Brincando e aprendendo: a importância do uso de brincadeiras lúdicas no processo de aprendizagem
Por: Hyara Holanda • 18/9/2019 • Artigo • 4.845 Palavras (20 Páginas) • 201 Visualizações
FACULDADE LATINO AMERICANA DE EDUCAÇÃO
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
ROSA CARVALHO DE HOLANDA
ROSINALVA SOARES DE SOUSA
BRINCANDO E APRENDENDO: A IMPORTÂNCIA DO USO DE BRINCADEIRAS LÚDICAS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
ITAUEIRA-PI
2019
BRINCANDO E APRENDENDO: A IMPORTÂNCIA DO USO DE BRINCADEIRAS LÚDICAS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
Rosa de Carvalho Holanda [1]
Rosinalva Soares de Sousa²
Louraci da Mota Dias³
RESUMO
As brincadeiras lúdicas estão presentes na vida das crianças desde o inicio da infância e a inserção delas nos anos iniciais de escola se apresenta como uma prática inovadora de ensino, pois é por meio do brincar as crianças iniciam o processo de socialização. Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo principal a analise das contribuições do brincar no processo de ensino e aprendizagem, além de identificar e descrever as brincadeiras realizadas nas turmas de jardim I, evidenciando as contribuições do brincar para o desenvolvimento infantil, e verificando o interesse das crianças sobre as atividades mediadas pelos professores. A intervenção educativa foi pautada predominantemente na pesquisa bibliográfica e na pesquisa-ação, a qual tinha o objetivo de inserir brincadeiras lúdicas no âmbito da sala de aula e identificar as contribuições dessas atividades no desenvolvimento da criança. Os resultados encontrados com a inserção do brincar das aulas, foram satisfatórios devido ao crescente interesse das crianças nas aulas. Além disso, foi possível observar um aperfeiçoamento na leitura e escrita dos alunos, mostrando a relevância da inserção de brincadeiras no processo de ensino.
Palavras-chave: Brincar. Lúdico. Educação Infantil.
1 INTRODUÇÃO
Segundo Ariés (1978) nos primórdios a historia da infância era desconhecida e as famílias não reconheciam as necessidades especiais e o atendimento diferenciado a este público. Nesse período as crianças eram conhecidas como pequenos adultos, em que a única característica que as diferenciavam era o tamanho. Essa realidade permaneceu até o século XV, quando houve uma preocupação da sociedade com a educação de crianças e jovens no sentido de estabelecer o papel da família em relação ás crianças, no modo de ensinar, agir e pensar.
Nesse sentido, Andrade apud Leal (2017) destaca que a educação infantil é um fator relevante no pleno desenvolvimento da criança, pois a escola trata-se de uma instituição socializadora, que vai além da função de oferecer conhecimento, sendo esta também responsável por promover projetos que contribuam para o ensino de qualidade em sala de aula e o exercício da cidadania.
Grandes mudanças ocorreram nas ultimas décadas, houve o reconhecimento da criança como sujeito em condição especial e desenvolvimento e que necessita de cuidados diferenciados para seu pleno desenvolvimento. Nos últimos anos muito tem se discutido sobre a importância do uso de brincadeiras lúdicas no processo de aprendizagem, em vista disso Navarro (2009) afirma que brincar é necessário, pois é por intermédio desse fenômeno que as crianças se inserem no contexto social.
Seguindo esta linha de pensamento Brougère (2001), afirma que o brincar aponta para um processo interindividual em que a criança explora o mundo, suas possibilidades e diversifica as relações sociais e culturais, permitindo o desenvolvimento de suas capacidades afetivas, motoras e afetivas.
Nessa perspectiva, Navarro (2009) destaca que se o brincar é social, a criança não irá fazer isso sozinha sempre haverá um mediador, sendo ele um colega, um professor, um brinquedo, uma história e um ambiente que tornará essa brincadeira algo estimulante, ou seja, se a brincadeira ocorrer no contexto da escola têm de ser algo de qualidade que oportunize as crianças diferentes aprendizagens. Tendo em vista isso é necessário que as instituições que trabalham com educação infantil devem incluir o brincar em seu currículo e oferecer um ambiente adequado para as brincadeiras.
Dessa maneira, evidencia-se a importância da utilização de brincadeiras lúdicas nos anos iniciais da escola, visto que essas são indispensáveis para o desenvolvimento pleno da criança, pois além de estimular suas capacidades intelectuais e motoras, também permite a socialização com os demais membros da sociedade, contribuindo assim para o processo de aprendizagem.
Diante disso, destaca-se a relevância do presente trabalho o qual tem como objeto de estudo as brincadeiras desenvolvidas nas turmas de jardim I da Creche Municipal Izabel Leitão. Dessa forma, o objetivo geral dessa pesquisa trata-se da analise das contribuições do brincar no processo de ensino e aprendizagem, e tendo como objetivos específicos identificar e descrever as brincadeiras realizadas nas turmas de jardim, evidenciar as contribuições do brincar para o desenvolvimento infantil, e verificar o interesse das crianças sobre as atividades mediadas pelos professores.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Aspectos históricos sobre a concepção da infância
Por longos anos as crianças no Brasil eram comparadas aos adultos e não tinham um tratamento diferenciado e a mortalidade infantil era tida como natural, uma fatalidade. Em conformidade a isso Henick, Farias (2015), afirmam que por as crianças serem associadas a um adulto de menor estatura, elas iniciavam no mundo do trabalho muito cedo e não passavam pela fase de brincar, estudar e se divertir como ocorre atualmente.
Em conformidade a isso, Freitas (2015) destaca que somente por volta do século XIII surgem alguns modelos de crianças mais próximos do moderno, sendo o primeiro a criança anjo, que tratava-se do “mito da criança-santa”, a qual era retrata por artistas com traços graciosos. O segundo modelo era associado a figura do menino Jesus, que assim como as outras crianças eram vistos como miniaturas dos adultos, sendo esta realidade mudada apenas no século XIV.
A partir do século XV surge uma descoberta que diferencia as crianças dos adultos, nesse momento elas passam a ser vistas como um ser inacabado, que necessita de outros corpos para satisfazer suas necessidades, em que os primeiros anos de vida são dedicados a aprendizagem por meio de brincadeiras com outras crianças da mesma idade ou mais velhas, e assim as crianças iniciam sua vida em sociedade (PASSETI apud HENICK,FARIA, 2015). Diante disso, é relevante salientar que desde os primórdios o brincar aparece como uma forma socializadora de aprendizagem, por meio da troca de conhecimento entre as crianças e os mediadores desse ato.
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