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Ex Machina e o Cognitivismo

Por:   •  23/3/2019  •  Artigo  •  1.541 Palavras (7 Páginas)  •  514 Visualizações

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COGNITIVISMO: O ESTUDO DA INTELIGÊNCIA HUMANA CONTRAPONDO A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL.

Eliane Novais Freitas1

Keila Neves Dutra Santos2

Rafaela Bispo Machado3

INTRODUÇÃO

No século XXI, a humanidade está rodeada de máquinas. Veículos, computadores, celulares, robôs entre outros. Todos esses objetos começaram a fazer parte da vida humana, à medida em que foram sendo inventados. Isso só foi possível a partir do momento em que a eletricidade passou a ser, de fato, dominada pelo homem, com a invenção da bateria, por Alessandro Volta4, no ano de 1800.

Assim, com o decorrer dos séculos e o avanço da ciência, esses objetos foram se tornando cada vez mais modernos, com a adição de funções que, em regra, não lhe seriam comuns. Por exemplo, o celular, quando foi criado, tinha como objetivo permitir que fossem feitas ligações sem que fosse necessário a conexão de fios a uma linha física, possibilitando a locomoção desse aparelho pelo usuário.

Hoje, a função menos precisa de um celular, é a de fazer ligações. Com o avanço tecnológico, foram criados aplicativos de incontáveis funcionalidades. Além disso, vários modelos contam com controle de voz, que pode até nos fazer crer que o celular “pensa” para responder as nossas demandas.

O presente artigo tem como objetivo analisar o filme Ex-machina: instinto artificial (2015), a partir das relações criador-criatura, humano-máquina e homem-mulher encontradas entre os personagens. A partir da análise fílmica, é possível depreender que o conflito central da narrativa é essa relação conflituosa entre os personagens. Para auxiliar a investigação dessas relações, será feita uma correlação com as teorias cognitivistas, dando enfoque nos teóricos Jerome Bruner (1915), Jean Piaget (1869-1980) e David Ausubel (1918-2008). E também com as práticas pedagógicas de cada teórico. O filme também aborda essa nova realidade, retratando a história de Ava, um robô criado por Nathan, dono da empresa de tecnologia Blue Book, que é detentora do site de buscas mais acessado no mundo. O empresário chama Caleb, um de seus mais talentosos programadores, para testar Ava e avaliar se sua inteligência artificial por meio do Teste de Turing5, é digna de ser caracterizada como consciente.

Abordagem Teórica

A Teoria cognitiva surgiu nos Estados Unidos entre as décadas de 1950 e 1960 como uma forma de crítica ao Comportamentalismo, que postulava, em linhas gerais, a aprendizagem como resultado do condicionamento de indivíduos quando expostos a uma situação de estímulo e resposta. Este método era desenvolvido por Bruner, Piaget e Ausubel e é relatado no livro Teorias da Aprendizagem dos autores Fernanda Ostermann e Cláudio José de Holanda Cavalcanti.

Cada teórico aborda o cognitivismo de maneira relativa ao consciente humano. Bruner (1915) parte da hipótese de que é possível ensinar o conteúdo para uma criança de forma honesta, em qualquer estágio de desenvolvimento da mesma, levando em conta o seu desenvolvimento intelectual. Para haver uma fidelidade a estrutura, Bruner destaca o currículo em espiral e o método das alternativas. O método das alternativas consiste na problematização do ensino, fazendo em que o aprendiz preencha as lacunas para que o ensino seja relevante e significativo. O segundo método, o currículo em espiral, o aprendiz tem a oportunidade de ver o mesmo conteúdo mais de uma vez, porém, ao passar do tempo em diferentes níveis e modos de representações.

Piaget (1896-1980) em sua teoria da aprendizagem, revela que o desenvolvimento cognitivo da criança se dá por meio de assimilação e acomodação. A criança que está com dificuldades de montar um quebra-cabeças, irá largar o brinquedo e desistir. Se essa mesma criança é influenciada e desafiada a concluir o quebra-cabeças, e conseguir terminar, a mente dela irá se modificar e ocorrerá o que Piaget chama de acomodação. As ações humanas é a base do comportamento humano. Portanto, só haverá aprendizagem se o esquema de assimilação sofre acomodação. A abordagem Piagetiana, busca provocar o desequilíbrio da mente da criança, para que ela possa buscar o reequilíbrio e se reestruture cognitivamente e aprenda.

Relacionando-se a esses teóricos, Ausubel (1918-2008) traz um conceito de uma aprendizagem significativa do qual uma nova informação se relacione de maneira não arbitrária a um aspecto relevante da estrutura cognitiva. Ausubel chama de subsunçor, uma espécie de ancoradouro da informação já existente correlacionando a uma nova. Segundo o próprio teórico, essa aprendizagem busca adquirir e reter o máximo de informações possíveis no processo de aprendizagem do cognitivo humano.

O fator isolado mais importante que exerce influência na aprendizagem, é aquilo que o aprendiz já sabe. O conhecimento de mundo adquirido através dos anos é um instrumento necessário para correlacionar informações novas, ao que já se tem.

Contrapondo a abordagem significativa, Ausubel define a aprendizagem mecânica como um mecanismo de acomodação da informação, sem interagir com aquela que já havia no cognitivo. Ao uso do cognitivo no ambiente escolar, o professor deve se organizar hierarquicamente definindo a estrutura do conceito e do material a ser disponibilizado. Identificando os subsunçores relevantes à aprendizagem do conteúdo a ser ensinado, e que o aluno deveria ter na sua estrutura cognitiva. Fazendo a determinação no cognitivo do aprendiz a assimilação da matéria e organização das informações, tornando-as estáveis e transferíveis. Essas teorias têm grande relevância na educação, pois mostra como se desenvolve o cognitivismo humano.

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