A educação bancária e a educação libertaria na concepção de Paulo Freire
Por: Palloma Rodrigues • 29/6/2019 • Resenha • 503 Palavras (3 Páginas) • 389 Visualizações
A EDUCAÇÃO BANCÁRIA E A EDUCAÇÃO LIBERTÁRIA NO PENSAMENTO PEDAGÓGICO DE PAULO FREIRE.
Paloma de Oliveira Rocha [1]
Para Paulo Freire, o objetivo maior da educação é proporcionar a autonomia do aluno. Isso significa, em relação às parcelas excluídas da sociedade, levá-las a entender sua situação de oprimidas e agir em favor da própria libertação. O presente estudo visa apresentar os conceitos de educação bancária e educação libertária no pensamento pedagógico freiriano. Ao mesmo tempo, será demonstrado como, a partir desse pensamento, a própria finalidade de educação é refundada. A partir da análise do livro Pedagogia do Oprimido, pode-se perceber que Freire divide a pedagogia humanista e libertadora em dois momentos. O primeiro, no qual os oprimidos vão desvelando o mundo da opressão e vão comprometendo-se, na práxis, com a sua transformação; e o segundo, em que, transformada a realidade opressora, esta pedagogia deixa de ser do oprimido e passa a ser a pedagogia dos homens em processo de permanente libertação. Tais momentos se caracterizam como a transição da educação bancária para a libertária. Do ponto de vista “bancário”, a educação é uma doação dos sábios para aqueles que julgam nada saber, consistindo numa prática que se funda na ideologia da opressão, presumindo a absolutização da ignorância que se encontra sempre outro. Assim, deposita conhecimentos no aluno, reduzindo-o a um objeto passivo do processo educacional no qual são jogadas informações sobre diversas matérias, caracterizando-se, também, por ser basicamente uma educação autoritária, na qual o conhecimento e a experiência de vida prévia do aluno era ignorada. Diante disso, Freire defende que os verdadeiros humanistas não devem servir-se da concepção “bancária” em suas buscas por libertação. Uma educação que se oponha à prática bancária não deve ser iniciada com a manutenção da alienação, continuando a ver o indivíduo como um ser vazio que deve ter conteúdos depositados. Pelo contrário, a educação libertadora deve entender os indivíduos como corpos conscientes e com história. Nesse processo, todos são sujeitos ativos, cuja finalidade é ampliar a consciência social de todos, especialmente dos alunos, para que se viabilize a revolução que acabará com a opressão. Agora, numa educação como prática para a liberdade, não há mais educador do educando, mas sim educador-educando com educando-educador. Nesse sentido, o professor não só educa, como é educado, resultando num processo de crescimento mútuo no qual ninguém educa ninguém, mas os indivíduos se educam em comunhão. A busca pela transformação, indica o homem como um ser mais, que se realiza a partir da comunhão e da solidariedade entre os homens, negando o individualismo e, consequentemente, o egoísmo. Desse modo, o homem que busca sua emancipação, aprende em conjunto a superar o intelectualismo alienante e a falsa consciência do mundo.
Palavras-chave: Educação; Filosofia; Método Pedagógico.
Área(s) de conhecimento: Ciências Humanas.
BIBLIOGRAFIA
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 11ª Edição. Editora Paz e Terra.
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