A Escola Moderna

               O trabalho didático na escola moderna

                                                   Gilberto Luiz Alves

“ essa consideração de ordem geral, entretanto, não pode ignorar o fato de que a relação educativa, até a época medieval, se impusera, sobretudo, como uma relação não sistemática que envolvia um educador, de uma lado, e um educando, de outro.” P.18

‘o dialogo permite demostrar como e falsa a crença segundo a qual o ensino medieval era dragmatico e centrado na autoridade absoluta do mestre. As questões nascem no debate e podem redireciona-lo ou aprofnda-lo’ p26

“ a teorização de David Hamilton pleiteia, exclusivamente, a pratica do ensino individual, que teria sido a marca distintiva da relação educativa feudal. Mas essa relação individual só se manteve enquanto a quantidade de estudantes não extrapolou o limite Maximo de distribuição do tempo disponível do mestre. A consitente progressão do numero de estudante foi a condição que, num certo estagio,colocou em crise o ensino individual e determinou a emergência de uma nova qualidade: a relação educativa que incorporava procedimentos de atendimento coletivo, criando um arranjo que os combinava com procedimentos de atendimento individual. Tratou-se, então, deuma superação dialética que culminou com uma nva forma de organização do trabalho didático. P33

“O trabalho didático na idade media comportava diversos momentos e operações. Dentro dele,, poderiam predominar procedimentoss de atendimentos coletivo ou procedimentos de atendiento individual, dependendo dos objetivos e das funções a eles associados.p36

ENSINO JESUITICO

“ Frise-se, mais uma vez, que o nascimento da escola moderna Np Brasil e, mesmo, em Portugal foi posterior a sua emergência em outras regiões mais avançadas da Europa. P41

“ No plano das fontes, a referencia fundamental foi a Ratio Studiorum o plano de estudos da companhia de Jesus.

... no essencial, o plano de estudos dos jesuítas consagrou a orientação da escolastica e colocou-se como o seu instrumento de realização no âmbito da educação.P42

“ Nesse sntido e como decorrencia de uma nova e grande demanda , as escolas jesuíticas, denominadas colégios, inovaram em relação aos estabelecimentos educacionais católicos pregressos. Sãs escolas carregavam uma ambivalência quanto a finalidade, pois eram, ao mesmo tempo, seminários, tal como preconizara o concilio de Trento , e colégios para a formação de jovens burguseses e nobres, que buscavam solida formação humanística visando desenvolver as bases para a realização de estudos superiores, no futuro. P51

“ Com a contra reforma, o trabalho de ensino ganhara peso ideologico e não se realizava mais como algo esporádico, a exemplo do que ocorrera na Idade Media. P56

‘ A arregimentação d um numero cada vez maior de estudantes, bem como a concentração de padres voltados para o trabalho educacional, criaram as condições não so de instauração de divisão do trabalho didático, mas também, da decorrente produção de uma materialidade escolar peculiar, plasmada no colégio com seus espaços especializados, sobretudo as salas de aula. P57

Logo. Não há como deixar de reconhecer que os jesuítas estavam na ponta daquele processo que iria resultar na produção da escola moderna. P57

COMENIUS  E A ESCOLA MODERNA

Até o século XVI, o trabalho didático preservara, em grande parte, suas características artesanais. Era um legado da sociedade feudal, um registro que resistia a emergência de uma nova época cjas necessidades educacionais já não lhe era mais pertinentes. P59

Portanto foi Comenius quem anunciou, claramente, a proposta de escola moderna, cuja organização do trabalho didático, por inspirar-se na manufatura burguesa, representou, também, a superação definitiva do ensino artesanal.P63