A TECNOLOGIA X METODOLOGIA
Por: Bruno Fernando • 30/10/2017 • Trabalho acadêmico • 1.116 Palavras (5 Páginas) • 643 Visualizações
INTRODUÇÃO
As inovações tecnológicas, ao longo da história, sempre encontraram detratores. Os registros remetem a Platão, que criticava a escrita por ser ela, dizia ele, um substituto da memória. Algumas pessoas sempre olharam, e ainda a olham, com desconfiança para as inovações de sua época. Isso se justifica pelas transformações que se seguem após a implementação de uma tecnologia. Elas mudam completamente o ambiente onde quer que se instalem: indústrias, governos, casas, relações sociais. Cedo ou tarde, obviamente, elas chegariam e transformariam, também, as escolas e, consequentemente, o modo como os professores ensinam e a forma como os alunos aprendem. Esta análise busca responder questões levantadas em torno desse ponto. Busca saber até que ponto as relações entre alunos e professores e o ensino e a aprendizagem podem ser beneficiados a com a utilização de novas, e antigas, melhorias tecnológicas.
TECNOLOGIA X METODOLOGIA
O texto Tecnologia ou metodologia? O grande desafio para o século XXI. (SESI/CEUNSP Revista Pitágoras ISSN 2178-8243, v.4, n.4. FINAN - Nova Andradina/MS, dez/mar 2013, 19 páginas), da pedagoga Giani Peres Pirozzi, aborda questões sobre tecnologia e de que maneira ela influencia no processo de ensino-aprendizagem na atualidade, além de refletir acerca das mudanças nos papeis do professor e dos alunos dentro desse processo. Levanta, também, um discussão sobre a forma de utilizar os avanços tecnológicos pelas escolas e pelos educadores para o melhoramento do ensino.
Todo esse debate gira em torno das transformações sociais ensejadas pela incorporação das inovações tecnológicas e da forma como os sujeitos do processo de aprendizagem e ensino escolar (professores e alunos) respondem a essas transformações. O fato de pertencerem a gerações diferentes confere uma discrepância na relação desses sujeitos com a tecnologia. A maioria dos alunos domina as tecnologias da atualidade, ao passo que os professores precisam, ainda, adaptar-se às mudanças tecnológicas e aprender a incorporá-las e utilizá-las para o desenvolvimento de suas ações pedagógicas. Porém, para a consecução dessa discussão, é necessário, antes, fazer uma distinção que com frequência leva a um entendimento errado a respeito de dois conceitos importantes: a diferença entre tecnologia e informática.
A informática está estritamente ligada ao processamento e transmissão de informações em meios digitais. Ela se relaciona intimamente com a ideia de tratamento de informações por computadores. Não à toa, como diz Gleick (2013), a ciência da computação é também conhecida pelo nome de informática. O conceito de tecnologia, ao contrário, é algo bem mais abrangente e compreende tudo o que objetiva o melhoramento das capacidades e o aperfeiçoamento de técnicas humanas. Diferentemente da informática, a tecnologia está presente desde os tempos mais remotos e de diferentes formas. Os debates sobre o incremento da tecnologia nas escolas também é algo antigo, como sugere o exemplo de Menezes (2013) a respeito do uso ou não da calculadora no estudo da aritmética. Portanto, como escreve Pirozzi (2013, p. 3), “[...] tudo o que está ao nosso alcance envolve tecnologia, desde a nossa fala até os últimos aparados tecnológicos”.
A respeito da construção do conhecimento, é preciso que se entenda a diferença dos elementos que o compõem. Os dados, segundo Pirozzi (2013, p. 7), “são registros, fatos soltos que estão dispostos em nosso meio”. Já o conceito de informação pode ser entendido como sendo a ordenação e o processamento de fatos (ou seja, de dados) de modo que adquiram algum significado. Por fim, o conhecimento, resumidamente, é o conjunto de diversas informações muito bem organizadas das quais se pode fazer uso para o dia a dia.
Considerando esses elementos, é possível notar que, para o efetivo alcance do que se conhece por aprendizagem, é necessário algo ou alguém que estruture os dados de forma eficiente, para dotá-los de significado e, finalmente, transforme-os em conhecimento, para que sejam, então, assimilados. Essa assimilação de conhecimentos sistematizados é o conceito, sumariamente falando, de aprendizagem. Num conceito mais amplo, a aprendizagem pode ser entendida, como diz Libâneo apud Pirozzi (1994, p. 9), como “[...] um ato de conhecimento pelo qual assimilamos mentalmente os fatos, fenômenos e relações do mundo, da natureza e da sociedade, através do estudo das matérias de ensino.” Esse processo de assimilação (aprendizagem) é relevante, pois ele resulta em mudanças concretas nas relações dos sujeitos com a sociedade. Além disso, a apropriação de conhecimentos de maneira significativa e profunda possibilita o alcance de um patamar acima do conhecimento: a inteligência.
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