CONTRIBUIÇÕES DO BEHAVIORISMO, PIAGET E VYGOTSKY PARA O TRABALHO PEDAGÓGICO
Por: Aline Lovo • 8/3/2016 • Trabalho acadêmico • 2.493 Palavras (10 Páginas) • 1.562 Visualizações
CONTRIBUIÇÕES DO BEHAVIORISMO, PIAGET E
VYGOTSKY PARA O TRABALHO PEDAGÓGICO
- INTRODUÇÃO
Desde a antiguidade teorias de aprendizagem no campo da Psicologia e Educação foram formuladas. Na educação contemporânea, é muito importante destacar o papel fundamental de grandes pensadores. Neste trabalho serão abordadas algumas contribuições para a educação de Burrhus Frederic Skinner (1904-1990), principal representante da corrente de pensamento Behaviorista radical, Jean Piaget (1896-1980), que desenvolveu estudos com base na epistemologia genética para a Psicogênese, e por fim Lev Vygotsky (1896-1934) que contribuiu para a abordagem Histórico-Cultural.
- ABORDAGEM BEHAVIORISTA E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO
O Behaviorismo é uma corrente psicológica que surgiu no início do século XX, cujo objeto de estudo é, sobretudo, o comportamento humano. Fatores como a genética e o ambiente são fundamentais para compreender o comportamento humano no Behaviorismo.
Os principais pressupostos da teoria Behaviorista estão baseados em quatro elementos importantes para a concepção do conhecimento: o empirismo, tendo o comportamento como objeto, assim como o determinismo, com base nos fatores determinantes ao comportamento, a parcimônia, que busca aplicações mais simples para compreensão, e o método, que possui aplicações científicas com embasamento em experimentações, observações, busca da generalidade, replicabilidade e operacionalismo.
A primeira versão do Behaviorismo foi desenvolvida por John B. Watson (1878-1959), o Behaviorismo metodológico. Watson criou o paradigma conhecido como estímulo-resposta, entre o meio e as reações comportamentais. Para ele toda a aprendizagem depende de um meio externo, onde as atividades são condicionadas, exercendo grande influência sobre o indivíduo.
Segundo Watson, os seres humanos já nascem com certas conexões estímulo-resposta herdadas e chamadas de reflexos. A aprendizagem ocorre a partir de um condicionamento destas conexões bem como na construção de novas conexões estímulo-resposta, ou seja, a aprendizagem acontece a partir da repetição de estímulos.
Posteriormente surgiu o Behaviorismo radical, em contra resposta ao Behaviorismo metodológico. O ponto em comum entre as duas correntes de pensamento é a possibilidade de construção de uma ciência do comportamento.
Burrhus Frederic Skinner (1904-1990) foi o grande percursor do Behaviorismo radical, em que sua principal preocupação foi de utilizar explicações científicas, de modo a desenvolver termos e conceitos. O meio ambiente vai além do físico estrutural para Skinner, pois ele inclui também o ambiente social com as relações pessoais, interpessoais e com o próprio meio. Assim o homem é parte do ambiente, em que ambos acabam sendo modificados. O embasamento empírico é a chave para sua abordagem.
Skinner contribuiu para a psicologia propondo o condicionamento respondente e o condicionamento operante. O respondente tem o estimulo que gera uma resposta reflexa, que está pronta no organismo do homem. E o condicionamento operante que é o controlado a partir das consequências que seguem as respostas, e são capazes de serem observados. Assim o comportamento é definido com base nessas consequências, sendo alterados conforme estímulos antecedentes e consequentes, e os reforços, estes como contingências negativas ou positivas.
Nesse sentido, o Behaviorismo contribui para a educação onde um planejamento antecedente por parte dos professores geram objetivos a serem traçados como metas para o aprendizado do aluno. Dessa forma, o aprendizado é uma consequência garantida, a partir dos critérios utilizados pelo professor, com base no comportamento inicial do aluno em sala de aula de modo a alcançar um aprendizado satisfatório ao longo e no final deste processo. O ensino está relacionado, sobretudo, a maneira que as condutas são instauradas nos alunos, por parte do planejamento prévio dos professores.
Desse modo o comportamento do aluno está relacionado com ações prévias do professor, bem como pelo ambiente no qual está inserido. O comportamento passa a ser aprendido, a partir de condicionantes reforçadores como forma de controle para que o aluno obtenha um comportamento classificado como correto pelo professor, a exemplo de provas e trabalhos, para que ao final do processo o aluno seja aprovado e recompensado com diplomas e certificados.
Além disso, Skinner também contribuiu positivamente para o avanço do uso de mecanismos computadorizados aplicados à educação.
- ABORDAGEM PSICOGENÉTICA E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO
Grande pensador do século XX, Jean Piaget (1896-1980) desenvolveu estudos com base na epistemologia genética do conhecimento para a psicogênese.
O conceito de desenvolvimento cognitivo acontece pela ação do homem sobre o meio ambiente, e com isso estruturas mentais são construídas e transformadas pelo próprio sujeito, de forma adaptativa ao longo da vida. Desse modo o conhecimento passa a ser resultado de interações entre o sujeito e o ambiente, bem como são assimilados entre o objeto e os esquemas do sujeito. Os esquemas são compreendidos como unidades estruturais básicas de pensamentos e ações, que mudam e adaptam-se, já que o sujeito é visto como ativo.
Para Piaget o conhecimento também é construído, uma vez que o pensamento não é inato e nem adquirido. E essa construção ocorre pela experiência sensorial e pelo raciocínio.
A assimilação e a acomodação são necessárias para o crescimento e o desenvolvimento cognitivo, juntas concluem o processo de adaptação e desenvolvimento de estruturas cognitivas. A equilibração passa a ser o balanço entre as duas. Dessa forma, a passagem de um equilíbrio para o outro, seria fundamental para uma análise do desenvolvimento humano desde sua gênese, segundo Piaget.
A passagem de um equilíbrio para o outro foi chamado por Piaget como estágios ou períodos, que caracterizam as diferentes formas de adaptação do sujeito em organizar o seu conhecimento. Neste sentido, a inteligência do sujeito passa a ser desenvolvida com base em um processo de assimilações.
O primeiro estágio foi denominado de sensório-motor que compreende crianças de 0 a 2 anos de idade onde a natureza da criança é sensorial e motora, o segundo estágio o pré-operacional que compreende crianças de 2 a 7 anos, onde a criança desenvolve capacidade simbólica sobre objetos e ações. O terceiro estágio é o operatório concreto que compreende crianças de 7-11 anos, onde há uma integração mental da criança. E por fim o quarto estágio, o operatório formal que vai de crianças com 11 anos em diante, onde as operações de raciocínio abstrato são consolidados.
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