Conto "O OUTRO"
Por: Itamara Passos • 5/12/2018 • Seminário • 2.226 Palavras (9 Páginas) • 275 Visualizações
O outro: Medo e preconceito*
Itamara Passos **
Introdução
O conto gira em torno de homem de negócios e um mendigo. O que parecia apenas uma ajuda se tornou um medo provocado pelo contato estabelecido entre eles, tendo em vista a diferença social de ambos. O medo de se envolver com outra pessoa diferente de nosso ambiente e estresse causado pelo trabalho gerou uma cegueira social no homem de negócios, pois nem tudo que parece é. É preconceituoso quando julgamos pela classe social de uma pessoa e o conto relata a dificuldade do ser humano em conviver com as diferenças. A violência urbana relatada no conto O Outro é a mesa em que vivemos nos dias atuais, conto escrito por Rubens Fonseca.
José Rubem Fonseca um escritor brasileiro que nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, no dia 11 de maio de 1925. Estudou direito na Universidade do Brasil, hoje Universidade do Rio de Janeiro. Em 1953, foi escolhido para se aperfeiçoar nos Estados Unidos. Durante esse período fez mestrado em Administração na New York University. Regressou ao Brasil em 1954. Exerceu atividades de Argumentista e roteirista de filmes ao lado do trabalho na Light do Rio de Janeiro.
Em 1958 foi exonerado da policia, se dedicando integralmente á literatura. Inaugurou uma nova corrente na literatura brasileira contemporânea que ficou conhecida, em 1975 através de Alfredo Bosi, como brutalista. Em seus contos e romances utiliza-se de uma maneira de narrar na qual se destacam personagens que são ao mesmo tempo narradores. Varias das suas historias (em especial romances) são apresentados sob estrutura de uma narrativa policial com fortes elementos de oralidade. O fato de ter atuado como advogado, aprendido medicina legal, bem como ter sido comissário de policia, nos anos 50 no subúrbio do Rio de Janeiro, teria contribuído para compor historias do submundo dentro dessa linguagem direta. Provavelmente devido a isso, vários dos personagens principais são ou foram advogados criminalistas, inspetores, detetives particulares ou ainda escritores. Sua obra pode ser vista como uma parodia do gênero policial tradicional. É considerado um dos maiores ficcionista em atividades no Brasil.
Em 2003, ganhou o Prêmio Juan Rulfo e o Prêmio Camões, o mais importante da língua portuguesa. Com várias de suas histórias adaptadas para o cinema, o teatro e a televisão, Rubem Fonseca já publicou 13 coletâneas de contos e 12 livros, entre romances e novelas. Em 2011, publicou Axilas e outras histórias indecorosas e a novela José. Seus livros são publicados no Brasil e no exterior, com grande sucesso de crítica e de público. Suas obras são descritas cenas de violência, erotismo e, sobretudo solidão. Sendo algumas delas, Os prisioneiros (1963), O caso Morel (1973) A grande arte (1983), e Feliz Ano Novo, que é sobre ele que iremos discorrer.
Feliz Ano Novo (1975)
O livro feliz Ano Novo foi escrito na época da ditadura militar, e assim como outros foi censurado. O livro contém 15 contos, sendo eles:
- Feliz Ano Novo
- Abril, no Rio, em 1970.
- Corações Solitários
- Botando pra Quebrar
- Passeio Noturno (parte 1)
- Passeio Noturno (parte 2)
- Dia dos Namorados
- O Outro
- Agruras de Um Jovem Escritor
- O Pedido
- O Campeonato
- Nau Catrineta
- Entrevista
- 74 Degraus
- Intestino Grosso
O livro relata vários contos sobre a violência urbana e recebeu varias criticas sociais, pois mostrava os problemas sociais que contribuíam para a violência. Ele narra à vida das pessoas na cidade grande, aborda também outros problemas como a solidão, a desilusão e a melancolia, mas é sobre o conto O Outro que iremos nos aprofundar.
Resumo: O Outro
O conto relata a vida de duas pessoas distintas, um executivo e um mendigo. Um executivo que tinha uma vida muito agitada e por conta disso andava muito estressado, por recomendação medica tinha que caminhar diariamente. Durante essas caminhadas sempre aparecia um mendigo pedindo ajuda, que segundo a descrição do executivo era um homem branco, forte e ameaçador. Ate que um dia o mendigo chegou alegando que sua mãe estava doente, e que precisava de dinheiro, o executivo ajudou. Em outro dia ele tornou a aparecer pedindo ajuda, pois sua mãe tinha falecido e mais uma vez o homem concedeu. Se sentido perseguido o executivo parou de trabalhar, até que um dia o mendigo apareceu em sua casa pedindo ajuda, pois não tinha ninguém, além dele. O homem se levanta vai ao quarto e pega uma arma, atira e mata aquele mendigo:
“então vi que era um menino franzino, de espinhas no rosto e de uma palidez tão grande que nem mesmo o sangue, que foi cobrindo a sua face, conseguia esconder”. (FONSECA2010: 76)
Objetivos desta resenha são agregar conhecimento de uma obra de Rubem Fonseca, fazer a análise gramatical quanto á coesão, coerência, níveis de linguagem, parágrafos, pontuação, analise literária, mostrar o que pode acontecer com a nossa mente quando estamos estressados, o que pode acontecer quando julgamos as pessoas, o que medo pode causar e a violência urbana.
O conto e a gramática
Coesão: é a relação harmoniosa entre o texto, parágrafos e frases.
Coerência: é a relação lógica entre o texto, parágrafos e frases.
Um texto pode ser coesivo e não coerente, não é o caso do conto O outro, pois ele além de ser coesivo, ele também é coerente.
“Eu não queria mais ver aquele sujeito, que culpa eu tinha de ele ser pobre? (FONSECA 2010:76)
No conto também é possível analisar que existem pronomes, sendo alguns deles:
Pronome pessoal e possessivo:
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