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Biologia educacional como disciplina no Brasil

Por:   •  16/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.279 Palavras (10 Páginas)  •  1.220 Visualizações

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        A Biologia educacional foi criada com o intuito de abordar temas como o desenvolvimento e o funcionamento do sistema nervoso central, a organização das sociedades animais, origem e evolução dos seres vivos, entre outros assuntos inicialmente abordados em psicologia, sociologia e filosofia.

        Este ensaio tem como objetivo analisar por meio de dois artigos a introdução da Biologia educacional como disciplina no Brasil, além de sua importância para professores e alunos no processo de aprendizagem.

        Os artigos analisados falam de locais diferentes, o primeiro fala do estado do Paraná relatando a evolução da Biologia Educacional nas instituições de ensino do estado, já o segundo artigo trata da formação dos professores usando como base registros e materiais produzidos no período, além de pesquisas com docentes.

        É de muito importante que os estudantes da área de educação tenham conhecimento a respeito da disciplina de Biologia educacional, seu processo histórico, sua origem e importância nos dias de hoje.

        O artigo “A Biologia Educacional e os fundamentos da educação: o caso do Paraná”, da professora Marta Pinheiro, destaca que a Biologia Educacional foi introduzida no Brasil em 1931, inicialmente no Rio de Janeiro, e dois AM=nos depois em São Paulo.

        No início a função da Biologia Educacional era dar ao educador um maior conhecimento a respeito da origem e evolução dos seres vivos, além de embasar temas associados à psicologia e a sociologia.

        Em 1938 foi criada a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Paraná, onde a disciplina Biologia Educacional integrava a grade curricular dos cursos superiores em educação.

        Em 1939 surge o decreto nº. 1190, que criou o chamado esquema 3+1, sendo que ao cursar os 3 primeiros anos de um curso da área de educação, o aluno receberia um diploma de bacharelado, e cursando mais 1 ano, o aluno receberia o diploma de licenciatura, estando assim apto para lecionar. A disciplina de Biologia Educacional fazia parte das grades dos cursos de pedagogia e didática para todos que quisessem receber o diploma da licenciatura. Este decreto esteve em vigência de 1939 a 1962, quando foi reformulado com o advento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

        Dentro da disciplina a higiene é um tópico importante que passou a se destacar. A partir daí o professor passa a ter mais responsabilidades, como primeiros socorros, controle de vacinação dos alunos, responsabilidades com a merenda escolar em relação s suas características nutricionais, etc.

        Em 1961, com a aprovação da LDBEN (lei nº. 4024/61), o esquema 3+1 deixa de existir, e a disciplina de fundamentos biológicos da educação passou a ser matéria obrigatória nos cursos superiores da área de educação        .

        O parecer nº. 252/69 modificou outra vez a grade curricular do curso de pedagogia, extinguindo a obrigatoriedade da Biologia Educacional na grade curricular dos cursos. A UFPR manteve a disciplina na grade de pedagogia.

        Os primeiros professores de Biologia Educacional eram todos médicos, e aos poucos foram sendo substituídos por licenciados em história natural e pedagogia.

        A Biologia educacional foi se adaptando às mudanças implantadas nos primeiros e segundos graus, a lei nº. 5692/71 é importante de se destacar, pois estabelece a obrigatoriedade nos currículos plenos de primeiro e segundo graus de programas de saúde. Em 1974, com o parecer nº. 2264/74, os cursos de habilitação ao magistério passaram a incluir os conteúdos relativos ao programa de saúde, tanto nas disciplinas de ciências físicas e biológicas, quanto em Biologia Educacional.

        Devido ao trabalho voltado para a área de saúde, o setor de saúde da UFPR passou a questionar os temas discutidos e s defender que esses temas eram mais pertinentes a professore com formação na área médica, a partir desse momento, o conteúdo de Biologia Educacional foi retirado da grade curricular, e em 1985 foi criada uma disciplina chamada higiene e saúde escolar.

        A década de 80 veio positivamente para a Biologia Educacional, com novas teorias pedagógicas, levando em consideração a educação sobre a sociedade. O curso de ciências biológicas da UFPR incluiu a Biologia Educacional como matéria optativa. Em 1989, a secretaria de educação do Paraná reestruturou o ensino do segundo grau, e considerou a Biologia educacional indispensável nos cursos de habilitação para o magistério.

        A situação da Biologia Educacional no Paraná está melhorando, no entanto, em outros estados a situação não é a mesma, em quase todos os cursos públicos, a matéria é optativa, ou nem é ofertada, além disso, encontramos pouquíssimos livros de Biologia educacional disponíveis no mercado.

                O artigo “Formação de professoras e escolas normais paulistas: um estudo da disciplina Biologia Educacional”, de Luciana Maria Viviani, escolheu duas instituições de ensino de São Paulo, sendo a primeira a Escola Normal de Campinas, e a segunda a escola Normal de São Carlos, o trabalho utiliza para apoio as referências teóricas dos escritores André Chervel e Ivor Goodson.

        Existe uma tradição na educação no que diz respeito ao ensino das disciplinas. A escola deve possuir uma atuação criativa, tanto dentro de seus limites como fora deles.

        Em 1980, foi implantada pela primeira vez uma disciplina relacionada à área de conhecimentos biológicos, a biologia, como parte da reforma educacional proposta por Caetano de Campos, reforma essa que tinha como objetivo implantar uma escola que trouxesse cidadania e progresso ao país, almejando a expansão do conhecimento científico em detrimento da tradição humanista clássica.

        No início do século XX a população brasileira era vista de forma negativa em comparação a outros países mais desenvolvidos, os intelectuais da época propunham medidas para superar essa situação e alcançar padrões considerados progressistas.

        Na área médica higienista haviam propostas a serem realizadas nas escolas, tanto físicas, intelectuais e morais.

        O movimento eugenista propunha a “regeneração racial”, movimento este presente em mais de trinta países, seguindo as características políticas, científicas e institucionais do local.

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