Estudo de Casa Pedagogia

Estudo de Caso – Módulo A – Fase I – 2022

Paz, justiça e instituições eficazes

A Organização da Nações Unidas (ONU) desenvolve, desde sua criação, distintos projetos para a superação de desigualdades sociais, visando o alcance da paz, justiça e igualdade. Entre estas ações destaca-se a busca pelo Desenvolvimento Sustentável e sua agenda de desafios. Composta por 17 objetivos distintos, sendo eles: erradicação da pobreza; fome zero e agricultura sustentável; saúde e bem-estar; educação de qualidade; igualdade de gênero; água potável e saneamento; energia limpa e acessível; trabalho descente e crescimentos econômico; indústria, inovação e infraestrutura; redução das desigualdades; cidades e comunidades sustentáveis; consumo e produção responsáveis; ação contra a mudança global do clima; vida na água; vida terrestre; paz, justiça e instituições eficazes; parcerias e meios de implementação.

Entre os objetivos, destaca-se o objetivo “paz, justiça e instituições eficazes” o qual possui como diretriz a busca por “sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis” (IPEA, s.d.). O objetivo, carrega consigo o enfoque a inclusão, seja esta, social ou no âmbito político. A inclusão política perpassa, invariavelmente, pela participação de atores sociais historicamente excluídos destes debates, como o caso das mulheres que, ao longo do ano engendraram ao longo dos anos, distintas reivindicações, buscando seu reconhecimento como cidadãs votantes e passíveis de disputarem eleições.

Se tratando de representatividade feminina, o Brasil está aquém de diversos países, tendo somente 9,9% de seu corpo parlamente constituído por mulheres. Já Ruanda, mesmo possuindo um histórico recente de genocídio e violência para com as mulheres, possui cerca de 63,8 % de seu corpo parlamentar composto por mulheres. As mulheres ruandesas lutaram contra a violência e têm contribuído diretamente para a superação da desigualdade de gênero, da violência e na busca por democracia que abranja todo o país (VAZ, 2017).

Partindo da realidade de resistência e ocupação de espaços políticos pelas mulheres ruandesas, podemos compreender como o espaço escolar também necessita de atenção para com as instancias representativas. A representatividade estudantil, seja por Grêmios ou outra denominação, torna-se o primeiro espaço política representativo em que muitos jovens possuem contato. Neste sentindo, além de constituir-se como um espaço de construção do conhecimento, o ambiente escolar, por meio das instancias de representação estudantil, pode constituir-se como um espaço de prática da democracia e da inclusão de distintos atores sociais. Democracia, por possibilitar a abertura de tomada de decisões para os sujeitos mais afetados por elas, os próprios educandos; de inclusão, por respeitar e incluir em suas pautas toda a diversidade de sujeitos sociais presentes no ambiente escolar e, com isso, reconhecer suas demandas e especificidades.

Neste ínterim, cita-se a experiência vivenciada pela autora deste trabalho, durante os anos finais do Ensino Médio, na gestão coletiva do Grêmio Estudantil de um Colégio Estadual do Campo no estado do Paraná. Na referida experiência, a participação junto ao Grêmio Estudantil contribuiu para o debate sobre a estrutura física do espaço escolar e as possibilidades para sua adequação. Da mesma maneira, foi uma experiência ímpar para a compreensão do diálogo, da análise das diferentes alternativas que poderiam surgir durante as discussões e como as escolhas afetavam não apenas o grupo de estudantes à frente do Grêmio, mas toda a comunidade escolar. Portanto, a experiência contribuiu para o entendimento da importância da organização de grupos representativos, do diálogo entre os sujeitos que fazem parte de uma determinada comunidade e para a compreensão de que as escolhas tomadas possuem desdobramentos futuros que afetam a comunidade como um todo.