As Politicas Educacionais em Pedagogia
Por: naomiclaudia • 4/2/2017 • Seminário • 1.417 Palavras (6 Páginas) • 595 Visualizações
Resumo fichamento
Compreender e Ensinar. Por uma docência da melhor qualidade. Terezinha Azeredo Rios. Cortez editora, São Paulo. 2003
Assunto: formação de professores (filosofia da educação/didática e teoria de ensino)
Até a década de 1990, o desafio da escola era garantir acesso a todos os alunos, manutenção destes na escola (aumento de índice de aprovação e não evasão), além da qualidade da aprendizagem, qualidade humana e social da escola.
O acesso através da democratização (abertura da escola a todos) foi conquistado e os desafios aumentados: um novo projeto educacional que contemplasse desenvolvimento cultural, científico, tecnológico e humano. Necessidade de envolvimento e empenho da sociedade (professores, diretores, funcionários, pais, governos, sindicatos e outros grupos sociais). O que a autora clama por docência de melhor qualidade.
Novas competências foram acrescentadas na formação dos professores, além da habitual formação técnica (conteúdos didáticos pedagógicos, diretamente ligada a pratica profissional); conteúdos ligados à explicitação do sentido da existência humana (individual, sensibilidade pessoal e social) e identidade profissional. O professor como um agente social, tomador de decisões. Professor assume papel mais central no processo educacional.
Busca-se um ensino competente que significa de boa qualidade, no aspecto técnico, político, ético e estético. Discussão sobre tema qualidade é muito extensa...(dicionários, Aristóteles, Locke, Arroyo, Contreras Domingos, Cortella, Gentilli e outros).
Competências, muitas definições...
Perrenoud (1997:7) “... uma competência como uma capacidade de agir eficazmente em um tipo definido de situação, capacidade que se apóia em conhecimentos, mas não se reduz a eles. Para enfrentar da melhor maneira possível uma situação, devemos em geral colocar em jogo e em sinergia vários recursos cognitivos complementares, entre os quais os conhecimentos.”
As competências utilizam, integram, mobilizam conhecimentos para enfrentar um conjunto de situações complexas. A descrição de uma competência evoca 3 elementos:
= tipos de situações;
= os recursos que mobiliza, os conhecimentos teóricos ou metodológicos, as atitudes, os esquemas motores, os esquemas de percepção, de avaliação, de antecipação de decisão;
= solicitação, mobilização e orquestração dos recursos pertinentes em situação complexa e tempo real.
“Competências são capacidades que se apoiam em conhecimentos. A capacidade de envolver os alunos em suas aprendizagens, por exemplo, vai requerer o conhecimento do desenvolvimento cognitivo dos alunos, o conhecimento do conteúdo que se vai levar ao aluno etc. É fundamental considerar a situação em que se desenvolve o trabalho, na medida em que mobiliza determinados saberes e demanda a organização de novas capacidades, em virtude do processo que se desenvolve social, técnica e politicamente.”
Perrenoud, enumera 10 familias de competências de acordo com Genebra 1996
- Organizar e dirigir situações de aprendizagem
- Administrar a progressão das aprendizagens
- Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação
- Envolver os alunos em suas apdz e em seu trabalho
- Trabalhar em equipe
- Participar da administração da escola
- Informar e envolver os pais
- Utilizar novas tecnologias
- Enfrentar os deveres e dilemas éticos da profissão
- Administrar sua pp formação contínua
Outro conceito de competência, para Silva, Janete (1999, dissertação mestrado PUC-SP). “Competencias são capacidades de natureza cognitiva, sócio-afetiva e psico-motora que se expressam, de forma articulada, em ações profissionais, influindo, de forma significativa, na obtenção de resultados distintivos de qualidade.”
Inserção de competência para o trabalho. Para PCN-Parametro curricular nacional –(1.999) Ensino médio: MEC estipula competências básicas para inserção do jovem na vida adulta tanto para exercício da cidadania como para desempenho de atividades profissionais (pesquisar, buscar informação, preparação cientifica, usar diferente tecnologia).
Uma nova diretriz da competência para atender demanda do trabalho está sendo incutida através da Qualidade total (racionalidade, competitividade, etc) praticada pelas empresas está modificando a educação. Ocorre que um novo viés ideológico da proposta neoliberal esta influenciando as “competências” na formação dos indivíduos.
Rios diz que não há problema algum atender demanda do mercado, desde que essa necessidade imediata não delimite, por completo, a demanda que é social. (discussão atual da universidade: formar para o trabalho ou formar para a vida...ou a velha briga por território em empresas: os acadêmicos sonhadores e os chão de fábrica...grifo meu).
Qualidades, conjunto de competências para realizar determinadas funções?
Ou competências, no plural, vem substituir outros: “saberes”, “habilidades”, “capacidades”, no campo da educação e “qualificação” no campo do trabalho. Será que os termos usados não dão conta de expressar o que se expressava anteriormente?
Autora questiona: seria “competências” uma nova proposta mais flexível de formação, com rompimento de modelos fechados de saberes e disciplinas ou um novo “modismo” conceitual que somente desviaria o foco da reais necessidades de mudanças educacionais? O que muda na realidade concreta da escola?
Competências, 2 dimensões distintas que se articulam (p.86)
Técnica: domínio de saberes e habilidades de diversas naturezas que permite intervenção prática da realidade. Denominado competência técnica
Política: visão crítica das ações e o compromisso com as necessidades concretas do contexto social. Denominado compromisso político
Essas duas dimensões criara uma dicotomia entre os que defensores de uma ala e de outra, embora a autora defenda que não há como separá-las.
Insere-se assim a dimensão ética que faz a mediação entre a técnica (que não é neutra) e a política (que abriga uma multiplicidade de poderes e interesses). A ética garante o caráter dialético da relação.
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