ESCOLARIZAÇÃO DAS MULHERES BRASILEIRAS X QUANTIDADE DE FILHOS: REFLEXÃO SOBRE ALGUNS FATORES QUE PODEM INTERFERIR NESSA DECISÃO.
Por: mjpc • 27/3/2019 • Artigo • 1.221 Palavras (5 Páginas) • 300 Visualizações
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA
CURSO:INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA TURMA: E
PROFESSORA: RENATA FLORENTINO
ALUNAS: DEUZITE SANTIAGO DA CUNHA 170140415
MARIA DE JESUS PEREIRA COSTA 170003369
ESCOLARIZAÇÃO DAS MULHERES BRASILEIRAS X QUANTIDADE DE FILHOS: REFLEXÃO SOBRE ALGUNS FATORES QUE PODEM INTERFERIR NESSA DECISÃO.
RESUMO: O artigo tem como objetivo fazer uma reflexão sobre alguns fatores que podem interferir na decisão de mulheres com um grau maior de instrução a terem menos filhos em relação às de menor grau. Para isso será analisado o papel transformador da educação, segundo Paulo Freire, dados do IBGE que comprovam que o número de filhos é inversamente proporcional ao tempo de estudo de uma mulher e as diversas funções (profissão, tarefas domésticas, cuidados da família, papel ativo na sociedade) assumidas pelas mulheres modernas. Paulo Freire afirma que a educação é um fator fundamental na reinvenção do mundo, dessa maneira a mulher intelectualizada se reinventa e reinventa a sociedade em que vive, passa a ter menos filhos e configura sua família nos moldes e exigências da atualidade. A busca pela realização profissional e a formação acadêmica pelas mulheres são os fatores mais apontados para o fato de terem menos filhos.
INTRODUÇÃO
O papel da educação na transformação de qualquer indivíduo é inquestionável. O saber, o conhecimento abre um horizonte inimaginável para muitos e propicia a realização de sonhos para outros. Uma pessoa sem o conhecimento da escrita e da leitura, por exemplo, vive num mundo limitado de opções e fica à margem da sociedade.
As mulheres, um segmento da sociedade que por muito tempo ficou privada ao acesso à educação e atualmente representam a maioria da população brasileira, segundo dados do IBGE , são bastante diferentes das mulheres de algumas décadas atrás e não poderiam permanecer estáticas às transformações da sociedade.
Elas são mais participativas dentro da sociedade e possuem muito papéis diferentemente do que ocorria anteriormente quando os principais papéis desempenhados pelas mulheres eram o de esposa e mãe.
Não que esses papéis tenham perdido importância na vida das mulheres o que aconteceu é que por meio do conhecimento um leque de opções se abriu e elas passaram a ter outras escolhas.
O papel transformador da educação configurou o tamanho das famílias e hoje quanto maior o nível de escolarização das mulheres menor é a quantidade de filhos que têm ou querem ter.
DESENVOLVIMENTO
A educação é o maior mecanismo de transformação da realidade, através dela histórias são traçadas, catástrofes são superadas, comportamentos são modificados.
Paulo Freire (2003, p.10), no texto Primeiras Palavras afirma que a “[...] educação[…] é um fator fundamental na reinvenção do mundo.” A reinvenção do mundo passa pela reinvenção do ser humano e vice-versa. Um ser transformado é capaz de influenciar toda uma sociedade e com o segmento feminino não foi diferente, a partir do momento que as mulheres começaram a fazer parte do meio acadêmico, passaram a vislumbrar e a desejar posições antes não almejadas.
As mulheres passaram por um processo de reinvenção e até hoje estão em constante transformação juntamente com todos os outros segmentos da sociedade. O tempo, que há algumas décadas, era dedicado apenas a criação dos filhos e cuidados da casa e do marido, passou a ser dividido com outros afazeres.
O papel da mulher na sociedade brasileira teve que acompanhar as constantes transformações e pressões da modernidade. Hoje a mulher está presente e atuando em áreas que antes eram ocupadas exclusivamente por homens e desempenhando funções com inquestionável capacidade
Segundo o Censo Demográfico 2010, havia no Brasil uma relação de 96 homens para cada 100 mulheres, como resultado de um excedente de 3.941.819 mulheres em relação ao número total de homens.
Como maioria na sociedade a mulher moderna e intelectualizada não poderia ficar reproduzindo apenas os papéis desempenhados no passado. Era claro que muitas delas fariam outras opções e certamente mudanças ocorreriam e refletiriam em toda a sociedade.
De acordo com o IBGE, a queda no nível de fecundidade ( mede o número médio de filhos nascidos vivos que uma mulher teria ao fim do seu período reprodutivo) pode ser observada desde a década de 70. Juntamente com a mudança no nível da fecundidade observou-se uma alteração no padrão etário reprodutivo das mulheres no Brasil. No período entre 2003 e 2013, a proporção de nascimentos de mulheres com 20 a 24 anos de idade diminuiu de 30,9% para 25,3%, enquanto para as mulheres de 30 a 34 anos houve aumento no indicador, de 14,5% para 19,4%, no mesmo período, indicando uma tendência de envelhecimento no padrão reprodutivo das mulheres.
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