Concepções de linguagem e o ensino da leitura em língua materna
Por: NandaraFB • 7/6/2017 • Trabalho acadêmico • 956 Palavras (4 Páginas) • 1.322 Visualizações
Concepções de linguagem e o ensino da leitura em língua materna
Resumo: Geraldi (1984) buscou renomear tais concepções: linguagem com expressão do pensamento, linguagem como instrumento de comunicação e linguagem como forma de interação, aplicando-as a realidade do ensino brasileiro. Geraldi postula que para realizar qualquer atividade a esse respeito dentro da sala de aula é necessário a compreensão de que toda metodologia de ensino se relaciona a uma opção política, assim entrelaçando discussões, e levando em conta a perspectiva bakhtiniana e as práticas de leitura para a formação de indivíduos preparados para o mercado de trabalho, e também para a formação de um sujeito leitor-crítico.
Fuza (2010) aponta que apesar da importância de formar leitores, essa prática não ocorre na educação, onde na leitura são privilegiados o texto ou o leitor, sem espaço para que haja diálogo entre os dois elementos.
Perfeito (2005) fundamenta a concepção de linguagem como expressão do pensamento, nos mostrando que a expressão é construída em nossa mente e depois o nosso corpo e nossa voz exteriorizam o que pensamos, fazendo com que torne-se uma atividade individualista. Segundo Bakhtin/Volochinov (1992) o interlocutor não é considerado nas leis da criação linguística, pois é externo ao individuo assim afirmando que a língua é um produto acabado, um sistema estável, porém se assim fosse, a fala, a gramática ao ensinar o sujeito a forma correta de linguagem, estaria ensinando uma forma correta de pensamento.
Segundo Possenti (1997) na gramática são ensinadas as normas cultas de falar e escrever, considerando assim, caipiras, as pessoas que não se apropriam de tais regras.
No Brasil, vários professores da década de 60 foram influenciados a realizar a pratica de ensino de conceitos e normas, voltados assim para o domínio da metalinguagem.
Segundo Soares (1998) a metodologia de ensino da linguagem na escola era colocada por meio de textos, de onde eram captadas as normas e regras da gramática, o texto não era discutido, era apenas usado para captar informações, assim a língua era vista como um sistema.
Segundo Perfeito (2005) o texto deve ser lido e interpretado de modo que possa ser exteriorizado contribuindo na oratória do leitor, pois quando o indivíduo fala, se expressa de maneira correta, consequentemente ele escreve de maneira correta.
A linguagem como instrumento de comunicação
A linguagem é vista como um código, que emite informações de um emissor para um receptor, sendo isso a decodificação, sendo assim a linguagem é considerada uma ferramenta para transmitir mensagens.
Geraldi (1984) coloca que tudo isso se associa a tradição gramatical. Vendo assim a possibilidade do desenvolvimento da oralidade e da escrita.
No Brasil, mostrado por Soares (1998), após a década de 60 a classe popular conquistou o direito de freqüentar as escolas, levando consigo as suas tradições lingüísticas, porém na mesma época com o regime militar foi implantado uma lei, onde firmava que a única forma de comunicação dentro da escola deveria ser a língua nacional.
Zanini (1999) contrapõe nos dizendo que tal lei queria apenas que o sujeito seguisse o modelo imposto, por meio da prática da repetição, sem haver questionamentos, assim o sujeito tornava-se refém do sistema, apenas uma maquina de repetições das ideologias a ele impostas.
Perfeito (2005), Menegassi e Angelo (2005), mostram-nos que as abordagens feitas dos textos são superficiais, pois não abrangem conteúdos relevantes, muitas vezes os exercícios são apenas de cópias de partes do texto, exercícios estes que não podem ser usados para o desenvolvimento crítico do ser humano.
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