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A RELAÇÃO ENTRE NÍVEIS CONCEITUAIS DE ESCRITA E ESTRATÉGIAS DE RECONHECIMENTO DE PALAVRAS

Por:   •  27/9/2021  •  Artigo  •  967 Palavras (4 Páginas)  •  134 Visualizações

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ARTIGO - RELAÇÃO ENTRE NÍVEIS CONCEITUAIS DE ESCRITA E ESTRATÉGIAS DE RECONHECIMENTO DE PALAVRAS

SARA MOURÃO MONTEIRO I

ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2419-5928

MARGARIDA ALVES MARTINS II

ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2773-1634

  1. Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Educação, Belo Horizonte, MG, Brasil.
  2. Instituto Universitário de Ciências Psicológicas Sociais e da Vida (ISPA), Lisboa, Portugal

Sara M. Monteiro - Doutora em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professora

Pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Conhecimento e Inclusão Social em Educação/ Faculdade de Educação/Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Membro do Grupo de Pesquisa em Alfabetização/ GPA/Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita/UFMG. E-mail:<mourao.sara@gmail.com>.

Margarida A. Martins - Doutora em Psicologia da Educação. Professora Titular de Psicologia Educacional/ ISPA - Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, Lisboa, Portugal. Pesquisadora no Centro de Pesquisa Educacional (CIE-ISPA). E-mail:<mmartins@ispa.pt>.

RESUMO: Os níveis conceituais da escrita (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999), revelam o processo evolutivo da compreensão do princípio alfabético pelas crianças. Por outro lado, as teorias sobre a aprendizagem da leitura revelam as estratégias de reconhecimento de palavras. Visando analisar a relação entre os níveis conceituais de escrita e as estratégias de leitura de palavras compostas por sílabas de estruturas CV, CCV e CVC, aplicou-se testes de leitura e de escrita de palavras em 47 crianças do 1º ano do Ensino Fundamental. Concluiu-se que a evolução da compreensão do princípio alfabético promovem avanços na leitura de palavras compostas por sílabas CV e a formação do léxico ortográfico; e que o confronto com as estruturas silábicas CVC e CCV contribui para que o sistema de análise sequencial das letras no reconhecimento da palavra se modifique, ampliando a percepção das crianças sobre a complexidade das estruturas fonológicas dos segmentos silábicos.

Palavras-chave: Alfabetização. Níveis conceituais de escrita. Reconhecimento de palavras.

INTRODUÇÃO

NÍVEIS CONCEITUAIS DE ESCRITA E ESTRATÉGIAS DE LEITURA NA FASE INICIAL DA

APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESCRITA

A teoria da psicogênese da escrita (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999) pressupõe um processo evolutivo de apropriação da língua escrita por meio do qual as crianças se esforçam para compreender o que os sinais gráficos da escrita representam e como eles são organizados para formar um sistema notacional. Os níveis que constituem esse processo são orientados pelas hipóteses formuladas pelas crianças em torno dessas duas questões.

Na primeira fase (pré-silábica), as crianças estabelecem distinção entre o modo de representação icônico e não icônico, apreendendo a função simbólica da escrita. Para Ferreiro e Teberosky (1999), essa construção permite que as crianças comecem a observar as propriedades da escrita: espaços em branco que separam as palavras em um texto escrito, extensão do texto, diferenciação das letras de outros sinais gráficos no texto, formato das letras, dentre outros. Nesta fase, ainda, as crianças buscam controlar as variações na escrita sob os eixos qualitativos e quantitativos, estabelecendo condições gráficas para diferenciar as escritas que definem o que pode ser interpretado. Duas condições gráficas são estabelecidas para considerar as escritas: a quantidade suficiente e a variedade de letras na configuração gráfica das palavras.

Nas fases seguintes, que se distinguem da primeira pela fonetização da escrita, as crianças estabelecem progressivamente relações entre oralidade e escrita. Na fase silábica, as crianças, buscando fazer coincidir a escrita ao número de sílabas percebidas na pronúncia das palavras, registram uma letra para cada sílaba da palavra, inicialmente, sem estabelecer correspondência com as propriedades sonoras das sílabas. No momento em que surge a questão sobre quais letras devem ser escritas, elas passam a usar letras com valores sonoros relativamente estáveis para o registro das sílabas.

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