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AVALIAÇÃO MITO E DESAFIO, UMA PERSPECTIVA CONSTRUTIVISTA.

Por:   •  18/11/2016  •  Resenha  •  2.143 Palavras (9 Páginas)  •  4.146 Visualizações

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HOFFMANN, JUSSARA. AVALIAÇÃO MITO E DESAFIO, UMA PERSPECTIVA CONSTRUTIVISTA. 16ª EDIÇÃO. PORTO ALEGRE: EDUCAÇÃO E REALIDADE, 1995.

08/09/2016

RESUMO

AVALIAÇÃO E A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

Avaliação se detém “no não se deve ser” ao invés do “ser melhor”. Reconhecendo-se a serviço do autoritarismo e do direito de cátedra do professor, desde os primórdios da Educação, os estudiosos em avaliação importam-se, sobretudo, em estabelecer críticas e paralelismo entre ação avaliativa e diferentes manifestações pedagógicas, deixando, entretanto de apontar perspectivas palpáveis ao educador que deseja exercer em benefício da educação. As investigações sobre avaliação sugerem fortemente que a contradição entre discurso e a prática de alguns educadores e, primeiramente, a ação classificatória e autoritária, exercida pela maioria contra explicação na concepção de avaliação do educador. Outras imagens evocam objetos surpresa ou de controle: bolo de faz de conta embrulho de presente; radar, termômetro, balança. Raras vezes surgem imagens de cunho positivo relacionado às essas palavras. Dar notas, fazer prova é avaliar, o registro das notas denomina-se avaliação. A dicotomia entre ação de educar e ação de avaliar se tornam dois momentos distintos e não relacionados. E necessário oportunizar lhe a tomada de consciência sobre a contradição existente entre a ação de avaliar e a concepção de avaliação como resultado e como julgamento.

Fenômeno avaliação é hoje um fenômeno indefinido. Professores e estudantes que usam o termo atribuem lhe diferentes significados relacionados, principalmente, aos elementos constituintes da pratica avaliativa tradicional: prova, nota, conceito, boletim, recuperação.

Sem dúvida alguns documentos referentes á avaliação, elaborados por órgãos oficiais e orientadores dos regimentos, contêm inúmeras distorções e confusões teóricas. Reforça ao mesmo tempo, o caráter burocrático e mensurável da prática avaliativa, coerente á visão capitalista liberal de suas propostas pedagógicas.

A concepção de avaliação que marca a trajetória de estudantes educadores, até então e a que define essa ação como julgamento de valor dos resultados alcançados. Os professores cumpre a exigência da escola sem perceber que a ação de avaliar se fez presente e de forma efetiva na sua ação educativa. E que o equivoco se encontra nas exigências burocráticas da escola e do sistema em que ela é dominada.

Não acredito que o contexto educacional brasileiro deva importar modelos da prática avaliativa de outros países. Nem creio que, por imposições legais ou administrativas, a ação de avaliar se descaracterize de sua função obstaculizada. E é também, através de uma ação consensual nas escolas e universidades que podemos influenciar no sentido de revisão de significado das exigências burocráticas do sistema de ensino. Um processo interativo através do qual educandos e educadores aprendem sobre si mesmo e sobre a realidade escolar no ato próprio da avaliação.

Exercendo se avaliação como uma ação classificatória e burocrática, persegue-se um princípio claro de descontinuidade de segmentação de parcialização de conhecimento. Nessa dimensão avaliar é dinamizar oportunidades de auto reflexão num acompanhamento permanente do professor que iniciará o estudante a novas questões a partir de respostas formuladas. Uma prática avaliativa coerente do professor no aprofundamento em teorias do conhecimento é questionar se e questionar, são premissas básicas de uma perspectiva construtivista. A luta de educadores e políticos denuncia a função seletiva e discriminatória das notas e conceitos e dos prejuízos sociais decorrentes da reprovação. A avaliação, na perspectiva de construção do conhecimento parte de duas concepções básicas: confiança na possibilidade dos alunos construírem suas verdades e valorização de suas manifestações e interesses. Exige do educador uma concepção de criança, jovens e adultos, como sujeitos de desenvolvimento inserido no contexto de sua realidade social e política. Daí, avaliar é dinamizar oportunidades de ação-reflexão, num acompanhamento permanente do professor, que incitará o aluno a novas questões a partir de respostas formuladas, não num momento terminal do processo educativo, mas uma busca de compreensão das dificuldades do educando e na dinamização de novas oportunidades de conhecimento, tais como: a de Piaget, que declara que compreender as dificuldades encerra um princípio de descentralização, ver as coisas do ponto de vista dos outros, exemplo: princípio da reversibilidade.

AVALIAÇÃO: MITO E DESAFIO 

O mito é decorrente de sua história que vem perpetuando os fantasmas do controle e do autoritarismo há muitas gerações parece necessário desestabilizar práticas rotineiras e automatizadas a partir de uma tomada de consciência coletiva sobre o significado dessas práticas. E esse é um desafio, ampliar a preocupação com o “fenômeno avaliação”, estender-se a discussão do interior das escolas a toda a sociedade, pois o mito da avaliação é decorrente de sua histórica feição autoritária tradicional.

Em seu conjunto a avaliação na escola, vem sendo considerada um ato penoso de julgamento de resultado. O resultado de uma avaliação não tem que ser o ponto final da analise de compreensão do estudante, a nota tem que ser encarada como o início do processo apoiado a partir da avaliação em que o professor terá seu diagnóstico da sala de aula é próprio também, pois é muito difícil para os professores transformarem suas considerações em um conceito de avaliação que a meu ver é vago e desumano para uma sociedade composta por diversas classes.

O que percebo é que a compreensão de muitos professores e do sistema educacional é de que “tudo pode ser avaliado”, sem que se leve em conta de que muitas notas são atribuídas arbitrariamente, ou seja, por critérios individuais, vagos e confusos ou precisos demais para determinada situação. Professores reduzem a avaliação a uma prática de registro de resultados sobre o desempenho do aluno. Avaliar é julgar o resultado do trabalho da criança após o término deste, nele demonstrando comportamentos definidos, como ideais pelo professor, (aprovação/reprovação), que reforça o autoritarismo de cunho sentencioso, desconsiderando a mútua coordenação dos pontos de vista e das ações (reciprocidade – Piaget). Avaliação é indissociável da educação, deve levar a ação de reflexão observadora, investigadora, ampliando as possibilidades próprias dos alunos. A teoria da avaliação educacional no Brasil sofreu uma grande influência dos estudos estadunidense. A partir dos nos 60, principalmente foi muito ampla a divulgação da proposta de Ralph Tyler conhecida como “avaliação por objetivos”. Essa proposta passou a ser referencial teórico, básico nos cursos de formação de professores, causando até hoje grande e duradoura repercussão nos meios educacionais. “A avaliação é o processo destinado a verificar o grau em que mudanças comportamentais estão ocorrendo. A avaliação deve julgar o comportamento dos alunos, pois o que se pretende em educação é justamente modificar tais comportamentos.” No modelo de Ralf Tyler (Avaliação por objetivos), deve-se verificar o grau em que as mudanças comportamentais estão ocorrendo, através dos objetivos definidos pelo professor (enfoque comportamentalista).

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