“Alfabetização e Letramento: Conceitos e Relações” de Eliana Albuquerque
Por: Micaelly Guazzelli • 8/4/2021 • Resenha • 251 Palavras (2 Páginas) • 306 Visualizações
No primeiro capítulo de “Alfabetização e letramento: conceitos e relações”, Eliana
Albuquerque, mediante depoimentos de professores, chama a atenção para os
conceitos de alfabetização e letramento, mostrando que estão intimamente
relacionados, pois “o ideal seria alfabetizar letrando” (Soares, 1998).
A autora debate sobre a história da alfabetização, começando com as as populares
“cartilhas”, que chegaram às salas de aula no fim do século XIX e ensinavam a
decodificar as palavras através de repetição e memorização - assim como castigos e
humilhação. Tais métodos tornaram a experiência da alfabetização em tortura para
muitos, mesmo com diversos relatos sobre a participação familiar tornar tal tarefa
menos tortuosa, ainda era um método que impedia a compreensão real das palavras.
Apenas em 1980, este método de alfabetização começou a ser questionado. O sistema
de notação alfabética proposto por Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1984) rompeu
com a concepção de língua escrita como código, constatando em sua aplicação três
níveis evolutivos ao alfabetizar, e coloca a interação aluno-texto como primordial para
aprendizagem, diferente do que ocorria com os textos “forjados” presentes nas cartilhas
tradicionais, que ensinaram a decodificar, mas não compreender, gerando os
“analfabetos funcionais”.
Na década seguinte, começa a ser debatido o termo “letramento”, justamente pelos
inúmeros estudos apontando a ineficácia da alfabetização não funcional, que não
permite o educando refletir sobre o sistema alfabético de escrita.
Rico em dados e exemplos internacionais e nacionais, o capítulo é útil para entender a
necessidade de ensinar a ler e escrever dentro de um contexto onde a escrita e a
leitura tenham sentido e faça parte da vida do aluno, o que torna a obra obrigatória e
atual para educadores.
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