AD1 Português Instrumental
Por: MarcelaMesquita • 6/10/2017 • Artigo • 492 Palavras (2 Páginas) • 346 Visualizações
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UERJ – Faculdade de Educação / CEDERJ
Licenciatura em Pedagogia
Língua Portuguesa Instrumental
Coordenadora:
Avaliação a Distância 1 – 2017.1
Aluno (a):
Mat.: Polo:
Reestruturar, para quem?
O ensino médio vai mudar. Currículo, organização e carga horária. E a motivação para isso é a constatação do fracasso da nossa educação. Segundo o Pisa (sigla em inglês para Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) o Brasil regrediu (12/2016 - Pisa: o diagnóstico de um apagão). “O adolescente brasileiro nunca soube tão pouco” e é cada vez maior o número de jovens que desiste do ensino médio antes de encerrar o ciclo básico (Nossa Opinião: Enfim, o ensino médio vai mudar). É certa a necessidade de mudanças no sistema de ensino brasileiro. O questionamento é: é certa a maneira como isso está sendo feito?
Acredito que esta Reforma deveria começar pela estrutura física das unidades escolares, na formação, capacitação e especialização dos professores, nas series pré-escolares e iniciais e assim gradativamente até chegar ao Ensino Médio. Querer reformar o sistema de educação do Brasil a partir do Ensino Médio é como construir uma casa a partir do teto. Muita coisa precisa ser feita até chegar lá. Há muita coisa a ser trabalhada na criança e no adolescente até chegar a dar ao jovem (tão jovem) liberdade para direcionar seus estudos com base na área em que tem afinidade diminuindo a quantidade de matérias, ou pior, retirando ou desobrigando-o daquelas que o ensinariam a pensar criticamente.
A quem interessaria essa divisão das matérias por área de interesse? Especialmente, a quem interessa oferecer ao jovem a “opção” pela formação técnica? Certamente a classe mais “favorecida” da nossa sociedade, que se sente ameaçada com a concorrência dentro e fora das universidades. Sem contar a necessidade histórica de manter a divisão de classes, onde o pobre, que precisa trabalhar, é claro, vai optar pela formação técnica e assim segue-se o rico com a formação acadêmica superior e o pobre sendo a força de trabalho que sempre foi, apenas e talvez, um pouco mais qualificada.
Outro ponto a ser revisto é a questão da contratação de “professores” com base em seu notório saber ou sem formação em licenciatura, como forma de suprir a falta de professores. Você confiaria a sua vida a um médico sem diploma? Com certeza não. Mas o futuro de uma nação pode ser confiado a alguém que não tem formação acadêmica para isso. Na verdade isso é mais um improviso, quando uma das saídas seria valorizar o professor, dar a ele melhores salários e melhores condições de trabalho para que os alunos do ensino médio desejem seguir a carreira docente.
Não é que não seja necessário, mas antes de pensar em reformar a escola a partir do fim, é necessário reestruturar a base. Mais do que uma “educação para todos”, o que precisamos é de qualidade na educação para todos.
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