Os Desafios de uma escola moderna e inclusiva para jovens e adultos
Por: Grazieli Suszek de Lima • 1/12/2017 • Trabalho acadêmico • 1.357 Palavras (6 Páginas) • 730 Visualizações
Os desafios de uma escola moderna e inclusiva para jovens e adultos
Por: Grazieli Suszek de Lima
Dentre os desafios da escola moderna nos deparamos com diversas proposta de inclusão, no Brasil a temática inclusão social, não é assunto novo, a história nos apresenta diversas tentativas de atendimento para diferentes deficiências e níveis de educação.
Quando o assunto é educação de jovens e adultos Strelhow (2010) descreve que:
“Em 1934, foi criado o Plano Nacional de Educação que previa o ensino primário integral obrigatório e gratuito estendido às pessoas adultas. Esse foi o primeiro plano na história da educação brasileira que previa um tratamento específico para a educação de jovens e adultos. E foi a partir da década de 40 e com grande força na década de 50 que a educação de jovens e adultos voltam a pautar a lista de prioridades necessárias do país.”
Neste contexto histórico, podemos verificar que as tratativas relacionadas a educação de jovens e adultos (EJA), são antigas e vem se arrastando ao longo da história, o que temos agora é a lei de diretrizes e bases da educação nacional (Lei 9.394/96) que estabeleceu no capítulo II, seção V a Educação de Jovens e Adultos, com objetivo de:
“...assegurar gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.”
A inclusão é assunto de muitos documentos como menciona Ventura e Cavalcante (2012):
“São muitas as leis que discorrem sobre a questão da inclusão no Brasil... Toda essa legislação sinaliza uma preocupação com questões relacionadas à inclusão social no Brasil. E, em relação à inclusão escolar, todas as legislações da Constituição Federal à LDB, passando pela resolução n°. 2 reforçam a obrigação dos sistemas de ensino de fornecer aos estudantes com necessidades especiais acessibilidade física, através da eliminação de barreiras arquitetônicas; de transporte e de acessibilidade de comunicação, pelo uso de linguagens específicas, como o braile e a libras para surdos, além de recursos educativos.”
Pensando em todo esse histórico e em todas as tentativas de realmente termos sucesso na EJA, verificamos que o processo está longe de realmente traduzir o que os documentos nos apresentam. Isto porque, pelos relatos da professora Maria Margarida Machado em sua palestra proferida no II Colóquio Nacional: ainda não conseguimos entender esse público diferenciado que frequenta a EJA.
Quando pensamos em uma escola para jovens e adultos, teríamos que ter nesse contexto, pessoas que realmente estivessem dispostas a aprender dia a dia. Essa escola que pretende ter sucesso com turma EJA, precisa ter uma preocupação especial com o aluno.
Quando falamos em alunos diferenciados, temos que lembrar também, dessa pedagogia diferenciada pensando nesse aluno adulto, desta forma, Apostólico (2011), apresenta a Andragogia com sendo a ciência que vem ao auxílio do adulto para alcançar esse saber emancipatório que se tem tratado com mais ênfase nos últimos anos. Neste sentido, a Didática precisa ser diferenciada e contemplar os aspectos do indivíduo maduro.
Assim como Freire (2003) em seu livro a pedagogia da autonomia, observa
"...ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua própria produção ou a sua construção... e que o conhecimento precisa ser vivido e testemunhado pelo agente pedagógico.”
Nesse sentido, percebemos a necessidade dos educadores tornarem-se o agente e construírem as possibilidades para a produção ou construção do conhecimento pelos alunos, sujeitos estes que segundo Maria Margarida Machado durante o colóquio A produção do conhecimento em Educação Profissional teve como objetivo central “dialogar com a comunidade acadêmica dos campos Trabalho e Educação e Educação de Jovens e Adultos podem ser caracterizados como “extremamente dedicados e possui uma vontade de apreender e uma garra que é invejável”, esse desafio é um aluno que não possui uma formação inicial adequada e assim precisamos entrar num processo em que o professor e o aluno não se reduzem à condição de objeto um do outro.
Durante essa busca sobre os conceitos da EJA, nos deparamos com uma proposta resultante de grupo interministerial da juventude o Projovem, Pela Decreto nº 5.557 de 05/10/2005
“O ProJovem tem por finalidade executar ações integradas que propiciem aos jovens brasileiros, na forma de curso previsto no art. 81 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, elevação do grau de escolaridade visando a conclusão do ensino fundamental, qualificação profissional, em nível de formação inicial, voltada a estimular a inserção produtiva cidadã e o desenvolvimento de ações comunitárias com práticas de solidariedade, exercício da cidadania e intervenção na realidade local...”
A sua aplicação na cidade de Nova Andradina e o encantamento de professores, sobre os resultados positivos que apresentaram ao longo do programa, nos fazem refletir sobre as políticas públicas e sua real eficácia, pelos relatos foi um programa que na cidade de Nova Andradina realmente fez a diferença, para os alunos que pelo programa passaram. Porém, segundo os idealizadores do Projovem em Nova Andradina, o programa não existe mais desde o ano de 2016.
Para que possamos refletir sobre essa perspectiva, resta-nos dessa forma os questionamentos: O que nós estamos buscando? Realmente uma educação de qualidade? Se tínhamos um programa que produzia resultados positivos em um nível de educação tão complicado, porque o programa foi cortado?
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