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Estudo sobre a Manifestação de Violência Escolar

Por:   •  1/4/2016  •  Artigo  •  5.179 Palavras (21 Páginas)  •  532 Visualizações

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ESTUDO SOBRE A MANIFESTAÇÃO DE VIOLÊNCIA FÍSICA E VERBAL ENTRE ESTUDANTES DO OITAVO ANO VESPERTINO DA ESCOLA ESTADUAL ANTÔNIA DA SILVEIRA CAPILÉ EM DOURADOS/MS

                                                                    LUCIANA CONCEIÇÃO CORRÊA[1]                   

                                                         CLARISSA JOSGRILBERG PEREIRA[2]∗∗

RESUMO: O presente artigo faz a análise das manifestações do fenômeno da violência escolar entre estudantes de uma escola estadual da cidade de Dourados/MS. A violência nas escolas é um dos diversos problemas sociais brasileiros, para os envolvidos na trama escolar, tanto quanto para a família dos mesmos, em especial os alunos e professores. O desenvolvimento do trabalho tem como objetivo central examinar e identificar as possíveis causas de comportamentos violentos entre os estudantes - e qual a relação entre violência doméstica e violência escolar.

Palavras chaves: Violência. Escola. Comportamento Social

ABSTRACT: This paper makes analysis of the manifestations of the phenomenon of violence in families, especially in schools, among students in a state school in the city of Dourados/MS. Violence in schools is one of several Brazilian social problems for those involved in school plot, as much for the family of the same, especially the students and teachers. The development work has as its central objective to examine and identify the possible causes of violent behavior among students, and what the relationship between domestic violence and school violence.

Key words: Violence. School. Social Behaviour.

INTRODUÇÃO 

           O objetivo central do presente artigo direciona-se à análise das manifestações de violência na escola estadual “Antônia da Silveira Capilé”, situada na área urbana do município de Dourados/MS, procurando identificar, nas informações prestadas pelos discentes, se a violência interfere no funcionamento do ambiente escolar, e logo, no processo de ensino-aprendizagem. Ainda, será relevado o comportamento dos alunos tanto no interior escolar quanto em ambiente familiar, através das entrevistas aplicadas aos mesmos, no intuito de estabelecer uma relação entre os dois ambientes sociais e suas influências nos atos de violência física e moral entre alunos.  

               A metodologia empreendida, no processo de desenvolvimento deste presente estudo, se caracteriza por duas diretivas fundamentais na sua construção: a) fora elaborada uma pesquisa bibliográfica e exploratória sobre o assunto das violências em instituições escolares, através de leituras e fichamentos de livros, artigos e revistas, necessariamente refletidos para o esclarecimento e análise dos fatos, b) obtidos pela coleta de dados, através de questionário com questões abertas e fechadas, entre os estudantes da referida escola estadual da cidade de Dourados, à qual processou-se este estudo.

              A preocupação no desenvolvimento desta pesquisa centra-se na compreensão do real papel da violência no ambiente escolar. Cabe elucidar a indagação fundamental que surgiu logo na primeira fase da construção do texto, isto é, a pesquisa exploratória dos materiais bibliográficos: se a violência começa por suplantar o comportamento adequado aos vários papéis sociais que interagem no interior do ambiente escolar, sobrecarregando todos ou a maior parte dos participantes – no que se refere a sua parcela de responsabilidade para a perpetuação da escola como promotora de conhecimento –, para que está servindo realmente a escola? Para educação ou para reprodução de violência social? É neste sentido que a pesquisa fora construída.  

          O texto fora dividida em três tópicos, que constituem o cerne do texto, necessários para a compreensão da pesquisa. No primeiro tópico, trata-se da elucidação do sentido do conceito de violência e sua manifestação na sociedade, isto é, os aspectos físico e moral dos atos de violência. No segundo tópico, fora enfatizado o aspecto histórico da violência no Brasil como um todo, e nas escolas especificamente, e os modos possíveis de abordagem do assunto violência nas escolas. O terceiro tópico constitui-se o momento da análise dos dados recolhidos, a construção dos fatos por serem investigados, e a explicação da manifestação de violência na escola estudada. O último tópico configura-se a reunião das constatações do decorrer do estudo, a parte final do texto. A seguir, iniciar-se-á as reflexões sobre o conceito de violência.

  1. DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE VIOLÊNCIA

Uma parte considerável da população brasileira, as pessoas com as quais dialogamos no cotidiano, não raro, costumam indignar-se com a manifestação diária de violência, informada pelos noticiários, pelos jornais, revistas, pelo “diz-que-diz-que” social - e outras fontes. Isso é bastante significativo para convivência social, pois é necessário que as pessoas se comuniquem. Entretanto, esse fato não contribui para uma maior compreensão dos fatos que serão tratados no decorrer deste texto, pois é necessário entender, de forma sistemática, o ambiente concreto de onde emanam todas essas conversações diárias sobre a violência. Por isso, é necessário analisarmos as configurações gerais do conceito de violência.

De modo geral, há uma grande divergência entre as conceitualizações do termo violência. Quer dizer isto que, na prática, a sociologia e a ciência política, por exemplo, poderiam compreender a violência como relações de poder em que indivíduos ou grupos de indivíduos se utilizam do referido artifício para obtenção de poderes, dominação, objetivos, etc.; o direito, como comportamentos que infringem as leis penais que organizam a sociedade; a antropologia, enfocando a violência em seu aspecto simbólico, em que indivíduos e grupos humanos são marginalizados do processo social por uma imposição sociocultural, e etc. Por ora, é necessário ter em mente que as diferenças entre os sentidos do conceito, cunhado por autores de diferentes orientações, não são, entre si, antagônicos, sendo, na realidade, complementares: observam um mesmo fenômeno social, no caso, a violência, por meio de perspectivas diversas.

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