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Da manufatura á fabrica automática.

Por:   •  1/9/2017  •  Resenha  •  1.295 Palavras (6 Páginas)  •  629 Visualizações

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Da manufatura á fabrica automática.

O mecanismo especifico do período manufatureiro é o próprio trabalhador coletivo que é a composição de muitos trabalhadores parciais.

Quando as diferentes operações são separadas, isoladas e tornadas independentes, os operários são distribuídos, classificados e agrupados segundo suas aptidões específicas. Se suas peculiaridades naturais são a base sobe a qual vem implantar-se a divisão do trabalho, desenvolve a manufatura, ao ser introduzida, forças de trabalho que, por sua natureza, só são capazes de certas funções restritas. Quanto mais incompleto e até imperfeito for o trabalhador parcial, mais será ele perfeito como parte do trabalhador coletivo. O exercício de uma única função transforma-o em órgão infalível dessa função, ao mesmo tempo que a conexão do mecanismo total obriga-o a trabalhar com a regularidade de uma peça de máquina. A manufatura desenvolve por isso uma hierarquia das forças de trabalho, à qual corresponde uma escala de salários. Mas todo processo de produção exige certas manipulações simples que qualquer homem pode executar. Elas também ficam separadas de sua relação variável com os fatores mais importantes da atividade e tornam-se funções exclusivas. Ao lado da gradação hierárquica, temos então a divisão dos trabalhadores em hábeis e inábeis. Para estes últimos, as despesas de aprendizagem desaparecem; para os primeiros, elas diminuem – comparadas às dos artesãos – por causa da simplificação das funções.

Na manufatura como na cooperação simples, o corpo de trabalho que funciona é uma forma de existência do capital. O mecanismo social de produção, composto de numerosos indivíduos, os trabalhadores parciais, pertence ao capitalista. Ao passo que a cooperação simples não traz grande mudança no modo de trabalho do indivíduo, a manufatura vai alterá-lo completamente e vai atingir a própria raiz da força de trabalho individual. Não só os trabalhos parciais são repartidos entre indivíduos diferentes: o próprio indivíduo é dividido, transformando em mecanismo automático de um trabalho parcial, a tal ponto que se vê realizada a fábula absurda de Menenius Agrippa onde um homem é representado como um simples fragmento de seu próprio corpo.

Os conhecimentos, a inteligência e a vontade que o camponês ou o trabalhador independente desenvolvem, ainda que em modesta escala, assim como o selvagem põe em ação toda a arte de guerra sob a forma de astúcia pessoal, só são exigidos agora para o conjunto da oficina.

Na manufatura, o trabalhador coletivo e por conseguinte o capital só podem enriquecer-se em força produtiva social se o trabalhador se empobrecer em forças produtivas individuais.

A cooperação fundada sobre a divisão do trabalho, ou manufatura, é primitivamente algo de natural. Mas, desde que toma um pouco de consistência e de extensão, converte-se em forma consciente, metódica e sistemática do modo de produção capitalista. A manufatura moderna – não me refiro à grande indústria que se baseia no emprego de máquinas – ou encontra já preparados nas grandes cidades onde surge, os membros esparsos de que fala o poeta e só tem que reuni-los (esse é o caso da manufatura de roupas) ou o princípio da divisão é de aplicação evidente, no sentido em que as diversas operações da produção profissional – da encadernação, por exemplo – são exclusivamente atribuídas a operários especialistas.

Através da análise da atividade profissional, da especificação dos instrumentos de trabalho, da formação, agrupamento e combinação dos trabalhadores parciais num mecanismo de conjunto, a divisão manufatureira do trabalho cria a articulação qualitativa e a proporcionalidade quantitativa do processo social de produção – por conseguinte, uma determinada organização de trabalho social – e desenvolve, ao mesmo tempo, uma nova força produtiva social do trabalho. Pro um lado, aparece como progresso histórico e fator necessário de desenvolvimento no processo de formação econômica da sociedade; mas, por outro, ela se revela como meio de exploração civilizada e refinada. (...)

(...) Todo trabalho com máquinas exige, do trabalhador, uma aprendizagem precoce, para que ele saiba adaptar seu próprio movimento ao movimento uniforme e contínuo do autônomo. Como o movimento de conjunto da fábrica parte não do operário, mas da máquina, o pessoal pode mudar constantemente sem que haja interrupção do processo de trabalho. Prova evidente disso é o sistema de turnos aplicado na Inglaterra durante a grande crise de 1848-1850. Enfim, a rapidez om a qual as crianças aprendem a trabalhar com as máquinas suprime a necessidade

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