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AS CONTRIBUIÇÕES DO LÚDICO PARA A ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

Por:   •  2/11/2018  •  Artigo  •  4.122 Palavras (17 Páginas)  •  265 Visualizações

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FCE- FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS

AS CONTRIBUIÇÕES DO LÚDICO PARA A ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

Andreia de Freitas[1]

RESUMO

O presente artigo de pesquisa e revisão bibliográfica tem como tema central as possibilidades de utilização dos jogos e brincadeiras na alfabetização. Como objetivos foram estabelecidos: conhecer as principais características do desenvolvimento infantil; pesquisar sobre o construtivismo e as diretrizes legais do ciclo de alfabetização e destacar situações lúdicas que favoreçam a alfabetização na idade certa. Foram consultados autores como Vigotsky (1988), Piaget (2002), Ferreiro e Teberosky (1985), bem como as diretrizes para o ensino presentes no Programa Nacional para a Alfabetização na Idade Certa (PNAIC, 2012) e Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2017). A pesquisa apontou que a criança precisa ser respeitada em suas fases de desenvolvimento, e este por sua vez, está intrinsicamente ligado ao universo da fantasia e criatividade das brincadeiras e jogos. Utilizar esse elemento do desenvolvimento infantil oportuniza aprendizagens cognitivas, sociais, emocionais e físicas, contribuindo para o crescimento saudável e sucesso na vida escolar. A alfabetização na perspectiva do letramento busca a utilização real da linguagem oral e escrita e o lúdico pode ser um valioso instrumento de intervenção e desafio. O professor precisa conhecer os objetivos de cada proposta, sejam jogos ou brincadeiras (tradicionais ou digitais), e alia-las aos conteúdos curriculares, promovendo a participação ativa do aluno na aprendizagem da leitura e escrita.

Palavras-chave: Alfabetização; Lúdico; Aprendizagem; Letramento.

INTRODUÇÃO

        Por muito tempo as práticas tradicionais de alfabetização foram responsáveis por altos índices de insucesso na vida escolar. Crianças e adolescentes sentiam-se desestimulados por tarefas baseadas em repetições e cópias, destituídas de significado na vida real.

        Hoje, após mudanças na maneira de se pensar o ensino e especificamente a práticas alfabetizadoras, evoca-se metodologias que busquem a alfabetização na perspectiva do letramento. Assim, o presente artigo justifica-se pela necessidade de constante renovação profissional, buscando não apenas mais conhecimento, mas sobretudo, novas sugestões para aperfeiçoar a prática pedagógica.

        Para iniciar a pesquisa foi delimitada a seguinte questão norteadora: “quais as contribuições dos jogos e brincadeiras para a alfabetização na idade certa?” Como objetivos foram elencados: conhecer as principais características do desenvolvimento infantil; pesquisar sobre o construtivismo e as diretrizes legais do ciclo de alfabetização e destacar situações lúdicas que favoreçam a alfabetização na idade certa.

        O artigo foi construído a partir de pesquisa bibliográfica e revisão da literatura. Para elaboração do texto foram selecionados artigos nacionais disponibilizados na internet; legislações pesquisadas no site do Ministério da Educação e livros que discorriam sobre o tema.  

        Inicialmente o artigo tratará das especificidades do desenvolvimento infantil. Com base nas teorias de Vigotsky (1988) e Piaget (2002) que preconizam a interação social e o respeito as etapas de maturação biológica serão mostrados os benefícios do brincar para o pleno desenvolvimento infantil em todas as suas dimensões.

        A seguir o foco será a as mudanças recentes no ciclo em busca da melhora dos índices de aprendizagem. Uma breve reflexão sobre a teoria construtivista e as contribuições da Psicogênese da Língua Escrita (1985) também compõem o texto.

        Finalmente, a pesquisa irá destacar situações lúdicas que contribuem para a rotina alfabetizadora. Utilizar jogos e brincadeiras como fonte de aprendizagem pode assegurar o respeito aos diferentes modos de se construir conhecimento e transformar a leitura e escrita em situações estimulantes e carregadas de funções sociais.

O DESENVOLVIMENTO INFANTIL

        O conceito de infância, aprendizagem e desenvolvimento infantil foram moldando-se durante os anos, juntamente com os novos conhecimentos científicos e costumes de cada sociedade e época na história. Todavia, Friedmann (2012, p.1) destaca que algo em comum a todas as civilizações é a estreita ligação entre o crescimento e o brincar: “o homem sempre brincou, nas diversas regiões, povos e culturas do mundo, atravessando tempos históricos. Porém, formas, espaços, tempos, objetos de brincar e os próprios brincantes foram se transformando.”

QUADRO 1: LINHA DO TEMPO INFÂNCIA

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FONTE: COSTA, 2009.

Como mostrado no quadro acima as crianças, mesmo com as particularidades do brincar sempre presentes, foram por muito tempo tratadas como adultos em miniaturas. As medidas educativas e até mesmo recreativas eram voltadas para condicionamento de comportamentos aceitáveis, de acordo com a moral imposta pela sociedade.  Somente no final do século XIX as características relativas à infância começaram a ser estudadas. Dois dos mais famosos estudiosos sobre desenvolvimento infantil, Lev Vigotsky (1896-1934) e Jean Piaget (1896-1980), apesar de enfoques diferentes nas linhas de pesquisa, destacam o papel do lúdico e dos jogos nas diferentes etapas de desenvolvimento infantil.

        Vigotsky (1988) privilegia a interação e o ambiente social como fatores determinantes para o desenvolvimento. Ele enfatiza que os aspectos sociais, o meio e os indivíduos produzirão estímulos que acarretarão em aprendizagens.   A zona de desenvolvimento proximal onde ocorrem às evoluções. Assim sendo, um ambiente pobre de estímulos prejudicará sobremaneira o desenvolvimento cognitivo infantil.

        Vygotsky (1988) em muitos de seus estudos relaciona sua teoria da zona de desenvolvimento proximal com os avanços promovidos pela interação da criança com o lúdico.  Com isso, o papel do professor na mediação entre a criança e o brincar ganha destaque nas experiências escolares. O adulto tem papel determinante na conquista de novas aprendizagens, promovendo desafios que mobilizem os conhecimentos já interiorizados para solucionar questões a serem aprendidas.

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