A Linguagem e Alfabetização: Diferentes concepções teóricas e relações entre linguagem oral e escrita
Por: Isbela Arouca • 27/3/2020 • Trabalho acadêmico • 659 Palavras (3 Páginas) • 223 Visualizações
Universidade do Estado da Bahia – UNEB
Curso: Pedagogia – 3º semestre
Disciplina: Alfabetização e Letramento
Docente: Ana Paula Silva da Conceição
Discentes: Isbela Santos Arouca
“Linguagem e alfabetização: diferentes concepções teóricas e relações entre linguagem oral e escrita”.
A utilização da língua oral deu-se através de uma construção social e da necessidade que o homem tinha em expressar suas descobertas e registrar fatos. Com o passar dos anos, o desenvolvimento industrial no século XIX, uma demanda produtiva surgia e para isso, aconteceu a ampliação do número de escolas e a promoção na alfabetização dos trabalhadores. Naquele período poucas pessoas sabiam e ler e escrever e em virtude e com a emergência do ensino da escrita com a finalidade de escolarizar, foram observados situações em que crianças, mesmo conseguindo falar perfeitamente, sentiam dificuldades em apropriar-se da língua escrita.
Definimos linguagem como o conjunto de sinais que utilizamos para expressar pensamentos e idéias, assim foi criado o alfabeto que é conjunto de sinais que representam a palavra escrita e o processo de ensinar a ler e escrever esses sinais denominou alfabetização. Os sinais não são usados combinados de forma aleatória, existem regras para seu emprego como forma dos verbos, grafias, regência, outro fato a ser observado é o contexto no qual palavras iguais possuem significados e idéias distintas.
A alfabetização de alunos pertencentes a classe popular da sociedade mostram fracasso a medida em que se observa o alto índice de evasão escolar, em virtude da falta de acesso a meios culturais, dificultando o acesso a norma culta lingüística e a apropriação da cultura letrada pela classe menos favorecida da sociedade. Esses alunos possuem linguagem oral que foi desenvolvida através da interação social, entretanto para cumprir sua função social na alfabetização, as habilidades verbais e escritas precisam estar desenvolvidas de forma equilibrada. Para acontecer essa fusão entre a língua oral e escrita é primordial que aconteça o que denominamos fala egocêntrica. Piaget demonstrou que a fala egocêntrica aparece na fase pré operacional e desaparece a idade das operações concretas. É um mecanismo interno de fala do eu com o eu, sem interferência de um interlocutor externo. Já Vygotsky, compreende que é um processo que acontece do social para o individual. O indivíduo passa por experiências sociais que o fazem expressar seu pensamento de forma verbalizada. Essa fala egocêntrica acontece a todo instante, inclusive em momentos de brincadeiras solitárias, em que a criança cria uma fala, mesmo que seja imaginária construindo hipóteses e argumentos.
O desenvolvimento da linguagem oral e escrita se dá a partir de uma mediação dialógica e para que isso aconteça, a criança precisa conhecer os sistemas de signos e suas regras de aplicação a língua escrita. A criança como sujeito cultural, está inserida em um contexto social diverso dos demais pares e essa variedade influencia um processo de aquisição da linguagem escrita, visto que, seu diálogo difere das normas gramatical padrão e isso dificulta seu aprendizado.
A expectativa imposta para que a criança seja alfabetizada entre os 06 e 07 anos acaba por criar pressões sobre este ser em constante formação. A criança precisa mais tempo para brincar e interagir com seus pares, criar novas possibilidades de diálogos, a fim de ajudar na aquisição da língua escrita. Isso não significa que o aluno não deverá ser alfabetizado desde cedo, mas antes de criar expectativas sobre sua aquisição da língua escrita é preciso criar mecanismos para que esta criança crie um gosto pelas letras e evitar a mecanização do ensino da alfabetização, dessa maneira a alfabetização terá sucesso ao longo do processo educacional.
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