As Práticas De Pesquisa Em Ciências No Ensino Fundamental
Por: Tayanne Pinheiro • 4/12/2023 • Trabalho acadêmico • 2.456 Palavras (10 Páginas) • 57 Visualizações
Bruna Mariana Scarenello
Tayanne L. Lopes dos Santos
AS PRÁTICAS DE PESQUISA EM CIÊNCIAS NO ENSINO FUNDAMENTAL I
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Centro Universitário Toledo
Araçatuba- SP
2018
Bruna Mariana Scarenello
Tayanne L. Lopes dos Santos
AS PRÁTICAS DE PESQUISA EM CIÊNCIAS NO ENSINO FUNDAMENTAL I
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do Grau de Licenciada em Pedagogia pelo Centro Universitário Toledo sob a orientação da Prof. Me. Lia Mara Malinski Gandra.
Centro Universitário Toledo
Araçatuba- SP
2018
AS PRÁTICAS DE PESQUISA EM CIÊNCIAS NO ENSINO FUNDAMENTAL I
Bruna Mariana Scarenello[1]
Tayanne L. Lopes dos Santos[2]
Lia Mara Malinski Gandra[3]
Introdução
O ensino de ciências no Brasil vive uma época de grandes desafios! Apesar de algumas mudanças históricas nos Parâmetros Curriculares Nacionais o ensino de ciências ainda caminha dentro de concepções tradicionais. Durante o curso de pedagogia, no envolvimento com as disciplinas de Fundamentos Teórico Metodológicos de Ciências e Pesquisa e Prática Pedagógica, observamos uma total ausência de estratégias de pesquisa em ciências nas escolas de ensino fundamental. A partir dessa constatação e nos estudos de Freire (2015, p.??), quando afirma que “não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino” começamos a questionar “Como ensinar ciências sem pesquisa”?
Analisando os dados do Relatório PISA, o Brasil sempre ocupa as últimas posições do ranking no ensino de ciências há pelos menos 10 anos. Em 2015 ocupou a 63º posição entre 70 países avaliados, o que deixa o país muito distante dos melhores desempenhos no ensino de ciências no mundo.
Nesse sentido nossa intenção é investigar os motivos pelos quais essa defasagem vem se instalando no ensino de ciências levantando as questões que afetam a valorização do profissional e sua formação, descrevendo as metodologias de ensino desenvolvidas no espaço escolar, em específico, os processos de pesquisa vivenciados no dia a dia da prática pedagógica do ensino de ciências. O que sabem os professores sobre o processo de pesquisa? Têm a pesquisa como recurso a ilustrar o trabalho de ensino e de aprendizagem em ciências? Como a praticam? Como lidam com a curiosidade natural da criança diante dos fenômenos do cotidiano?
Para investigar essas e outras questões pertinentes, buscamos os aportes de Demo (2015) quando discorre sobre a importância da pesquisa como pratica pedagógica dentro de um processo de aprendizagem significativa.
Sobre a curiosidade infantil e como a escola lida com isso, Demo (2015, p. 14) nos adverte que “De fato, a criança é por vocação um pesquisador pertinaz, compulsivo. A escola muitas vezes, trabalha esta volúpia infantil, privilegiando em excesso disciplina, ordem, atenção subserviente, imitação do comportamento adulto, como se lá estivesse para escutar e fazer o que os outros lhe mandam”.
Para o autor (DEMO, 2015) é a pesquisa que proporciona às crianças possibilidades de pensar, refletir, buscar respostas para suas perguntas incessantes, formular hipóteses e experimentá-las, fazer e refazer, tornando-as seres pensantes, críticos, inquietos e participativos. Mais do que trabalhar a intenção conceitual é necessário que o ensino de ciências dê oportunidades para as crianças participarem do processo de aprendizagem, pois somente o envolvimento nas práticas de pesquisa possibilitarão a elas descobrir o sentido do conhecimento científico em sua relação com o universo.
É nessa perspectiva que buscamos através desse estudo verificar como a prática da pesquisa tem sido desenvolvida no ambiente escolar do ensino fundamental I e como as metodologias utilizadas na sua abordagem colaboram ou impossibilitam o ensino eficiente em ciências corroborando os índices ilustrados nos rankings nacionais e internacionais acerca dessa modalidade de conhecimento no nosso país.
Nosso intuito maior é colaborar com a compreensão da necessidade de se repensar a pesquisa no espaço escolar como o mais valioso caminho para a aprendizagem das ciências e produção do conhecimento científico, alertando os sistemas de ensino para a imprescindibilidade e urgência de seu adentramento nos espaços de formação em serviço de nossas unidades escolares.
Histórias do Ensino de Ciências no Brasil
Durante os anos que precedem a década de 1960, o ensino de ciências era ministrado apenas nas últimas séries do antigo curso ginasial, calcado na instrução tradicional e conteudista, tinha como práticas de ensino a reprodução e memorização dos conteúdos. O conhecimento absoluto e inquestionável se fazia então, pronto e acabado. O aluno não tinha possibilidade de pensar, questionar, analisar e ser produtor do seu próprio saber.
A partir de 1960, com a promulgação da LDB n. 4.024/61, o ensino de ciências passa a compreender todo o atual ensino fundamental II, antigo curso ginasial, indo da 5ª à 8ª série. Embora houvesse alguns esforços para a renovação do ensino de ciências naturais, perdurava ainda o caráter tradicional, baseado na transmissão do conhecimento, principalmente por meio de aulas expositivas. Não se valorizava a participação do aluno e a qualidade do ensino era avaliada pela quantidade de conteúdos que o mesmo conseguisse reproduzir.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais de Ciências Naturais (1997, p.19):
Quando foi promulgada a Lei n. 4.024/61, o cenário escolar era dominado pelo ensino tradicional, ainda que esforços de renovação estivessem em processo. Aos professores cabia a transmissão de conhecimentos acumulados pela humanidade, por meio de aulas expositivas, e aos alunos, a absorção das informações. O conhecimento científico era tomado como neutro e não se punha em questão a verdade científica. A qualidade do curso era definida pela quantidade de conteúdos trabalhados. O principal recurso de estudo e avaliação era o questionário, ao quais os alunos deveriam responder detendo-se nas ideias apresentadas em aula ou no livro-texto escolhido pelo professor.
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