Educação escolar e cultura(s): construindo caminhos.
Por: jp0406 • 5/10/2015 • Dissertação • 1.042 Palavras (5 Páginas) • 322 Visualizações
Educação escolar e cultura(s): construindo caminhos.
Discutir formação docente no Brasil implica numa escola de qualidade, conteúdos e métodos abrangentes a todos os níveis socioculturais, como um professor imparcial e consciente do multiculturalismo escolar, essa é uma realidade que desejamos, entretanto é válido questionar como essa formação é realizada, se a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) é atual com o contexto e com as Instituições de Ensino Superior.
Os cursos de formação de professores deverão atender a princípios que norteiam a harmonia e o desenvolvimento científico e tecnológico tanto na Escola como para Nação, entre eles estão: ampla formação cultural, atividade docente como foco formativo, trabalho coletivo interdisciplinar, contexto com a realidade escolar, etc., focaremos, no discurso desses pontos, a realidade escolar com o caráter multicultural, pois é fato se a formação docente não oferecer bases para vivência escolar muito raro conseguiremos dialogar com essa diversidade de alunos.
Creio ser as diversidades culturais parâmetro importante para mostrar as deficiências da formação de docentes no Brasil que não conseguem responder às contradições e as demandas provocadas pelo processo de globalização e mundialização da cultura (CANDAU : 156), bem como parte dos docentes não conseguem integrar a experiência de vida dos alunos aos objetivos da escola num mútuo respeito, problema esse que não atende ao princípio da formação docente como formativo.
A motivação de jovens para o exercício do magistério pode ser explicada pelo diagnóstico sobre formação docente em que 75% dos professores de ensino fundamental e infantil não possuem curso superior, fato é que muito jovens são atraídos por falta de outras opções profissionais e fazem o ensino médio pedagógico para exercerem a função de professor ou então entram num curso superior de magistério também por falta de opção e outras vezes por ser sinônimo de cultura, entretanto não têm o compromisso profissional com a Educação.
Isso resulta em professores desmotivados e não compromissados com a atividade docente; nas escolas os alunos percebem e não têm no docente o amparo de um agente social que os encaminhe no espaço escolar. O professor inserido nesse contexto é desmotivado por diversos motivos porque não cria no aluno expectativas e utiliza o espaço escolar na dicotomia ensino-aprendizagem, claro que por detrás disso estar também uma formação deficiente, mas não podemos negar que o fator decisivo para esse quadro vem do próprio jovem que entra no campo da educação por falta de opção, então o que devemos fazer par se evitar haver jovens insatisfeitos com o magistério?
Não é uma mudança simples, também é algo cultural, atualmente somos levados a pensar no exercício do magistério como a “falta de opção” e a possibilidade de lecionar por meio do Ensino Médio Pedagógico e das Faculdades de Educação surgirem como “fuga” em locais mais pobres, favorece a cultura do mais “fácil”, mais “acessível” às camadas mais pobres da sociedade. De forma alguma, aqui, fica entendido que as camadas sociais desfavorecidas não sejam capazes para o exercício do magistério, mas o que chamamos a atenção é para o valor dado, pelo poder público, ao Ensino, por que não há grandes centros de Medicina nessas localidades? É porque é mais difícil o acesso aos cursos de medicina? Não, a questão é a falta de postura cultural que nos é inserida em que cursos da Educação não são de “elite”, por isso a formação é tão mais precária na medida em que se afasta dos grandes centros urbanos.
Ponto importante é o trabalho coletivo interdisciplinar, na formação docente dentro das IES, esse tipo de dinâmica fica às vezes prejudicada, pois normalmente não há “cruzamento de culturas” satisfatórias entre cursos pares e muito menos entre cursos distintos, isso reflete um professor voltado para conteúdos e métodos que não atendem a alunos não inseridos no campo escolar, na turma, na sala de aula gerando uma exclusão involuntária e inconsciente por parte do professor. Os trabalhos coletivos são necessários, entretanto é preciso notar as peculiaridades individuais de cada turma, de cada aluno. Na verdade a Escola prega a igualdade dos alunos, ou seja, não há conscientização das diferenças e o professor precisa estar preparado para combater isto na escola.
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