DISSERTAÇÃO SOBRE O PERCURSO HISTÓRICO DO ANALFABETISMO NO BRASIL
Por: Mayralnc • 1/4/2017 • Dissertação • 836 Palavras (4 Páginas) • 558 Visualizações
MÁYRA LUÍSA NOGUEIRA CORREIA
DISSERTAÇÃO SOBRE O PERCURSO HISTÓRICO DO ANALFABETISMO NO BRASIL
Dissertação apresentada como requisito avaliativo da disciplina de Educação de Jovens e Adultos do Curso de Licenciatura em Pedagogia do Campus XVII da Universidade do Estado da Bahia. Sob orientação da Professora Ivana Pereira Ivo.
BOM JESUS DA LAPA
2016
Percurso histórico sobre o analfabetismo no Brasil
O índice de analfabetismo no Brasil é muito grande, de acordo o censo 2010, os dados apontam 13.933.173 pessoas que não sabiam ler ou escrever. Esta realidade é causada em grande parte pelos modelos de educação arcaicos, sem inovações, que trava a capacidade criativa dos sujeitos. Para melhor compreensão sobre o porquê de tantas exclusões do processo de alfabetização é necessário analisarmos o passado.
Começando pelo período jesuítico (1549), a função dos jesuítas era a catequese, para o fortalecimento do catolicismo que tinha o foco nas crianças, mas, os indígenas adultos também foram submetidos a uma intensa ação educacional na língua portuguesa. Em 1759, a educação de adultos entra em colapso por conta da expulsão dos jesuítas do Brasil, ficando a organização e emprego da educação sob responsabilidade do Império, o controle financeiro e ideológico da educação passou a ser do Estado. Quando o Marquês de Pombal implementou as aulas régias (latim, grego, filosofia e retórica), as populações negras e indígenas foram excluídas, pois, eram designadas somente aos filhos dos colonizadores portugueses, brancos e do sexo masculino.
Dessa maneira, o elitismo tomou conta da identidade da educação brasileira, porque, a educação era restrita às classes mais abastadas. Foi a partir da constituição Imperial de 1824 que se procurou dar um significado mais amplo para educação, com a garantia da instrução primária para todos os cidadãos, porém, essa lei só ficou no papel. Mais um marco de exclusão foi a Lei Saraiva de 1881, que restringia o voto às pessoas alfabetizadas, excluindo os analfabetos e fazendo com que estes se sintam culpados por tal exclusão. Em 1882, Rui Barbosa postula os analfabetos como crianças, incapazes de pensar por si próprios, gerando crescimento maior do preconceito com os analfabetos.
O Plano Nacional de Educação foi criado em 1934, logo após o Brasil alcançar a marca de 72% de analfabetismo em 1920, o plano previa o ensino primário e integral obrigatório e gratuito estendido aos adultos. Na década de 40, os movimentos sociais tiveram grande importância para a tentativa de erradicar o analfabetismo, pois, foram criados o INEP (Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos) em 1938 e após sua pesquisas, fundou-se em 1942, o Fundo Nacional do Ensino Primário, objetivando a realização de programas que ampliassem e incluíssem o Ensino Supletivo para adolescentes e adultos.
Foi em 1958, a partir da realização do II Congresso Nacional de Educação de Adultos no Rio de Janeiro, que os educadores sentiram a necessidade de romper com os preconceitos que envolviam as pessoas analfabetas, nessa época em que Paulo Freire passa a ser conhecido e sua pedagogia
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