a mais comum entre as indígenas. Utilizada para ensino e conversão dos índios.

Período Colonial Por fim, reduziu- se aos colégios, destinados aos filhos dos colonizadores e senhores de engenho. Neste período o número de pessoas que não sabiam ler e escrever era grande, porém só se consideravam analfabetos/ iletrados os índios.

Período Imperial O Iluminismo traz o processo de organização da instrução pública. Aulas- régias por meio de um mestre- escola, sem formação específica, com turmas mistas em ambientes diversificados, por exemplo a própria casa do mestre.

1822 Gratuidade da instrução primária e suas diretrizes. Criação de escolas de primeiras letras destinada a população livre de ambos os sexos, ensino mútuo. Porém não atendeu a alta demanda da sociedade em questão.

1881/1882 Surge o termo analfabeto/ analfabetismo. Tal fato ocorreu, devido ao contexto histórico relacionado ao voto, por isso o substantivo masculino, pois somente os homens tinham direito a voto, excluindo mulheres, soldados, escravos, mendigos, membros religiosos.

1889- República Intervenção para formação de cidadãos, para reverter o atraso vivido pela sociedade.

Não era utilizado de forma corrente as palavras alfabetizar e alfabetismos, muito menos o seu sentido atual. Formar cidadãos através da educação e a instrução primária, implementando práticas de leitura e escrita num projeto político pedagógico, como forma de moldar a sociedade. Criação de escolas, método intuitivo e analítico no ensino da leitura.

Duas primeiras décadas do século XX Palavras como Analphabetismo, analphabeto, analphabetizado, analphabetização começam a ser usadas. Diretamente relacionadas a escola, é a implementação da escola moderna, uso do método analítico para o ensino da leitura. Tais termos eram direcionados para designar o ensino inicial da leitura (alphabetização), insucesso na alfabetização (quanto reprovava no primeiro ano- analphabetismo)

1930 Escolanovista, estende o ensino também aos adultos Os termos ainda estavam vinculados ao ensino da leitura e da escrita, esta última passa de simples caligrafia para forma de comunicação.

1950 Projeto político de planificação e racionalização dos setores da sociedade brasileira. Alfabetizado era aquele que capaz de ler e escrever um bilhete simples, assinar apenas o nome era classificado como analfabeto.

1960 Iniciativas de caráter social e político são comprometidas com a educação popular e a alfabetização de adultos. Alfabetização, analfabeto, alfabetismo, alfabetizado ganham uma relevância muito maior, vai além da decodificação de signos, é a compreensão e participação cultural, social e política, conforme Paulo Freire aborda.

1988/

Democracia LDB, educação é dever do Estado, educação básica, inclui a educação de jovens e adultos É facultado o direito a voto a analfabeto, há mobilização para acabar com o analfabetismos nos 10 primeiros anos e universalizar o ensino fundamental.

1983 Construtivismo Alfabetização é a aquisição, por parte das crianças, da lectoescrita (leitura e escrita). Alfabetizado é estado ou condição daquele que lê e produz textos.

Fim da década de 80 a 1990 Devido a avaliação censitária, surgem os termos analfabeto funcional, analfabetismos funcional, letramento Termos advindos da Pedagogia, vinculados a ao uso da leitura e escrita para o seu cotidiano, sua realidade e seu contexto social.

Fonte: MORTATTI, 2004.

Após a Proclamação da República, em 1889, surgiu a necessidade da intervenção institucional para a formação dos cidadãos, por meio da educação, com o objetivo de reverter o atraso causado pelo período imperial. Sendo assim, intensificou também a necessidade de implementar o processo de escolarização das práticas culturais da leitura e da escrita, sob o ponto de vista de uma política liberal, que a autora define como “esclarecimento das massas”, fundamentando uma nova ordem política, econômica e social desejada.

Devido tais necessidades, geraram a organização de um aparelho escolar, que iniciou no Estado de São Paulo e tornou-se modelo para outros Estados. Consistia em um modelo baseado em modernas soluções, como a criação de escolas normais para professores primários; escolas graduadas para disciplinarização, controle e introdução de novos e mais adequados métodos e processos de ensino.

No decorrer da década de 1920, por meio das modificações econômicas e sociais no país, diversas reformas educacionais foram sendo realizadas em diversos Estados brasileiros. A partir disto, houve uma nova expansão da literatura educacional e debates sobre a educação e pedagogia acompanhada de educadores profissionais, as reformas do ideário da Escola Nova.

O analfabetismo era a legitimação política das reformas, porém a motivação era a discussão e proposta modernizadora da sociedade e a revisão das funções da escola. Por isso, a reforma da instrução pública configurou uma estratégia política, que deixou de ser a mera alfabetização para tornar-se “inteligência do coração e das mãos”, afirmação do educador escolanovista Antônio de Carneiro Leão.

Os

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